Discurso durante a 130ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao Rio Grande do Norte por ocasião do aniversário, no dia 7 de agosto, dos 510 anos da chegada dos portugueses ao Estado. (como Líder)

Autor
Paulo Davim (PV - Partido Verde/RN)
Nome completo: Paulo Roberto Davim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao Rio Grande do Norte por ocasião do aniversário, no dia 7 de agosto, dos 510 anos da chegada dos portugueses ao Estado. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 10/08/2011 - Página 32024
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, DESCOBERTA, ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE (RN).

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sou filho da mesma terra do índio Poty, que depois veio a se chamar “Felipe Camarão”; da poetiza Auta de Sousa; do grande mestre Câmara Cascudo que esta Casa homenageou semana passada, na lembrança dos 25 anos de sua morte; do Presidente do Brasil João Fernandes Campos Café Filho; de Celina Guimarães, a primeira eleitora do Brasil, em 1927; de Alzira Soriano, a primeira prefeita do Brasil, em 1928; de Nisia Floresta e de tantos outros nomes ilustres ou anônimos, que compõem essa argamassa humana que revela nosso jeito de ser e de amar a nossa terra.

            Não quero me furtar do dever e do direito de enaltecer meu Estado na ocasião da passagem dos seus 510 anos de existência, lembrado oficialmente no sábado passado, 7 de agosto. Embora seja um Estado pequeno, se comparado a outros do território brasileiro, com pouco menos de 53 mil quilômetros quadrados de área, o Rio Grande do Norte - terra dos índios Potiguara, no litoral; e Tapuia, no interior - nasceu bem próximo do surgimento do nosso País, apenas um ano depois e, por isso, abrigou um dos mais importantes marcos que representava a descoberta do Brasil por Portugal.

            A história nos conta que fora em 1501, ratificada pela Lei Estadual 7.831, de 2000, que estabelece o dia 7 de agosto como data oficial, embora haja controvérsias de alguns historiadores que também falam dos dias 16 ou 17 de agosto. O irrefutável é o fato de que naquela ocasião em que três naus portuguesas expedicionárias, comandadas pelos navegadores Gaspar de Lemos e André Gonçalves, que contava com o famoso italiano Américo Vespúcio, a mando do rei D. Manuel, aportaram em nossas terras para chantar o primeiro Marco de Posse de Portugal na sua recente terra descoberta.

            O famoso “Marco de Posse” foi chantado onde hoje fica a Praia do Marco no Município de Pedra Grande, limite com a Praia de Touros, no litoral norte do meu Estado. Há 35 anos, o Marco de Posse, feito em pedra lioz, foi transferido para a Fortaleza dos Reis Magos, na capital, uma vez que os nativos da região acreditam ser a pedra milagrosa, por possuir uma cruz da Ordem de Cristo e o Brasão Real, e as estavam depredando e colocando ex-votos.

            Depois da expedição de Pedro Álvares Cabral, aquela foi a primeira que realmente demarcou o território brasileiro como pertencente a Portugal. A partir dela também foram batizados os Cabos de São Roque e Santo Agostinho. Mas só no final do século XVI é que a Capitania do Rio Grande passou a ser habitada. Reza a lenda que nossos índios eram muito bravos e corajosos, tomados de grande amor a sua terra e sua gente, daí resistirem tanto à colonização.

            Não dá para esquecer a importância de Natal e do povo potiguar no contexto vitorioso da Segunda Guerra Mundial, quando Parnamirim passou a ser chamada de Trampolim da Vitória.

            Atualmente, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, o Rio Grande do Norte possui 3.168.027 habitantes, distribuídos em 167 Municípios, nas regiões: Litorânea, Sertão Central, Seridó, Agreste, Oeste, Alto Oeste, Potengi e Trairi.

            Possuímos uma vocação natural para o turismo, já bastante conhecida no litoral e agora se capilarizando para o interior por meio, sobretudo, de festivais gastronômicos, do turismo ecológico e do incipiente turismo religioso. Por estarmos numa posição geograficamente privilegiada, na esquina do continente, por assim dizer, apontando para a Europa, também somos estrategicamente interessantes, no desenvolvimento do País, na atividade de exportação do agronegócio e da pesca.

            O meu Rio Grande do Norte aponta também como uma das grandes promessas na produção de energia limpa - eólica e solar - por possuirmos sol o ano inteiro e ventos favoráveis à produção desse tipo de energia ambientalmente correta.

            De maneira que comecei falando do passado e dei um salto para o presente com o intuito de lembrar, valorizar e enaltecer a terra na qual sinto muito orgulho de ter minhas raízes fincadas. Tenho certeza de que ela já foi muito importante para a formação histórica do nosso País e permanecerá na sua trajetória ascendente para gerar ainda muito mais orgulho para seus filhos nativos e toda a população brasileira.

            Portanto, Sr. Presidente, faço este registro pela passagem desta data do descobrimento do Rio Grande do Norte, que registro com orgulho pela importância do meu Estado, do povo da minha terra, dos primeiros nativos, que foram extremamente importantes na construção da história do povo brasileiro.

            E acredito que o Estado do Rio Grande do Norte tem muito mais ainda a contribuir para consolidar este País, que já começa a ser pujante, tem muito com que contribuir para o avanço científico, tecnológico e comercial do Brasil, e já aponta com oportunidades de desenvolvimento, por meio do seu potencial turístico e também do seu potencial energético.

            O Rio Grande do Norte é o segundo produtor de petróleo, é o maior produtor de gás natural.

            Nos dias 17 e 18 de agosto, haverá o leilão de energia eólica, e o Rio Grande do Norte apresentará 31% dos projetos que serão leiloados. Ou seja, continua liderando em número de projetos eólicos. Portanto, a vocação energética é uma vocação natural do Rio Grande do Norte. E nós, até 2030, poderemos oferecer ao Brasil 30% da energia consumida pelo Brasil, através da energia eólica.

            Temos também um potencial incalculável no oferecimento da energia solar, porque o Rio Grande do Norte tem sol praticamente o ano inteiro.

            O Rio Grande do Norte tem um potencial de agronegócio a ser desenvolvido.

            O Rio Grande do Norte também tem um potencial de pesca, é um grande produtor de camarão.

            Portanto, tenho certeza de que esse Estado que completou, no dia 7 de agosto, 510 anos tem muito que contribuir para o engrandecimento do Brasil, para o engrandecimento desta Nação.

            Era só, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/08/2011 - Página 32024