Pronunciamento de José Pimentel em 16/08/2011
Discurso durante a 136ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Comemoração do centenário de emancipação do Município de Juazeiro do Norte.
- Autor
- José Pimentel (PT - Partido dos Trabalhadores/CE)
- Nome completo: José Barroso Pimentel
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Comemoração do centenário de emancipação do Município de Juazeiro do Norte.
- Publicação
- Publicação no DSF de 17/08/2011 - Página 33493
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, CENTENARIO, MUNICIPIO, JUAZEIRO DO NORTE (CE), ESTADO DO CEARA (CE), REGISTRO, HISTORIA, DESENVOLVIMENTO ECONOMICO, REGIÃO.
O SR. JOSÉ PIMENTEL (Bloco/PT - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Senador Eunício Oliveira, Presidente da nossa sessão; Exmºs Senadores companheiros do Ceará, que subscrevem o requerimento para a realização desta sessão solene; nosso Prefeito de Juazeiro do Norte, companheiro Santana - a este nome grande Raimundo Santana a gente nunca se habitua, Santana. Só queremos chamá-lo sempre pela intimidade que a gente tem, pela amizade que a gente cativa, de Dr. Santana -; quero dar um forte abraço no senhor, nosso companheiro Deputado Federal e Coordenador de todos nós do Estado do Ceará, Deputado Arnon Bezerra.
Um forte abraço também no Sr. José Adonis Callou de Araújo Sá, nosso Procurador da República - gosto de falar Procurador da República pelo que representa a palavra e pelo que fazem por este País; um forte abraço no nosso José Roberto Celestino, Vice-Prefeito que tem feito um trabalho significativo, particularmente em torno do aeroporto daquela região; um forte abraço no meu amigo Padre José Venturelli, nosso pastor, nosso padre que acompanha todo aquele setor fundamental das nossas igrejas do Cariri; um abraço na amiga de todos nós, a nossa Presidenta do Grupo de Comunicação O Povo Luciana Dummar, que muito envaidece todos nós aqui no Congresso Nacional e no Senado Federal pela presença, pelo que representa na formação da opinião pública no nosso Estado, na nossa região; um forte abraço no Sr. Fábio Campos e Arlen Medina, dois jornalistas de muita expressão e credibilidade do nosso Estado, o Ceará - sejam bem-vindos.
Quero dar um abraço no nosso Reitor Jesualdo Farias, que hoje premia todo o Ceará, todo o Nordeste, todo o Brasil com mais uma universidade, ao lado de três outras, totalizando quatro - a nossa Presidenta Dilma Rousseff assinou um decreto criando essa universidade. Um abraço nos nossos vereadores. Quero saudar também todas as mulheres aqui presentes no nome da Dona Sônia, que é quem tem mais juventude acumulada de todos nós, por isso, representa muito bem as bravas mulheres do Cariri e do nosso Ceará.
Queria começar registrando que Juazeiro do Norte, ao completar seus 100 anos de criação, de emancipação no último dia 22 de julho, não teria uma data melhor, nosso Prefeito Santana, para fazer a comemoração do que nesta sessão solene, neste dia 16 de agosto, quando o Brasil, a República resolve ampliar a oferta de universidades públicas gratuitas e de qualidade para o nosso povo e uma delas está exatamente sediada na nossa cidade de Juazeiro do Norte, contemplando todo o nosso Cariri, como resultado do campus avançado de Barbalha, do Crato e de Juazeiro. Portanto, a criação dessa universidade, que era um sonho acalentado há muito tempo por todos nós, se torna realidade, não esquecendo de que, ao longo dos últimos cinquenta anos, o nosso Estado, o Estado do Ceará, tinha apenas uma universidade federal em Fortaleza, muito importante.
Eu mesmo sou formado em Direito e devo isso à nossa UFC. Se a gente observar os nossos pares, grande parte da nossa bancada de Deputados Federais e Senadores, todos passaram pelos bancos, como a gente diz, da nossa Universidade Federal do Ceará. E o nosso Jesualdo, ao lado de tantos outros que ali geriram aquela casa, teve o cuidado, a partir do início deste século, ou seja, do século XXI, de criar o processo de expansão.
O Presidente Lula criou a Unilab, uma universidade voltada para o resgate da cultura dos irmãos que também falam a língua portuguesa, em especial aqueles de cor preta; uma universidade que visa a resgatar a dívida que o Brasil tem para com os povos africanos, os afrodescendentes, e que funciona em Redenção. Agora estamos tendo a terceira universidade no Ceará, exatamente no nosso Cariri, sem esquecer que, junto com essa universidade que nós estamos criando no Estado do Ceará, foram também autorizadas três outras: duas na Bahia e uma no Pará, ou seja, exatamente onde o Estado nacional tinha pouca presença.
Além disso, estamos também criando mais 120 escolas profissionalizantes, ou seja, nossos Institutos Federais de Tecnologia. Desses, 6 no Estado do Ceará: 1, em Itapipoca; outro em Paracuru, outro em Maranguape, em Horizonte, Boa Viagem e lá em Acopiara. Nós, que tínhamos apenas 5 escolas técnicas federais, em 2003, no Estado do Ceará, estamos indo agora, com mais essas 6, para 28 escolas técnicas federais, no Estado do Ceará, os atuais Institutos Federais de Tecnologia.
Lembramos que o nosso Governador Cid Ferreira Gomes está construindo 128 escolas profissionalizantes, e o nosso Cariri é uma região bastante premiada pela presença do governo estadual, do Governo Federal e do poder local no ensino, dando continuidade ao antigo ensinamento do Padre Cícero, que dizia: “Em cada sala, um altar; em cada quintal, uma oficina”. E o binômio fé e trabalho é a base de toda a formação política e cultural daquela região. É essa a forma de fazer, como muito bem o nosso Senador Inácio Arruda aqui já fez referência.
Criamos ali no Cariri e naquela região, em Juazeiro do Norte em especial, um forte polo de pequenos negócios, de pequenos empreendedores. A criação do Simples Nacional é exatamente o forte instrumento que temos tido para enfrentar as grandes crises econômicas que a humanidade está passando, a segunda maior crise econômica. Tivemos uma em 2008. O Brasil sofreu um pouco, mas com os ensinamentos do Padre Cícero junto aos pequenos negócios, ao empreendedorismo individual, à micro e à pequena empresa e à formação do mercado nacional, nós sofremos um pouco com essa segunda grande crise econômica, mas fomos também um dos primeiros países do mundo a superá-la.
Já no ano seguinte, em 2010, nós gerávamos 2,5 milhões de novos empregos com carteira assinada, empregos de verdade, sobre o saldo que tínhamos em 2009. Quando você analisa esses 2,5 milhões de empregos gerados em 2010, verifica que 80% deles estão nas empresas que têm até 99 empregados. E quando a gente analisa a economia da cidade de Juazeiro do Norte, percebe que são poucos os estabelecimentos que têm mais de 99 empregados. Não é diferente do Estado do Ceará nem do resto do território nacional. Se fizermos outro corte nas empresas que têm apenas quatro empregados, daqueles 2,5 milhões de empregos, 52% dos empregos gerados em 2010 estão nas empresas que têm até 4 empregados, que é exatamente a base da economia de Juazeiro do Norte. É por isso que, quando você abre a geração de emprego no Estado do Ceará, verifica que é exatamente esse setor da economia, seja em Fortaleza, seja em Juazeiro ou nas outras cidades do Ceará, que mais emprega e mais gera emprego.
Nesses sete primeiros meses de 2011, já geramos 1,570 milhão novos empregos com carteira assinada sobre o saldo que tínhamos em dezembro de 2010. E neste 2011, a meta do Estado nacional é gerar novamente 2,5 milhões de empregos a mais. E essa distribuição, até 99 empregados, continua sendo responsável por 80% deste 1,570 milhão empregos que geramos em 2011.
Quando a gente analisa a economia do nosso Juazeiro do Norte, eu não esqueço nunca os atos praticados na década de 1990, em que foi preciso desativar a metade da agência do Banco do Brasil naquela cidade, porque não havia negócios, não tinha quem quisesse tomar dinheiro emprestado. Foi preciso tirar dali dois terços dos bancários naquela cidade porque não tinha negócio a ser firmado no Cariri.
A partir de 2003 houve a decisão política de acreditar nas famílias brasileiras, nos pequenos negócios, no povo brasileiro e nesse grande projeto que o nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva abraçou. Nós terminamos de inaugurar, no mês de julho, a terceira agência do Banco do Brasil na cidade de Juazeiro do Norte. Ou seja, em um curto de espaço de tempo, uma cidade que, em 1997, teve que vender, desativar, a metade do prédio que tinha, porque era ociosa - e vendemos para o Poder Judiciário -, agora, em 2011, passa a ter três agências exatamente em face da pujança, do crescimento econômico daquela região.
Temos ali outros bancos públicos, a exemplo do BNB, da Caixa Econômica Federal, um conjunto de bancos privados, como o Bradesco, o Itaú e tantos outros que ali têm seus negócios. Isso mostra exatamente, nosso Prefeito Santana, a Fortaleza o que V. Exª está fazendo por aquele Município, porque não tem investimento público e privado onde não haja também uma gestão voltada para esse processo. Foi isto que o nosso Padre Cícero sempre desejou de todos nós: que fôssemos capazes de desenvolver a região, aglutinar, gerar trabalho e melhorar a qualidade de vida.
Quando a gente analisa a construção de um complexo de saúde pública como aquele que o nosso Governador Cid Ferreira Gomes fez em Juazeiro, um grande hospital de referência regional que inauguramos - parte está começando a entrar em funcionamento enquanto que, ao mesmo tempo, estamos contratando os trabalhadores do setor da saúde para ali exercerem suas atividades -, fica demonstrada a preocupação do Poder Público para com a saúde dos mais pobres, dos mais sofridos. Como muito bem sabe V. Sª, nosso Prefeito, aquele público tinha que se deslocar ora para Recife ora para Fortaleza, aproximadamente 550 km à procura de saúde de média e alta complexidade, quando não conseguia ser atendido nas nossas fundações ali de Barbalha.
Agora, com aquele grande complexo de saúde pública, também é possível oferecer boas condições para a formação da mão de obra dos nossos profissionais de saúde, em especial de medicina, dos dois cursos muito importantes que temos na região: um na nossa Universidade Federal do Ceará e outro em uma universidade particular que ministra, que forma mão de obra e ajuda muito na saúde do nosso povo.
Quando a gente vai para o mundo da agricultura familiar, que é a base da agricultura no Cariri, verifica que está sendo construída uma Ceasa para aglutinar toda a produção, agregar valor à agricultura familiar e diminuir o preço para as famílias que precisam daqueles produtos.
Quanto à moradia, afinal todos querem ter um local para morar, Juazeiro do Norte é uma cidade que recebe centenas de milhares de homens, mulheres e famílias. Especialmente aqueles que chegam à terceira idade e se aposentam, após receberem o benefício da nossa Previdência Social, têm o grande desejo de estar próximos da imagem do Padre Cícero, da sua estátua, de receber as suas bênçãos, ter a sua casa própria e esperar que o nosso Criador os possa levar.
Exatamente por isso, através do Programa Minha Casa, Minha Vida, que a nossa Prefeitura se preparou. Mais de 1.000 moradias estão sendo construídas e um conjunto de outras sendo agendadas, contratadas, exatamente para que possamos gerar emprego, gerar riqueza e, acima de tudo, fazer com que quem tenha uma sala tenha um altar, quem tenha um quintal, tenha um negócio, mas que tenha uma casa maior também para morar, porque hoje as exigências são outras.
Exatamente por isso, nosso Senador Inácio Arruda, nosso Senador Eunício Oliveira, acredito que já fizemos muitas sessões solenes, mas reputo uma das mais importante exatamente esta em que estamos referenciando uma cidade que nasceu da fé, nasceu na teimosia, cresceu e hoje é um orgulho de todos nós.
Para finalizar, queria registrar que o Grupo O Povo, nesse Anuário de 2011, resolveu homenagear exatamente os 100 anos da nossa Juazeiro do Norte. Por isso, nossa Presidente Luciana Dummar, não teria momento melhor para entregar, pedir ao Senado Federal para que o leve para a Biblioteca desta Casa, a fim de que, daqui a 100 anos, quando outros cearenses Senadores aqui estiverem, possam lembrar dos 100 anos em que comemoramos o aniversário de Juazeiro e que Inácio Arruda, Eunício Oliveira e José Pimentel eram Senadores. Com as bênçãos de Deus, queremos estar aqui cada um com uma bengalinha dizendo: “Duzentos anos, também presentes.”
Muito obrigado! (Palmas.)