Pronunciamento de Walter Pinheiro em 18/08/2011
Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Satisfação com o lançamento, na Bahia, pelo consórcio do rio Paraguaçu, de uma plataforma por meio de balsa que ajudará o Brasil na exploração de petróleo. (como Líder)
- Autor
- Walter Pinheiro (PT - Partido dos Trabalhadores/BA)
- Nome completo: Walter de Freitas Pinheiro
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA ENERGETICA.:
- Satisfação com o lançamento, na Bahia, pelo consórcio do rio Paraguaçu, de uma plataforma por meio de balsa que ajudará o Brasil na exploração de petróleo. (como Líder)
- Aparteantes
- Antonio Carlos Valadares.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/08/2011 - Página 34397
- Assunto
- Outros > POLITICA ENERGETICA.
- Indexação
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- REGISTRO, LANÇAMENTO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ESTADO DA BAHIA (BA), PLATAFORMA CONTINENTAL, MOVIMENTAÇÃO, AUXILIO, EXPLORAÇÃO, PETROLEO, MAR TERRITORIAL, PAIS.
O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero, na tarde de hoje, fazer um registro muito importante. Diria até que é motivo de muito orgulho, para todos nós da Bahia, o momento em que acabamos de dar um passo fundamental, com contribuição de tecnologia, de novas técnicas de exploração de petróleo, ao mesmo tempo, utilizando a experiência da nossa Petrobras e a criatividade do povo baiano, quando o consórcio do rio Paraguaçu lança uma importante iniciativa, que vai ajudar o Brasil na exploração de petróleo, com o lançamento de uma plataforma por meio de balsa.
Essa operação, Sr. Presidente, é tradicionalmente feita através de um dique seco - Senador Valadares, que é um homem experiente, sabe disso - e de uma rampa fixa. Mas a inexistência dessas estruturas no local, onde a plataforma foi construída, levou o Consórcio Paraguaçu a promover o desenvolvimento de uma nova tecnologia e obviamente o lançamento a que me refiro agora.
Esse lançamento coloca a Bahia - é claro! - e o consórcio em destaque nessa área de engenharia que poderíamos acentuar - de offshore, claro - em todo o mundo.
O procedimento ocorreu no dia 24 de junho no rio Paraguaçu, o recôncavo da Bahia, as águas do Paraguaçu, onde, durante anos e anos, assistimos, obviamente através do canto do poeta, dos registros históricos, as histórias do nosso vapor de cachoeira. Ou como o nosso poeta Caetano cantava muito lá: “O vapor de cachoeira que não navega mais até o mar”.
A saída dos saveiros, nesse mesmo Paraguaçu, no recôncavo da Bahia, portanto, agora, a plataforma que deslizou suavemente da balsa estabilizou seu casco flutuante sobre o leito do rio.
Esse sucesso ou o sucesso desse procedimento comprovou a criação de um novo método para lançamento de plataformas autoelevatórias ou jack up e os seus similares, como destaca uma edição especial do informativo do próprio Consórcio do Paraguaçu.
Essa opção tem sobre a operação tradicional a vantagem de custo reduzido e de uma maior flexibilidade, sobretudo quanto à estrutura necessária para realizar essa operação, sem falar de que se trata de uma tecnologia desenvolvida exclusivamente e totalmente no Brasil.
O seu desenvolvimento inclui a construção de modelos reduzidos em escala de 1:50, possibilitando o cruzamento dos dados obtidos via modelo matemático, ou seja, um software que simula o lançamento de forma virtual, com informação obtida na simulação nos tanques de provas no laboratório oceânico no Rio de Janeiro.
Sr. Presidente, eu quero acentuar essa importante aplicação no campo prático, Senador Paim, V. Exª que é testemunha dessa nossa permanente defesa dos investimentos em ciência, tecnologia, desenvolvimento tecnológico em pesquisa. É importante salientar a construção e operação dessa plataforma, o seu lançamento no mar. Portanto, fica patenteado que a Bahia dispõe hoje de uma indústria e de profissionais capazes de cumprir todas as etapas de construção e lançamento de uma estrutura tão complexa, como a de uma plataforma para exploração em águas profundas. O Brasil é hoje um dos países que mais avançaram nas pesquisas de águas profundas.
Quando nós falamos do Pré-Sal, por exemplo, estamos falando em pesquisas em seis mil metros, sete mil metros abaixo da lâmina d’água. Para fazer esse tipo de prospecção, de pesquisa é necessário, inclusive, que a utilização do material seja extremamente apropriado a essas profundidades.
Então, aqui, neste momento, eu diria da minha satisfação de ver esse consórcio na Bahia desenvolver e, ao mesmo tempo, já usar na prática isso; a Bahia que já havia inovado. Há uma empresa baiana também, Paulo Paim, chamada MFX, uma empresa que começou - até eu vou usar um termo, e perdoem-me os técnicos e os funcionários dessa empresa - num quintal. A MFX hoje é uma das empresas que prestam serviço à Petrobras no Brasil. Eles avançaram em pesquisas exatamente de cabos de comando. Essa é uma área disputadíssima no mundo, cabos de telecomandos para serem utilizados com softwares avançados para você manipular isso a quilômetros de distância abaixo da lâmina d’água.
Então, esse é um desafio. Por isso, Senador Valadares, que nós temos que discutir os royalties a partir dessas proezas e não a partir da relação com a costa que cada Estado tem. O investimento para que a gente chegue a essas profundezas para buscar o pré-sal é um investimento do País inteiro. Portanto, o resultado dessas pesquisas, o resultado dessa prospecção, o resultado dessa conquista tem que ser distribuído para todo o País. Afinal de contas, o desenvolvimento é feito por todo o País.
Então, Sr. Presidente, fica aqui esse meu registro.
O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - V. Exª me concede um aparte, Senador Walter Pinheiro?
O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Gostaria que V. Exª acatasse esse nosso pronunciamento, na íntegra.
Quero aqui realçar mais uma vez essa importante conquista, eu poderia chamar, do aumento de capacitação tecnológica da Bahia com o lançamento da plataforma P-59, utilizando o método inédito na engenharia offshore.
Um aparte ao Senador Valadares.
O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Senador Walter Pinheiro, no momento que V. Exª se refere à riqueza do pré-sal contida nas profundezas da nossa costa, V. Exª toca num assunto sensível que emociona a todos os brasileiros, uma vez que o que a Petrobras gastou, como V. Exª se referiu, em termos de investimento, para encontrar esta riqueza, grande parte desse investimento, não só em recursos financeiros, materiais e também recursos humanos, é de brasileiros. Parte daquilo que foi investido, volto a repetir, em termos de recursos financeiros, materiais e humanos, é do Brasil. Lá temos engenheiros que são da Bahia; temos químicos que são de Sergipe; lá temos pesquisadores que são do Rio Grande do Sul, e assim por diante. É uma riqueza que pertence a todos. E no momento em que ela vai ser explorada, os seus frutos devem ser distribuídos em benefício de todos. V. Exª tem toda razão. Agora mesmo, recebemos, em nosso gabinete, representantes da UNE e da Ubes, que foram lá, de forma legítima, reivindicar não só de mim, também do Presidente da Comissão de Educação e do Senador Inácio Arruda, o apoio a uma reivindicação deles, que é a inclusão da educação como prioridade na exploração dos recursos do pré-sal. Aí, o Brasil, que é ainda uma Nação ainda em desenvolvimento, precisa investir o máximo possível em educação, porque é através da educação, da ciência, da tecnologia e da inovação, que podemos transformar o Brasil em uma nação de primeiro mundo. Ainda não o é, mas o será, sem dúvida. E V. Exª justamente atesta, com o seu conhecimento, a validade dessa proposta dos estudantes do Brasil.
O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA) - Muito obrigado, Senador Valadares.
Senador Paulo Paim, vou concluir, mas quero pedir a V. Exª, mais uma vez, que considere este pronunciamento na íntegra e que registre nos Anais da Casa esse feito. É como se estivesse fazendo neste momento o registro de uma grande conquista, de uma patente, um desenvolvimento científico e tecnológico. É que nos acostumamos, aqui no Parlamento e no Brasil, a só fazer isso quando vem de fora, feito pelos outros. Aqui foi feito por nossa gente, com esses recursos.
Quero aqui, Sr. Presidente, aproveitar e fazer o registro de importante reunião que fizemos no dia de hoje, no Ministério dos Transportes, com a presença da bancada da Assembleia Legislativa da Bahia - uma bancada feminina. A Deputada Ângela Sousa, a Deputada Ivana Bastos, a Deputada Cláudia Oliveira.
As três Deputadas vieram representando uma comissão da Assembleia para discutir a Ferrovia Oeste-Leste. Houve do Ministro o compromisso de que, assim que for nomeada a nova direção da Valec, nós vamos fazer essa reunião lá na Bahia, tratando dessa importante ferrovia. E também com o Vice-Governador e Secretário de Infraestrutura, Otto Alencar, lá no Ministério dos Transportes, nós discutimos a retomada das obras da 135, importante obra que sai ali de Minas e atravessa a Bahia no sentido vertical; a importante obra da 235, uma estrada leste-oeste, saindo da divisa de Sergipe até a divisa do Piauí - são 600 Km, Paulo Paim; a importante obra de duplicação da 415, que liga Ilhéus a Itabuna, obra fundamental para o desenvolvimento daquela região e para o ajuste dos modais; a duplicação do trecho da 116, na saída de Feira de Santana até o trevo, 15 Km, que, portanto, precisa ser duplicada, até por causa do aumento de tráfego.
Discutimos outras iniciativas do Ministério dos Transportes, compromissos com a Bahia. Esses compromissos haviam sido suspensos por conta até de todo o processo do Ministério dos Transportes. Ouvimos do Ministro, hoje, a palavra para a retomada dessas importantes obras no Estado da Bahia, com repasse de recursos, para que tenhamos oportunidade de dotar aquele Estado de uma estrutura modal para o seu desenvolvimento, mas principalmente para os baianos.
Era isso que eu tinha a registrar, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR WALTER PINHEIRO
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O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, ocupo hoje a tribuna para registrar com muito orgulho que a Bahia acaba de dar mais um importante passo pra ajudar o Brasil na exploração de petróleo com o lançamento, pela primeira vez no país, de uma plataforma por meio de balsa.
Essa operação é tradicionalmente feita a partir de um dique seco ou de uma rampa fixa. Mas a inexistência dessas estruturas no local onde a plataforma foi construída levou o Consórcio Rio Paraguaçu ao desenvolvimento da nova tecnologia para o seu lançamento.
Esse lançamento colocou o nome da Bahia e do consórcio em destaque na história da engenharia offshore mundial. O procedimento ocorreu no dia 24 de junho no rio Paraguaçu, no Recôncavo Baiano, quando a plataforma deslizou suavemente da balsa e estabilizou seu casco flutuante sobre o leito do rio.
O sucesso do procedimento comprovou a criação de um novo método para lançamento de plataformas auto-elevatórias (jack ups) e similares, como destaca reportagem da edição especial do informativo do consórcio.
Essa opção tem sobre a operação tradicional a vantagem de custo reduzido e de uma maior flexibilidade - sobretudo quanto à estrutura necessária para a sua realização - sem falar que se trata de tecnologia desenvolvida totalmente no Brasil.
Seu desenvolvimento incluiu a construção de modelos reduzidos, em escala 1:50, possibilitando o cruzamento dos dados obtidos via modelo matemático (software que simula o lançamento de forma virtual) com informações obtidas na simulação nos tanques de prova do Laboratório Oceânico, no Rio de Janeiro.
Ao logo de oito meses, a equipe responsável testou 23 diferentes configurações de lançamento, estudando o atrito entre as partes, a uniformidade da entrada na água e outras variáveis. Buscou-se, todo o tempo, informações técnicas para garantir a integridade estrutural da plataforma e da balsa, além da segurança de todos os profissionais envolvidos nesse trabalho.
O procedimento par ao lançamento da plataforma durou quatro dias e foi feito em duas etapas. A colocação da plataforma sobre a balsa consumiu 15 horas de trabalho em deslocamento lento e monitorado continuamente em seus detalhes.
Puxada por macacos hidráulicos, a plataforma deslizou sobre patins de embarque feitos de aço e madeira, revestidos de teflon e cobertos por uma camada de sebo de carneiro, resultando em um atrito de aproximadamente dois por cento.
Sujeita às variações da maré e recebendo gradualmente o peso da plataforma, a balsa passou por um processo contínuo de compensação do lastro, garantindo a manutenção do seu alinhamento com a carreira de embarque, estrutura sobre a qual a plataforma foi construída.
Levada por rebocadores da Marinha até o local de lançamento, a balsa foi submetida a um lastro diferencial entre proa e popa, criando assim um ângulo de 5,46 graus, de acordo com o determinado para a realização do procedimento.
Da construção da plataforma e da operação par ao seu lançamento ao mar fica patenteado que a Bahia dispõe hoje de uma indústria e de profissionais capazes de cumprir todas as etapas de construção e lançamento de uma estrutura tão complexa como a de uma plataforma para exploração de petróleo em águas profundas.
Muito obrigado.