Discurso durante a 134ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Dia do Corretor de Imóveis.

Autor
Jorge Afonso Argello (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Jorge Afonso Argello
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA HABITACIONAL.:
  • Comemoração do Dia do Corretor de Imóveis.
Publicação
Publicação no DSF de 16/08/2011 - Página 32952
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA HABITACIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, CORRETOR DE IMOVEIS, AGRADECIMENTO, PRESENÇA, PRESIDENTE, CONSELHO FEDERAL, CLASSE PROFISSIONAL, SINDICATO, DISTRITO FEDERAL (DF), ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).
  • IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, CORRETOR DE IMOVEIS, CONTRIBUIÇÃO, REDUÇÃO, DEFICIT, HABITAÇÃO, BRASIL, COMENTARIO, RELEVANCIA, PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA (PMCMV).

            O SR. GIM ARGELLO (PTB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente desta sessão especial para comemorar o Dia do Corretor de Imóveis, nosso amigo Vice-Presidente do Senado da República, Senador Wilson Santiago, muito obrigado por estar presidindo esta sessão; Senadora Ana Amélia, que nos orienta aqui, nosso muito obrigado por sua presença; Senador Jayme Campos, nosso muito obrigado, amigo Jayme Campos.

            Eu gostaria, também, de agradecer a presença do Presidente do Conselho Federal dos Corretores de Imóveis, nosso amigo Sr. João Teodoro, que também conduz os destinos da nossa categoria em nível nacional; do Presidente do Conselho Regional da 8ª Região, nosso querido amigo Sr. Hermes Rodrigues - nosso muito obrigado, Hermes, sua presença também engrandece muito nosso evento -; da mesma forma, a do nosso ex-Presidente do Creci, querido amigo Prefeito de Cristalina, que vem fazendo um excelente trabalho, Prefeito Luiz Carlos Attié.

            Eu gostaria, também, de registrar a presença do Presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Distrito Federal, Sindimóveis, Sr. Geraldo, nosso amigo Geraldo Francisco Nascimento - grande Geraldo, obrigado -; do Presidente do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro, que sempre está aqui, acompanhando os trabalhos legislativos, Sr. Pedro José, nosso muito obrigado; do Presidente do Sindicato da Habitação do Distrito Federal, o Secovi, Sr. Carlos Hiram, nosso muito obrigado; do Vice-Presidente, querido amigo, motivador, Presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Distrito Federal, Sindimóveis, Sr. Antônio Bispo. Nosso muito obrigado, Antônio Bispo, a você, que é um grande companheiro.

            Eu gostaria, também, de registrar a presença do Diretor Presidente da Câmara de Valores Imobiliários do Distrito Federal, nosso querido Frederico Attié, nosso muito obrigado; do Presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da 2ª Região, que vem nos fazer uma visita e participar desta sessão, o que muito nos honra, Sr. José Augusto Viana Neto, muito obrigado; do Presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 3ª Região (Creci-RS), Sr. Flávio Koch - nosso muito obrigado ao Rio Grande do Sul, a sua presença enobrece muito o nosso evento.

            Eu também gostaria de citar todas as senhoras corretoras, os senhores corretores, os senhores da imprensa, os amigos em geral, as pessoas do Senado, os que nos veem por meio da TV Senado, da Rádio Senado, nosso muito obrigado.

            Hoje, vou fazer um discurso mais técnico, mas vou fazer algumas citações que acredito serem muito importantes para a nossa categoria.

            Sr. Presidente, Srª e Srs. Senadores, celebramos, no dia 27 de agosto, o Dia do Corretor de Imóveis, profissional liberal importantíssimo para o Brasil.

            A data é comemorada em razão da Lei nº 4.116, de 27 de agosto de 1962, resultante de uma luta de mais de duas décadas para a regulamentação da atividade de corretor de imóveis.

            O profissional da corretagem é aquele facilitador que trabalha como cortês intermediário no processo de compra e venda de imóveis, urbanos e rurais, fazendo coincidir, com a sua técnica e o seu profissionalismo, os interesses do comprador e do vendedor, os quais, muito frequentemente, se fazem conhecer por intermédio do próprio corretor.

            O trabalho de corretor de imóveis requer características profissionais e de personalidade muito próprias, como a aptidão para o comércio, o carisma e o bom humor, a natural vocação para se relacionar com o próximo, a capacidade de argumentação, negociação e convencimento, e também o esforço para sempre se manter atualizado a respeito das questões relativas ao mercado imobiliário e às economias brasileira e internacional. Aliás, hoje, quanto a esse ponto, inclusive comentei com um dos maiores corretores de imóveis do Distrito Federal, o Geraldo Guimarães Leite, o GG, que, nessa crise internacional que o País está vivendo, que o mundo está vivendo, em que os Estados Unidos estão em dificuldade, a Comunidade Europeia tem muita dificuldade, o jornal Valor Econômico de hoje traz uma referência de que todos os grandes aplicadores estão saindo da Bolsa e investindo em quê? Onde há garantia, onde há segurança - está no jornal Valor Econômico de hoje, matéria que coincide com a nossa comemoração -, pois todos vão procurar aplicações mais seguras, vão aplicar em imóveis. Por isso, todas as vezes que o mercado tem algum problema, todo mundo procura um refúgio onde? No mercado imobiliário. Essa é a realidade, o dia-a-dia do corretor de imóvel, essa é a realidade das economias nacional e mundial. O mundo todo, agora, está procurando investimento seguro, e investimento seguro é investimento em imóvel.

            A atuação do corretor de imóveis exige prévio credenciamento junto ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), e a profissão ganhou tamanha importância que já conta com formação universitária.

            Com efeito, o corretor de imóveis que queira aprofundar seus conhecimentos profissionais pode-se tornar bacharel em Ciências Imobiliárias, curso superior com duração de quatro anos. Há, também, no âmbito da educação e treinamento, o curso de Gestão Imobiliária, com duração de dois anos, ou o curso de Técnico em Transações Imobiliárias, este mais curto, de apenas um ano.

            Aqueles que desejam atuar na área podem optar por se submeter ao Exame de Proficiência, que lhes permite trabalhar como corretores de imóveis e também possuir sua própria imobiliária.

            Vale lembrar que os profissionais da corretagem de imóveis organizam-se no Conselho Federal dos Corretores de Imóveis, composto por Conselhos Regionais localizados nas unidades federativas. No Distrito Federal, o Creci/DF atua na regulação da atividade, gerando, indubitavelmente, ganhos de segurança e transparência em favor da sociedade.

            Srªs e Srs. Senadores, a relevância do corretor de imóveis no cenário econômico também se revela na importância que a sociedade atribui ao bem maior que esse profissional torna acessível com o seu trabalho incansável: a casa própria, objetivo primordial na vida de todo e qualquer cidadão, e tantas vezes de difícil conquista em razão de seu custo e de tantas variáveis que envolvem o comércio de imóveis.

            Com sensibilidade e, ao mesmo tempo, senso de realidade, o corretor trabalha para oferecer aos seus clientes as melhores condições de compra e pagamento de imóveis, operando, não raramente, a mágica de fazer apartamentos e casas onerosos “caberem no bolso” de seus futuros moradores.

            Eu gostaria de ressaltar que, há muitos anos, o Brasil vem enfrentando o problema do déficit habitacional, que, segundo dados do próprio Governo, é de mais de 11 milhões de moradias, sendo que, desse total, 83% são domicílios localizados em áreas urbanas. Ao mesmo tempo, 96,6% do total abrangem famílias com renda menor que cinco salários mínimos, que, exatamente pela falta de recursos, não têm acesso a imóvel próprio. As estatísticas apontam para a necessidade de intensificação de políticas habitacionais do Governo, que resultarão no incremento da oferta de imóveis em todo o País.

            Vale outro comentário sobre esse parágrafo. O Governo Federal, nos últimos três ou quatro anos, e agora relançando o Minha Casa Minha vida... Eu tenho muita satisfação de dizer que eu fui o relator do primeiro Minha Casa Minha Vida, aqui no Senado, para explicá-lo aos Senadores, à Câmara Federal e ao Brasil, porque eu sempre dei muito valor a esse programa. Por quê? Porque incentiva, de verdade, aquela primeira residência. Esse déficit habitacional de 11 milhão não é para a segunda residência, não é para residência de praia, não é para residência de campo, mas, sim, para a primeira residência. Nosso déficit habitacional é na primeira residência.

            O que acontece com isso? Qual é o melhor meio de o nosso País, ou que vantagem o Brasil leva, hoje, em relação a outros países, aos Estados Unidos ou à Comunidade Europeia? Por que vamos entrar nessa crise por último, novamente, e vamos sair, novamente, em primeiro lugar? Porque, hoje, nós temos 40 milhões de brasileiros que alcançaram a classe média. Com isso, o que a economia está fazendo? O mundo todo não tem para quem vender. Estão produzindo, mas querem vender onde? Querem forçar a venda dos manufaturados deles no Brasil. Por quê? Porque nós temos um mercado consumidor, hoje, que entrou para a classe média, de 40 milhões de brasileiros.

            Saúdo, pois está chegando, o nosso querido Pimentel, Senador do Ceará, que vem também prestigiar a nossa sessão.

            Então, amigos corretores, o que acontece? O Brasil vai entrar nessa crise - é claro, a crise é mundial -, mas nós estamos muito bem-preparados para enfrentá-la. Por quê? Principalmente, pelo mercado imobiliário. Hoje, o consumo... Eles querem nos vender tudo. Eles querem vir aqui vender. Muito bem. Só que eles precisam fazer a economia girar, porque lá não há mais projetos novos. Aqui, não. Aqui, nós temos. Nós temos um mercado consumidor. Mais do que isso, no mercado imobiliário, então, a economia tem de girar em torno de si própria. Por que isso? Porque é moeda circulante. Nós estamos preparados. Nós temos US$350 bilhões de reserva aplicados em títulos internacionais. O Brasil tem isso, e o Brasil também tem R$420 bilhões do compulsório dos bancos. Então, nós temos mais de um trilhão da nossa economia preparados para girar a nossa economia, principalmente no mercado imobiliário, porque esse nós dominamos.

            Existe déficit habitacional, mas os produtos para construir as residências são todos nacionais: para fazer tijolo - o barro nos pertence -; para fazer telhado, temos a mão de obra; temos o ferro... Então, é muito mais fácil para a nossa economia circular em torno dela própria. Nós temos a facilidade, porque nós temos o déficit. Lá fora, não adianta. Eles estão com problemas porque estão com a terceira casa e com a quarta casa. Eles têm o apartamento em que moram, têm a casa de praia, a casa de campo, a casa de golfe. Nós, não. Os brasileiros estão começando agora. Agora é que entraram no mercado consumidor esses 40 milhões.

            Então, corretores de imóveis, vocês terão muito trabalho, porque, graças a Deus, a nossa economia vai reagir, e vai reagir através do trabalho, principalmente, e com a ajuda dos corretores de imóveis.

            Vamos lá. Tal constatação nos faz crer que o papel do corretor de imóveis tende a se ampliar ainda mais no curso dos próximos anos, seja na oferta de imóveis novos para a população de baixa renda, seja na viabilização da compra e venda de imóveis usados, que terão seus quantitativos muito aumentados no Brasil, à medida que novos prédios e casas venham a surgir na paisagem urbana brasileira.

            Srªs e Srs. Senadores, no dia 27 deste mês, comemoramos o Dia do Corretor de Imóveis. Faço questão de unir a minha voz à de tantos brasileiros que homenageiam tão importante categoria profissional, por tudo de bom que a sua labuta diária viabiliza e semeia na sociedade brasileira.

            Tenho a minha formação em Direito. Sou formado em Direito, mas a profissão com que me identifico - tenho outras profissões -, na sociedade de Brasília e do Brasil, é a de corretor de imóveis. É dessa profissão que me orgulho, porque foi nela que comecei a minha vida e construí parte do meu patrimônio, com que dei tranquilidade à minha família. Tenho muito orgulho de dizer que sou corretor de imóveis.

            Então, toda vez que tenho de me identificar: “Qual é a sua profissão?” Antes de dizer outra qualquer: “Sou corretor de imóveis.”

            Ana Amélia, foi nessa profissão que comecei a minha vida.

            Eu dou muito valor a esses profissionais. Há pessoas, aqui, que conheço há mais de 30 anos, nessa vida diária de compra e venda de imóveis no Distrito Federal e em outros Estados.

            Para vocês terem ideia, corretores de imóveis de Brasília e do Brasil, a média do PIB de países da América Latina é de 15 a 20% em relação ao mercado imobiliário. O PIB dos Estados Unidos passa dos 60%. O PIB da Europa, na média, passa de 40% no mercado imobiliário. A composição do PIB no mercado imobiliário participa disso.

            No Brasil, agora, depois de as grandes empresas irem para a Bolsa, levantando todo esse movimento que foi feito nos últimos cinco anos - vocês sabem bem o que estou dizendo -, de as empresas nascerem e fazerem esses lançamentos todos, agora, o PIB nacional está chegando a 5%, somente 5%. Se a gente dobrar mais de uma vez todo esse movimento que foi feito, se a gente chegar a 10%, vai precisar de muito trabalho, vai precisar de muitos corretores de imóveis, que, realmente, constroem a felicidade, principalmente dos mais humildes, da casa própria.

            Srs. corretores de imóveis, para mim, é uma honra poder ser um dos autores do requerimento desta sessão, com os demais Senadores.

            Nosso muito obrigado.

            Fiquem com Deus. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/08/2011 - Página 32952