Pronunciamento de Renan Calheiros em 14/07/2011
Discurso durante a 122ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comentários sobre o documentário do cineasta e jornalista Jorge Oliveira, que se dedicou a contar em 95 minutos a dolorosa história do assassinato do metalúrgico Manoel Fiel Filho, durante a ditadura militar no Brasil.
- Autor
- Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
- Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
POLITICA CULTURAL.:
- Comentários sobre o documentário do cineasta e jornalista Jorge Oliveira, que se dedicou a contar em 95 minutos a dolorosa história do assassinato do metalúrgico Manoel Fiel Filho, durante a ditadura militar no Brasil.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/07/2011 - Página 29903
- Assunto
- Outros > POLITICA CULTURAL.
- Indexação
-
- ELOGIO, FILME, REGISTRO, HISTORIA, METALURGICO, MORTO, PERIODO, DITADURA, MILITAR.
O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco/PMDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, os regimes militares na América Latina escreveram páginas verdadeiramente tristes em nossa história. Entre os casos mais emblemáticas está o assassinato do metalúrgico Manoel Fiel Filho, um trabalhador alagoano que foi assassinado nos subterrâneos da ditadura militar no Brasil.
Fiel Filho, natural de Quebrangulo, terra de Graciliano Ramos, foi preso ilegalmente no dia 16 de janeiro de 1976 por dois homens que se diziam agentes do DOI-CODI de São Paulo.
Fiel filho era acusado de pertencer ao Partido Comunista do Brasil. Levado à sede do DOI CODI, Fiel filho foi torturado e executado nas masmorras da ditadura. Muitos foram os depoimentos, posteriores à sua morte, que confirmaram a tortura a e covarde execução de Fiel Filho.
A versão oficial de suicídio, de tão precária, não se sustentou um dia sequer, tanto que o responsável, o chefe do segundo exército, foi afastado três dias após a divulgação da morte e acabou desencadeando o processo de redemocratização do Brasil.
É à reflexão sobre este período de triste memoria que nos convida o cineasta e jornalista Jorge Oliveira. Outro alagoano que se dedicou a contar em 95 minutos a dolorosa história de Manoel Fiel Filho. O documentário já foi assistido por mais de 300 mil pessoas e já conquistou onze prêmios, entre eles o prêmio de melhor longa metragem no sétimo festival de Maringá e prêmio de melhor longa metragem pelo júri popular do festival Cinesul.
O documentário, além de depoimentos de personalidade como os ex-Presidentes Lula, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney traz um depoimento inédito de um ex-agente do DOI CODI, onde foi morto Manoel Fiel Filho.
Mais do que nos envergonharmos deste passado tão recente precisamos iluminá-lo à exaustão e não escondermos os métodos desumanos e ilegítimos que foram utilizados nas ditaduras latino americanas. Devemos isso às famílias e às futuras gerações.
Muito Obrigado.