Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reflexão sobre os dados publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais a respeito do desmatamento da Floresta Amazônica. (como Líder)

Autor
Paulo Davim (PV - Partido Verde/RN)
Nome completo: Paulo Roberto Davim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE.:
  • Reflexão sobre os dados publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais a respeito do desmatamento da Floresta Amazônica. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 11/08/2011 - Página 32399
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE.
Indexação
  • ANALISE, DADOS, INSTITUTO DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE), AUMENTO, DESMATAMENTO, FLORESTA AMAZONICA, REPUDIO, DESRESPEITO, MEIO AMBIENTE, COBRANÇA, LEGISLATIVO, COMBATE, SITUAÇÃO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, REFORÇO, FISCALIZAÇÃO.

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidenta.

            Srªs e Srs. Senadores, ocupo a tribuna na tarde de hoje para que façamos uma reflexão sobre os dados publicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais a respeito do desmatamento da Floresta Amazônica. Os dados realmente são assustadores.

            O Inpe atestou e atesta que houve um aumento de 79,4%, nos primeiros seis meses do ano de 2011, do desmatamento da Floresta Amazônica.

            Só em julho, no mês passado, foram desmatados 312 km2 de floresta. Isso corresponde a 17% a mais do que no mês de maio.

            Essa medição foi feita pelo sistema Deter, que vê o desmatamento em tempo real, mas que tem algumas limitações: ele não consegue monitorar 100% da área da floresta, sofre dificuldades por causa do clima, do tempo. E só foram mapeados apenas 61% da área. Desses 61%, o Pará lidera esse desmatamento com 119 km2, seguido pelo Mato Grosso, com 81,5 km2; Rondônia, com 64,2 km2; Amazônia, com 41,7 km2. Então, no primeiro semestre de 2011, já foram ao chão um milhão, cento e noventa e dois km2 de Floresta Amazônica.

            Eu acho isso uma agressão sem precedentes; eu acho isso um desrespeito ao meio ambiente, um desrespeito à nossa biodiversidade; eu acho que esse desmatamento, em vez de diminuir em função do debate que este Congresso, que este Parlamento tem feito em função da reforma do Código Florestal, não está servindo para conscientizar, para politizar. De forma alguma. Ao contrário. A impressão que nós dá é que esse debate que está sendo feito nas Casas Legislativas, tanto no Senado como na Câmara Federal, está servindo de estímulo. Seria uma hipocrisia acreditarmos nisso, mas parece até que é verdade, porque, em nenhum momento, houve redução do desmatamento, em nenhum momento esse desmatamento sofreu um combate que, de alguma forma, o inibisse.

            E veja que o Governo tem-se esforçado para fiscalizar, encaminhando para a região onde o desmatamento é mais agudo um contingente razoável de fiscais. Mas não estamos vendo, em números concretos, em números reais, em números objetivos, nenhuma redução.

            O Imazon mostrou que a emissão de carbono, em função da derrubada desta floresta, é de aproximadamente 13,9 milhões. Ou seja, há, sim, um agravamento da questão climática lá nessa região do Brasil.

            Portanto, eu não poderia deixar de trazer a esta tribuna esses dados, denunciar esses dados, repercutir esses dados, de forma que todos nós ficássemos atentos e que o Governo, mais uma vez, incrementasse a sua fiscalização para que, no próximo mês, no mês de setembro, a gente não venha...

(Interrupção do som.)

            O SR. PAULO DAVIM (Bloco/PV - RN) - ...que a gente não venha, no próximo mês, nos debruçar sobre dados mais alarmantes que venham comprometer ainda mais a nossa floresta.

            Era só, Srª Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/08/2011 - Página 32399