Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do centenário de emancipação do Município de Juazeiro do Norte.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do centenário de emancipação do Município de Juazeiro do Norte.
Publicação
Publicação no DSF de 17/08/2011 - Página 33490
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, MUNICIPIO, JUAZEIRO DO NORTE (CE), ESTADO DO CEARA (CE), REGISTRO, HISTORIA, REGIÃO.

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente; Srªs e Srs. Senadores; Senador Eunício Oliveira; Senador Pimentel, nosso colega de bancada e coordenador da nossa bancada do Estado do Ceará; futuro Senador da República e Deputado Federal Arnon Bezerra; nosso representante da cidade de Juazeiro, diretamente, Prefeito Manoel Santana; nosso Vice-Prefeito José Roberto Celestino; nosso Procurador da República da 1ª Região Adonis Callou, aqui representando todo o Judiciário do nosso País; cumprimento também o Padre Venturelli, representando o clero de Juazeiro do Norte especialmente; cumprimento os nossos colegas Deputados Federais Manoel Salviano, Raimundo Gomes de Matos, que acompanham esta sessão; os homens da história que aqui estão presentes. Há pouco aprendi um pouco mais sobre Juazeiro. O primeiro também distrito a fazer a alforria dos seus escravos, que a conquistavam à medida que trabalhavam na construção da capela de Nossa Senhora das Dores, antigo distrito de Tabuleiro Grande, naquela grande região caririense do Crato; nossos artistas do povo, escritores que aqui estão, os homens da arte, do cinema; homenageio todos os que fazem a construção da arte, da história, da música popular brasileira, da música dos sertões nordestinos, na pessoa desta figura extraordinária, B. de Paiva, que aqui está entre nós. Grande cearense, já com uma carreira brilhante no Planalto Central.

            Esta é uma sessão conjunta, digamos assim, porque é uma sessão dos nossos três Senadores. Uma sessão do Senado Federal, articulada pelos Senadores cearenses e com apoio de todos os Senadores, que olharam e disseram: não é possível que esta data centenária passe sem a nossa presença, sem a nossa homenagem, sem que a mídia brasileira, através do Senado da República, minha cara Luciana Dummar, Presidente do Grupo de Comunicação O Povo, possa registrar este movimento feito pelo Congresso Nacional, meu caro professor Antônio, Vereador da cidade de Juazeiro - aqui eu o cumprimento em nome de todos os Vereadores do nosso Ceará, especialmente dos de Juazeiro do Norte.

            Quero homenagear o centenário de Juazeiro do Norte e, ao mesmo tempo, fazer uma homenagem ao Padre Cícero Romão Batista, que se estende também a todo o Cariri cearense, terra do artesanato, em couro e ferro; dos cordéis; das xilogravuras; dos sanfoneiros de oito baixos, feito Januário; dos reisados; dos tocadores de pífanos; dos mestres rabequeiros; das romarias em devoção a Padre Cícero; da força do simbolismo do beato José Lourenço, na luta do caldeirão e dos encantos da Floresta Nacional do Araripe, a primeira floresta nacional instituída pelo governo brasileiro no Segundo Império. E não podemos deixar de falar do Padre Ibiapina, precursor de todos esses.

            Esta data em que homenageamos Juazeiro também é uma data histórica para Juazeiro, para o Cariri, para o Ceará e para o Brasil, porque nasce, exatamente hoje, a Universidade Federal da região do Cariri. (Palmas.)

            Parabéns, Juazeiro! Parabéns, Cariri! Grande conquista, marco de um centenário.

            Juazeiro é, hoje, a terceira cidade mais populosa do Ceará e a maior do interior do Estado, um dos maiores centros urbanos do semiárido. Segundo dados do IBGE, a população de Juazeiro saiu de 179.566 habitantes, em 1991, para 249.939, em 2010. Calçados, confecção, artesanato e ourivesaria são atividades fortes na economia do Município. Hoje, o Cariri é o maior polo calçadista do Norte/Nordeste e o terceiro maior do Brasil, conquistas feitas ao longo desse centenário. É um dos mais importantes polos de desenvolvimento do Nordeste, onde se mostram com clareza as potencialidades de nossa região, onde podemos contemplar tudo o que já construímos e tudo o que ainda nos falta construir.

            O nome da cidade é uma homenagem a uma das árvores mais imponentes da caatinga, o juazeiro, o nosso pé de juá ou joá, como é conhecido no linguajar popular.

            Quando comemoramos o seu primeiro centenário, quero lembrar aqueles tempos primordiais, em que a história e o mito se confundem, e onde avultam figuras, que registramos, como o Padre Ibiapina, o Padre Cícero, o beato José Lourenço, Frei Damião, o Padre Peixoto, Floro Bartolomeu... Luís Carlos Prestes e Lampião também passaram por lá, naqueles tempos.

            Juazeiro constitui um caso raro de Município que alcança a sua emancipação política unindo a força das armas e a força da fé. É isso mesmo. A fé se organiza em torno da figura do Padre Cícero. Foi em consequência das notícias dos milagres que eram atribuídos ao sacerdote que a antiga vila de Tabuleiro Grande, distrito de Crato, transformou-se, em tempo relativamente curto - basicamente, entre a última década do séc. XIX e a primeira do séc. XX -, em agrupamento urbano mais populoso do que muitas cidades tradicionais do sertão cearense.

            Sua economia, igualmente, havia crescido de forma impressionante. Nas palavras do magnífico historiador e jornalista Lira Neto, em seu livro Padre Cícero - Poder, fé e guerra no sertão: “Já existiam vinte lojas funcionando em Juazeiro, além de outras vinte bodegas, dez armazéns, duas escolas públicas...”

            Abro um parêntese aqui, no citado do Lira, para dizer que é também das primeiras cidades dos sertões nordestinos a abrir escolas para as mulheres, porque, antes, o ensino era basicamente para os homens. Então, os salesianos tinham como obrigação abrir suas portas para as mulheres.

(...) Mas o que realmente chamava a atenção na paisagem e no burburinho econômico de Juazeiro eram as 138 oficinas dos mais diversos tipos de artes e ofícios. Havia de alfaiates a fogueteiros, de marceneiros a modistas, de ourives a ferreiros, de funileiros a pintores, de fundidores a sapateiros.

            Meu caro J. Alcides, você também me ensinava há pouco que Juazeiro não é só a romaria, não é só a fé em torno do Padre Cícero Romão Batista. Juazeiro é a indústria, é o negócio, é o comércio, que funciona desde os primeiros dias, inspirado no Padre Cícero.

Juazeiro, além do comércio religioso de imagens de santos, medalhinhas e fitinhas coloridas, descobrira a vocação para a manufatura. Cícero incentivava ao máximo a abertura desses pequenos negócios que traziam novas perspectivas de vida para os sertanejos, antes limitados ao trabalho como meeiros nas terras dos tradicionais coronéis. ‘Em cada casa um santuário, em cada quintal uma oficina’, pregava o padre.

            Assim, hoje, nós vemos o advento do pequeno negócio em nosso País, da micro e da pequena empresa sendo incentivada diretamente pelo Presidente Lula e, agora, pela Presidente Dilma.

            A demanda por emancipação foi consequência natural desse crescimento, mas encontrou forte resistência das forças políticas e econômicas que dominavam, então, o Município de Crato; e não conseguiu, em seus primórdios, sensibilizar o governo estadual. Os defensores da emancipação, entretanto, não estavam dispostos a desistir.

            Além das pregações e das articulações políticas desenvolvidas, principalmente pelo Padre Cícero, e das grandes mobilizações populares, passava-se a utilizar, cada vez com maior veemência, o poder da imprensa - nas páginas do jornal O Rebate, artigos inflamados, escritos pelo Padre Peixoto e pelo médico e político Floro Bartolomeu. Com as bênçãos do Padre Cícero, convocam a população da vila a lutar por sua independência.

            Essa chegou a ser anunciada em praça pública, pelo Dr. Floro, em 30 de julho de 1910, num dos muitos comícios então realizados, mas só viria a se efetivar quase um ano depois. Diante da ameaça de ocupação armada da vila, ordenada pelo intendente do Crato, a população de Juazeiro se arma e prepara a resistência. Após meses de tensão e com a intervenção do então Presidente do Ceará, a emancipação é, enfim, alcançada. Com a publicação da Lei nº 1.028, de 22 de julho de 1911, o novo Município recebe sua certidão de nascimento. O Padre Cícero foi seu primeiro prefeito.

            Alcançada a independência, o povo de Juazeiro depôs as armas, para voltar a empunhá-las em 1914, três anos depois, no episódio que ficou conhecido como “a sedição de Juazeiro”. Essa foi uma das mais marcantes entre as inúmeras disputas de poder que abalaram a República Velha. De um lado, o Município de Juazeiro, sob a liderança de Padre Cícero e de Floro Bartolomeu; do outro, o então Presidente do Ceará, Franco Rabelo, que tinha sob seu comando a força pública do Estado. A tropa, liderada pelo coronel do Exército Alípio Lopes de Lima Barros, partiu em direção a Juazeiro, com ordens de arrasar o exército sertanejo arregimentado por Padre Cícero e Floro, composto por camponeses, beatos e cangaceiros. Eles não sabiam que o Padre Cícero era muito mais sabido e não ia deixar acontecer o que aconteceu exatamente em Canudos. As armas modernas da tropa estadual foram derrotadas pelas espingardas, facas e foices dos sertanejos. Passando ao ataque, as forças de Juazeiro ocupam os Municípios de Crato, Barbalha, Estação Afonso Pena, Messejana, Maracanaú e Maranguape, isolando a capital, Fortaleza. Ao final, Franco Rabelo é deposto, eleições são convocadas e Padre Cícero é eleito Vice-Presidente do Ceará.

            A população de Juazeiro seria mobilizada mais uma vez, em 1926, a mando do então Presidente Arthur Bernardes, desta vez para auxiliar o Governo Federal na luta travada contra a Coluna Prestes, que, desde o ano anterior, percorria o interior do Brasil, enfrentando as forças federais e defendendo, já naquela época, um projeto nacional de desenvolvimento. Era o auge das revoltas tenentistas que antecederam a Revolução de 1930. Atendendo à convocação do Presidente, Floro Bartolomeu cria o chamado Batalhão Patriótico, formado pelos mesmos sertanejos que o acompanhavam há tanto tempo. Aquele, entretanto, não era um inimigo comum. Os homens da Coluna e o seu líder, o capitão Luís Carlos Prestes, haviam assumido ares de seres fantásticos na imaginação do povo brasileiro. As lendas sobre a invencibilidade da Coluna se espalhavam, principalmente entre as populações do interior. Não se sabe ao certo se a ideia partiu de Floro Bartolomeu ou do Padre Cícero, ou de ambos. O fato é que se resolve invocar, para combater aquela lenda, outra lenda dos sertões nordestinos. É assim que Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, recebe uma convocação, assinada pelo Padre Cícero, para juntar suas forças ao Batalhão Patriótico, sob a promessa de receber pagamento em dinheiro, anistia para si e seus homens e o título de Capitão.

            O restante da história é conhecido: o bando de Lampião e a Coluna não chegaram a se enfrentar, tendo a Coluna Invicta seguido seu caminho rumo à Paraíba.

            Não quero encerrar esta invocação dos tempos heróicos de Juazeiro sem me referir a outro personagem já citado no início do meu pronunciamento: o Beato José Lourenço.

            Devoto do Padre Cícero, José Lourenço havia arrendado terras no sítio chamado Baixa Dantas. Abro um parêntese para evocar novamente um mestre da história que está ali, ao lado do B. de Paiva. Ele também nos ensinava que Juazeiro é um assentamento feito nas terras de Nossa Senhora das Dores. E o povo que para ali foi não precisou comprar o terreno. Eles foram assentados nas terras que eram de Nossa Senhora das Dores e que, segundo Padre Cícero, se era de Nossa Senhora das Dores, sendo de Deus, todo mundo que pudesse chegar ao tempo e à hora poderia ter o seu lugar. E assim foi feito. O sítio Baixa Dantas se distinguia das demais fazendas por um importante detalhe: a produção era dividida de forma igualitária por todos os membros da comunidade. Isso, obviamente, desagradava enormemente os fazendeiros e coronéis da região, que traziam muito viva na memória a lembrança de Canudos.

            Mais tarde, José Lourenço transferiu-se com seus homens para outra fazenda, dando continuidade à sua experiência comunitária, que encontraria um fim trágico: a fazenda do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto.

            Em 1937, como resultado de uma ação conjunta do Exército Brasileiro e da Polícia Militar do Estado do Ceará, por terra e por ar - conta-se que foi o primeiro ataque aéreo da história do Brasil -, a comunidade do Caldeirão foi completamente destruída. Pelos números oficiais, foram 400 mortos, mas chega-se a falar em 700 vítimas da ação governamental. Enterrados em vala comum, em local não sabido, os corpos nunca foram encontrados. O beato José Lourenço conseguiu escapar, fugindo para Pernambuco. Retornaria a Juazeiro em 1946, já morto, para ser enterrado no Cemitério do Socorro. A Fazenda Caldeirão ficará guardada na memória do povo brasileiro como marco imorredouro em sua longa luta por igualdade e justiça.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, convidados, existem momentos privilegiados na vida dos povos; momentos que resumem em um pequeno nódulo de tempo a totalidade de um processo histórico de longo prazo, retomando aspectos do passado, convulsionando o presente e permitindo que se vislumbre a face do futuro. Os anos que assistiram à criação e consolidação do Município de Juazeiro do Norte trazem essa marca.

            A história da fundação de Juazeiro reúne e revela, para quem sabe ver, os vários momentos da história do Brasil. Recolhe os resquícios do nosso passado tão desigual. Traz à luz a luta constante de nosso povo para construir seus próprios caminhos, frente a um poder central dominado, desde sempre, pelos poderosos de dentro ou de fora. Anuncia os novos tempos, em que a voz desse povo se fará ouvir cada vez mais forte.

            Meu caro Professor Jesualdo, Reitor da Universidade Federal do Ceará, citamos aqui a criação desta nova Universidade, que, em sua implantação, digamos, está ao encargo de V. Sª, que, tenho certeza, conduzirá a bom termo, mas ela nasce com a presença já de um cenário acadêmico na região do Cariri. Ali, já estava a Universidade Federal, o Instituto Tecnológico, a Universidade Estadual (Urca); ali, assentado naquele solo, já estão inúmeras outras faculdades particulares. Há uma efervescência em todo o Juazeiro; há uma efervescência em todo o Cariri. Podemos dizer que este povo, bravo, que lutou àquele tempo, tem parte nisso. Eles são parte deste momento que vivemos agora. 

            Invocamos aqui muitos nomes que ainda hoje acendem a imaginação dos historiadores e cientistas sociais, dos romancistas e poetas. Cito uma vez mais: Padre Cícero, Floro Bartolomeu, José Lourenço, Lampião, Luís Carlos Prestes. São homens que deixaram sua marca na história; e só puderam fazê-lo porque souberam resumir e representar em suas próprias vidas, cada um a seu modo, a vida e os anseios do povo.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no Cariri, há cem anos, quando ninguém falava em ecologia, o Padre Cícero, como extraordinário homem de vanguarda que foi, antecipava-se e ensinava preceitos ecológicos aos romeiros. Eram coisas simples, como:

Não derrube o mato nem mesmo um só pé de pau.

Não toque fogo no roçado nem na caatinga.

Não cace mais e deixe os bichos viverem.

Não crie o boi nem o bode soltos.

Faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer.

Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza.

Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva; represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta;

Plante cada dia pelo menos em pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só;

Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca.

            O cineasta Rosemberg Cariri nos assegura que:

A grande contribuição do Cariri, ao Brasil e ao mundo, não se dá apenas pela cultura letrada e erudita, nem mesmo pelo vigor de sua economia ou da sua importância política regional. Os tesouros mais valiosos dessa região são as culturas populares, que possibilitam um verdadeiro renascimento artístico, síntese e ensaio de uma brasilidade aberta para o universal.

            É esse povo que quero homenagear ao final do meu pronunciamento. Foi esse povo lutador que, ao longo dos anos, vem pagando com sangue e suor a construção de sua própria história; quem concedeu substância aos grandes nomes aqui citados. Foi ele que construiu Juazeiro do Norte e a trouxe até os dias atuais, até o séc. XXI, quando novas conquistas e novos desafios nos esperam.

            Só venceremos esses desafios, só alcançaremos essas conquistas se soubermos manter viva, dentro de nós, a força tantas vezes demonstrada por esse povo, por esses beatos e cangaceiros, camponeses e artesãos, alfaiates e fogueteiros, marceneiros e ourives, pintores e sapateiros. São eles que fizeram e que fazem a verdadeira riqueza de Juazeiro do Norte, do Ceará, do Brasil.

            Para finalizar, recorro ao mestre do Assaré, em sua Saudação ao Juazeiro do Norte.

            Diz o poeta, meu caro Machado, historiador, livro magnífico. Diz Patativa:

Mesmo sem eu ter estudo

Sem ter do colégio o bafejo,

Juazeiro, eu te saúdo

Com o meu verso sertanejo.

Cidade de grande sorte,

De Juazeiro do Norte

Tens a denominação,

Mas teu nome verdadeiro

Será sempre Juazeiro

Do Padre Cícero Romão.

            Muito obrigado.

            Parabéns a Juazeiro e ao seu povo. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/08/2011 - Página 33490