Discurso durante a 81ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Exposição da posição do partido Democratas de apoio à abertura de CPI para investigar denúncia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo sobre o enriquecimento do Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Exposição da posição do partido Democratas de apoio à abertura de CPI para investigar denúncia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo sobre o enriquecimento do Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.
Publicação
Publicação no DSF de 25/05/2011 - Página 18139
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • EXPOSIÇÃO, POSIÇÃO, PARTIDO POLITICO, DEMOCRATAS (DEM), APOIO, ABERTURA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ASSUNTO, ENRIQUECIMENTO, ANTONIO PALOCCI, MINISTRO DE ESTADO, CASA CIVIL.

            O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco/DEM - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, vou procurar ser bastante sucinto, até porque quero colocar a posição do meu Partido em relação ao fato que eu entendo esteja indignando o País.

            Refiro-me à denúncia feita pelo jornal Folha de S. Paulo, repercutida, em seguida, por praticamente todos os jornais de circulação nacional, por todas as televisões em cadeia, pela grande maioria das rádios do Brasil, pelo fato de se tratar de um assunto de consistência inquestionável: a dúvida que paira sobre as razões do enriquecimento do Ministro Palocci.

            Qualquer cidadão brasileiro - essa é a minha opinião - tem o direito de ganhar dinheiro, qualquer um. Agora, na medida em que você seja homem público, que você exerça vida pública, você se obriga, pela sua atuação, a fazer de sua vida um instrumento de transparência. Vida de homem público tem de ser transparente. Se houver questionamento com relação a fatos que digam respeito à probidade de quem exerce vida pública, é obrigação do homem público prestar esclarecimento sem arrogância, sem prepotência e sem truculência.

            Não é isso que está acontecendo com relação ao Ministro Palocci.

            O que o Brasil quer saber é apenas uma coisa: a quem o Ministro Palocci prestou serviços? Por que ele recebeu R$ 10 milhões, entre novembro e dezembro do ano passado, quando estava eleita a Presidente Dilma? Ele, coordenador da campanha, era o homem forte - claro - do Governo e, evidentemente, detinha poderes que o Brasil todo sabia e reconhecia. Ele, que havia faturado, na sua consultoria, R$ 160 mil no primeiro ano, em dois meses, faturou R$ 10 milhões. É isto que o Brasil quer saber: quais foram os clientes? Porque, com a nominação dos clientes, você vai fazer uma avaliação clara se houve ou não tráfico de influência.

            Trata-se do governo da Erenice Guerra, do Francenildo. Trata-se do governo da Erenice Guerra, do Francenildo. Então, o Brasil quer saber, e a obrigação da oposição é provocar o questionamento, o debate e o esclarecimento, nada mais. Não há nenhum interesse do meu Partido de provocar desestabilização de governo nem de quem quer que seja. Agora, cumprir aquilo que é dever da oposição, que é promover o debate para esclarecer, denunciar aquilo que é suspeito de malfeito, não vamos abrir mão nunca dessa obrigação, que é democrática e implícita nas oposições.

            De modo que, com isso, quero dizer que o meu Partido, que já subscreveu a abertura da comissão mista parlamentar de inquérito, vai levar esse assunto às devidas conseqüências, no sentido de ver esse assunto, que é indignação nacional, completamente esclarecido.

            Obrigado a V. Exª.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/05/2011 - Página 18139