O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, que garantem a total audiência desta sessão democrática e transparente, com todo mundo acompanhando de todos os pontos do Brasil, tive a honra de participar, na noite do último domingo, do ato de inauguração da Ponte da União, sobre o rio Juruá, no extremo ocidente do Brasil, no Estado do Acre, na cidade de Cruzeiro do Sul.

            Do ato participaram também o Senador Jorge Viana; o Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que representou a Presidenta Dilma; e o Governador Tião Viana, que foi um perfeito anfitrião e responsável por uma festa inesquecível para aquele povo do Alto Juruá, da cidade de Cruzeiro do Sul e de todos os Municípios vizinhos, porque todos se fizeram representar por um grande número de pessoas de Thaumaturgo, de Porto Walter, de Rodrigues Alves, de Mâncio Lima, e a alegria foi incontida.

            Foi uma noite de lua exuberante, para homenagear a maior e mais bonita ponte do Acre e uma das mais modernas pontes da Amazônia e do Brasil. Aliás, é a única ponte do Brasil projetada para resistir a abalos sísmicos, porque a cidade de Cruzeiro do Sul fica ali na fronteira com o Peru e é a cidade do Brasil que, em caso de haver algum tipo de abalo sísmico no País, será a primeira a ser atingida. Por isso, a ponte do rio Juruá é a primeira do Brasil a ser projetada antiabalos sísmicos.

            Vale a pena ressaltar também que essa ponte é como uma cereja do bolo na maior obra em construção no Acre, que é a BR-364. A BR-364 tem, em sua extensão, algo como 670 km e é uma obra que vem sendo executada há vários anos. A BR-364 foi iniciada em 1968. Só nestes últimos 12 anos de governos da Frente Popular, com a presença inicial do Governador Jorge Viana, depois, com o Governador Binho, e agora, com o Governador Tião Viana, é que ela teve o maior impulso em termos de construção. No período de 1994 a 1998, teve também uma contribuição importante do Governador Orleir Cameli, que deu início do km 50, partindo de Rio Branco até Sena Madureira, e também um pouco vindo de Cruzeiro do Sul. Mas o forte mesmo da construção aconteceu nesses 12 anos, somados 8 anos do Governador Jorge Viana, 4 anos do Governador Binho.

            E agora, neste ano de 2011, está sendo o ano com a maior mobilização de máquinas, equipamentos pesados e pessoas, uma grande mobilização de operários para que essa obra possa ser inaugurada em 2012 pela Presidenta Dilma.

            Aliás, um aspecto muito importante a ser ressaltado é que, se não tivesse a continuidade desses governos, tanto no plano nacional quanto no plano estadual... No plano nacional, tivemos o apoio incondicional do Presidente Lula ao longo desses oito anos, e agora temos a continuidade desse apoio com a Presidenta Dilma, um apoio que foi fortemente reforçado com a presença do Ministro Paulo Sérgio Passos na inauguração da ponte, quando todos os compromissos foram assumidos no sentido de que as liberações dos recursos previstos aconteçam no cronograma correto, de tal maneira que possamos ter garantida a intenção de, no ano de 2012 - até meados de 2012 ou do meio para o final de 2012 -, termos a inauguração dessa obra, que vai fazer a ligação, de ponta a ponta, do Estado do Acre. Temos uma via que é a Interoceânica, através da BR-317, que segue rumo ao Peru e vira a Interoceânica; e temos esse outro caminho que cruza com a BR-317, que é a BR-364, que vai de Rio Branco a Cruzeiro do Sul.

            Especificamente em relação à ponte sobre o rio Juruá, é muito importante resgatarmos que o Governador Tião Viana fez questão de fazer uma homenagem toda especial a todo mundo que contribuiu para a realização dessa ponte, especialmente ao Presidente Lula, que liberou todos os recursos e que foi sensível ao pleito do Governador Binho. Quando o Governador Binho apresentou a proposta da construção das pontes, houve, como sempre há, aquela opinião técnica fria, no sentido de dizer: “Olha, mas cinco pontes nessa estrada onde a produção é pequena não vão ter retorno econômico suficiente para justificar uma obra dessa magnitude”. Mas o Presidente Lula, com sua sensibilidade peculiar, falou; “Independentemente da importância econômica, temos de dar atenção para aquele povo, e aquele povo merece essa ligação”. Então, o Presidente Lula foi decisivo ao atender ao pleito do Governador Binho. Vale até ressaltar uma historinha que se conta dessa reunião, em que o Presidente Lula fez uma afirmação muito objetiva: “Estrada sem ponte é como perna sem joelho. Tem de ter a ponte”. E sentenciou sua equipe técnica. Daí para frente, não se parou de trabalhar no sentido de construir as pontes sobre todos os rios que cortam a BR-364, de Sena Madureira até Cruzeiro do Sul.

            Vale reforçar que o Governador Binho teve uma participação muito importante - e, por isso, ele foi homenageado pelo Governo Tião -, porque o Governador Binho já deixou prontas, construídas, já se passando por cima, as pontes sobre o rio Caeté e sobre o rio Purus, e deixou praticamente concluídas as pontes sobre o rio Envira, o rio Tarapacá e o rio Juruá, em Cruzeiro do Sul. Essa ponte sobre o rio Juruá foi agora concluída pelo Governador Tião Viana. É uma ponte de 550 metros, uma ponte estaiada, que liga o centro de Cruzeiro do Sul ao bairro Miritizal, mas faz a ligação, pela variante, à BR-364. Como eu disse no início, é a cereja do bolo desse grande projeto físico que está acontecendo no Acre, dessa grande obra que é a da BR-364.

            E, Presidente, só para reforçar o quanto essa obra é significativa para o povo do vale do Juruá, vou contar aqui uma historinha que está sendo publicada e que foi ouvida a respeito dessa ponte. Diz-se que um professor de OSPB, na década de 80, estava falando sobre utopia para os seus alunos. Daí um aluno falou assim para o professor: “Mas, professor, dê um exemplo de utopia”. Aí o professor pensou um pouquinho e falou: “Utopia é alguém dizer que vai construir uma ponte sobre o rio Juruá”. Ou seja, era algo tido como impossível, e o impossível tornou-se realidade nas mãos desses gestores que temos nos últimos doze anos, conduzindo os destinos do povo do Acre.

            Por isso, Senador Ataídes, fico muito orgulhoso em ocupar a tribuna do Senado da República para fazer esse registro, para fazer o registro de que a política praticada com ética, com decência, com responsabilidade produz frutos excepcionais para melhoria da qualidade de vida de todo o povo. E o mesmo eu digo em relação a tudo o que vem acontecendo no plano nacional. Se a gente tem o reflexo dos resultados da boa política no plano estadual, na melhoria da qualidade de vida do nosso povo do Acre, o mesmo eu devo dizer que testemunho no plano nacional. A gente tem visto, desde o governo do Presidente Lula, que algo de muito interessante tem acontecido na vida do povo brasileiro, e agora, com a Presidente Dilma, essa mudança para melhor tem sequência com muita força e com muita ênfase na produção, com muita ênfase na busca da qualificação profissional. Veja que programa fantástico esse da expansão da rede de ensino profissionalizante e de ensino superior que a Presidenta Dilma lançou hoje. Isso apontando um rumo no sentido da continuidade daquilo que o Presidente Lula iniciou: o Presidente Lula pegou algo como 140 escolas técnicas no Brasil e entregou seu governo com 354 escolas técnicas. Quer dizer, tivemos um salto de 214 escolas técnicas produzidas no governo do Presidente Lula. E, agora, a Presidente Dilma lança esse plano de expansão do ensino profissionalizante com o ensino superior, prevendo mais 208 escolas técnicas e, pelo menos, mais 16 universidades federais, de tal maneira que a gente nota o Brasil sendo visto em todas as suas dimensões, principalmente aqueles Estados mais isolados, que passam por maiores dificuldades, do Norte e do Nordeste. Todos serão contemplados com institutos federais de ensino, buscando a preparação técnica dos alunos, e também, no ensino superior, com as universidades federais.

            Mas, Sr. Presidente, vinha falando da importância dessa ponte sobre o rio Juruá para o povo do vale do Juruá, a Ponte da União. Ela tem um significado muito especial. Veja só que o povo do Miritizal, que ficava a distância do rio, do centro de Cruzeiro do Sul, não tinha acesso a uma ambulância, não tinha acesso a um carro de polícia, não podia fazer uma ronda; para atravessar o rio Juruá tinha que ir pela balsa a vários quilômetros de distância, ou seja, se houvesse qualquer situação de emergência, ou se valia das canoas, ou, se houvesse qualquer veículo rodoviário para chegar ao bairro do Miritizal, tinha que se fazer uma volta muito grande. Agora ficou a cinco minutos. Vai ter assistência plena esse povo.

            A ponte do Juruá é uma soma das tecnologias utilizadas em outras pontes modernas do Estado do Acre, a exemplo da terceira e da quarta pontes de Rio Branco. E vale aqui destacar que a ponte do Juruá é um marco na integração do Estado do Acre. Sua construção demorou pouco mais de dois anos e foi iniciada ainda na gestão do Governador Binho Marques, com apoio do Presidente Lula.

            Como bem disse o Governador Tião Viana, a Ponte da União simboliza a realização dos propósitos para que o Acre possa participar efetivamente da economia brasileira e mundial.

            Embora não houvesse uma fronteira formal entre os moradores do Miritizal e de Lagoa, havia, sim, uma barreira física natural. Antes da construção dessa ponte, havia essa barreira do rio que impedia esse acesso. A barreira do rio Juruá dificultou, por anos, o acesso aos serviços básicos e essenciais a muitas famílias. Ainda que estivessem a pouca distância do centro de Cruzeiro do Sul, elas se encontravam isoladas.

            Os moradores do bairro Miritizal tinham dificuldades para serem socorridos ou resgatados, pois não podiam contar com as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o Samu. Os carros da polícia também só podiam chegar aos bairros Miritizal e Lagoa se atravessassem o rio em balsas. Imaginem só: a gente tem essas dificuldades como um passado, porque, no último domingo, essa página da história foi virada, e, agora, o povo do Miritizal e de Lagoa tem acesso ao centro de Cruzeiro do Sul com veículos a qualquer momento.

            Ao mesmo tempo, Sr. Presidente, quero informar que, no sábado, houve a inauguração do Hospital Materno-Infantil de Cruzeiro do Sul, um hospital fantástico, que contou com a presença do Ministro Alexandre Padilha, dando início ao programa nacional da Presidenta Dilma. Quero ainda destacar que o Ministro Alexandre Padilha, ao anunciar lá no Acre o Programa Cegonha, pôde ver de perto a qualidade dessa obra de R$9 milhões, que é algo também absolutamente qualificado dentro do programa de saúde pública do Governo do Acre.

            Essa obra do Hospital Materno-Infantil é uma das mais qualificadas em termos de assistência à mulher e de condições para um acompanhamento em todos os momentos da gravidez. Na hora do parto, as parturientes poderão fazer a opção pelo parto n’água ou pelo parto tradicional, sempre com incentivo ao parto normal, de tal maneira que isso vai estar plenamente afinado com o objetivo do programa nacional de Governo, que prevê maior atenção à mulher e à criança.

            A Rede Cegonha é uma estratégia de saúde criada diretamente pela Presidenta Dilma para reduzir os índices de mortalidade materno-infantil no Brasil, em especial na Amazônia, com foco no pré-natal, parto, pós-parto e nos primeiros dois anos de vida do bebê.

            A maternidade de Cruzeiro do Sul conta com salas de parto diferenciadas. Uma delas é a do parto na rede, feita para atender mulheres indígenas, cujo costume é ter o parto em pé, com o apoio de uma rede. Outro diferencial é o parto na água, um tipo de parto que geralmente só é oferecido em clínicas particulares.

            Sr. Presidente, eu trago esse conjunto de informações a respeito de todas essas ações que aconteceram no final de semana, nessa agenda da qual pude participar com o Governador Tião Viana, justamente para poder me contrapor a esse ambiente que se cria, às vezes, como se a política fosse a arte do enfrentamento permanente e simplesmente das acusações, das denúncias, da busca da criação de dificuldades para a governabilidade. Mas o que nós temos no momento é um governo que está dando certo no Acre e no Brasil e por isso eu me orgulho muito de pertencer a esse projeto que está dando certo, tanto com a Presidente Dilma, no plano nacional, quanto com o Governador Tião Viana, lá no Estado do Acre.

            E vale a pena ressaltar que essa agenda da qual participei com o Governador Tião Viana teve início em Rio Branco. A gente fez todo o percurso da estrada de carro. Pudemos passar em Sena Madureira, em Manoel Urbano, em Feijó, em Tarauacá e, ultimamente, em Cruzeiro do Sul. Particularmente, em Tarauacá, onde pernoitamos, tivemos a atenção toda especial da comunidade, das autoridades locais e de alguns amigos que são sempre muito carinhosos conosco quando temos a oportunidade de passar e fazer uma visita. Fomos muito bem recebidos lá pelo Serginho, pelo Sr. Rames, pela família do Serginho e do Sr. Rames, que nos ofereceu um jantar. Pudemos ter um carinho todo especial daquele povo a quem a gente agradece muito, porque quando a gente pode passar numa comunidade, cada vez que a gente passa em algum dos Municípios do Acre, a gente sente a atenção e o carinho que cada uma daquelas pessoas tem para com a gente e a satisfação que tem em nos receber.

            E o interessante é que a curiosidade toda que eles apresentam tem muito a ver com as nossas aparições aqui na TV Senado, porque a gente aparece aqui, faz as discussões, faz as defesas aqui no Plenário e sempre encontra uma ou outra pessoa cumprimentando, emitindo uma opinião, um parecer a respeito de algo que houve aqui na TV Senado.

            Então, hoje, a gente aproveita para dar um alô especial a todas as pessoas que estiveram conosco em Sena Madureira, em Manoel Urbano, em Feijó, em Tarauacá e em Cruzeiro do Sul e dizer que vamos seguir adiante, porque tem muitas coisas interessantes acontecendo e esse programa de governo do Governador Tião Viana é algo que vai contribuir imensamente para a melhoria da qualidade de vida do nosso povo.

            Inclusive o programa de piscicultura que o Governador Tião Viana está desenvolvendo vai ter um reforço especial. O Governador pediu atenção especial. Qualquer emenda que tivermos que fazer vamos destinar à construção de açudes, porque eles irão permitir que mais e mais famílias produzam peixes, tanto para sua alimentação quanto para aumentar a sua renda.

            Com a construção de estrada, de açudes e a busca da construção da indústria para filetagem dos pescados, para poder buscar mercados com um produto mais qualificado, a soma desses esforços todos permitirá um desenvolvimento regional muito mais interessante, muito mais forte, o que vai permitir uma qualidade de vida melhor e um índice de felicidade maior para as nossas populações, tanto as ribeirinhas, quanto as das estradas, que decidirem se envolver, como estão se envolvendo, com esse projeto de piscicultura.

            Senador Ataíde, é incrível o quanto estão mobilizados. Um encontro de piscicultores, em Rio Branco, com o Ministro Luiz Sérgio, reuniu mais de mil e duzentos piscicultores, ou seja, está havendo uma adesão em massa a esse programa, porque todos estão sentindo que se trata de algo que verdadeiramente produzirá resultados muito interessantes para o povo do Acre.

            Era isso, Sr. Presidente, que tinha a dizer nesta sessão de hoje. Trazer aqui o meu testemunho em favor dos esforços que estão sendo empreendidos pelo Governador Tião Viana e também pela nossa Presidenta Dilma, que está nessa luta de combate à miséria e à fome, sempre investindo na inclusão socioprodutiva, na produção familiar e também na educação, buscando formar a juventude nessa área técnica, para que possa ter oportunidade de emprego no futuro.

            Era isso. Muito obrigado, Sr. Presidente.