Pronunciamento de Wilson Santiago em 18/08/2011
Discurso durante a 140ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Registro da criação, no Senado Federal, da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento do Semiárido. (como Líder)
- Autor
- Wilson Santiago (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
- Nome completo: José Wilson Santiago
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
- Registro da criação, no Senado Federal, da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento do Semiárido. (como Líder)
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/08/2011 - Página 34405
- Assunto
- Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
- Indexação
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- REGISTRO, CRIAÇÃO, AMBITO, SENADOR, FRENTE DE TRABALHO, CONGRESSO NACIONAL, DESENVOLVIMENTO, REGIÃO SEMI ARIDA, OBJETIVO, CONTRIBUIÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, POLITICAS PUBLICAS, REGIÃO.
O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB - PB. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Paulo Paim, demais Srªs e Srs. Senadores, profissionais da imprensa e caros ouvintes da TV Senado e da Rádio Senado.
Hoje, Sr. Presidente, no âmbito do Senado Federal, nós criamos a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento do Semiárido.
Essa frente, Sr. Presidente, Senador Paim, tem o objetivo que entendo como dos mais essenciais para contribuir com o desenvolvimento de uma região. A intenção da frente é formular propostas, acompanhar os programas do Governo e também suas ampliações, sugerindo que essas ampliações sejam extensivas e prioritárias nas regiões mais pobres do País.
Nós não podemos concordar, Sr. Presidente, que uma região com mais de 22 milhões de habitantes, divididos, distribuídos em nove Estados da Federal, continue na situação em que, na verdade, está.
Somos conscientes de que, nos últimos anos, muitas políticas públicas e ações governamentais contribuíram para a melhoria dessa região, mas ainda somos, Senador Paim, a região, o semiárido brasileiro, que ainda tem o maior índice de desemprego; a região que ainda tem os maiores índices de analfabetismo; a região que ainda tem os maiores índices de doença de Chagas. Só no meu Estado, a Paraíba, são mais de cem Municípios que são atingidos pela doença de Chagas, 62 deles com alto índice da doença, por conta exatamente da falta de uma integração das políticas públicas que, na verdade, solucione esses graves problemas que incomodam, perturbam, que denigrem e que maltratam a população, a sociedade e todos os habitantes daquela grandiosa região do País.
Nós temos que encontrar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, soluções para a saída econômica da região, para geração de empregos, para investimentos que, de fato, atendam diretamente as necessidades da população, que de fato atendam ao desejo da população, investimentos que saiam do pensamento e do desejo, e da própria cobrança dos que lá habitam. E não algumas políticas que são adotadas de forma generalizada, que lá não chegam de acordo com o que se precisa, de acordo com o que necessita aquela população.
Nós temos que reconhecer, Senador Presidente, que alguns dos programas, muitos deles, como disse anteriormente, melhoraram a vida daquela população, mas esta melhora tem sido lenta, tem sido de uma determinada forma que esse pensamento que aqui trago hoje: a criação desta frente em prol do desenvolvimento da região, composta por nove Estados, de mais de 22 milhões de habitantes, com 27 Senadores aqui no Senado, nesta Casa. Nós, sim, teremos condições de contribuir para a ampliação dessas ações e dessas políticas públicas que, de fato, contemplem de forma mais maciça, de forma mais estruturante, gerando mais emprego, gerando mais renda e contribuindo para aqueles que lá nasceram permaneçam morando, trabalhando e vivendo com aqueles que eles aprenderam a conviver ao longo de suas próprias vidas.
Continua muito o abandono da zona rural no semiárido brasileiro, continua ainda em altos índices o abandono da população trabalhadora para os grandes centros do País, Senador Paim, Senador Requião, Senador Pedro Taques,
Senador Pedro Taques, Senador Antonio Carlos Valadares, Senador Randolfe Rodrigues. Continuam muito ainda os ônibus lotados levando os trabalhadores do semi-árido brasileiro, do nosso Estado, a Paraíba, por exemplo, para São Paulo, para o Rio de Janeiro, para buscar emprego na indústria especificamente.
Se temos, no Brasil, um consumo interno em torno de 70% daquilo que, na verdade, é produzido pela indústria brasileira, por que não interiorizarmos essas indústrias com a criação de parques industriais, com a aprovação daquele projeto que aqui citei e apresentei há poucos meses, da criação da Zona Franca do Semi-Árido? Isso para, num espaço de tempo o mais rápido possível, termos condições de contribuir não só para o soerguimento econômico daquela região, como também, pelo menos, com a permanência, com a contribuição, com a ajuda de todos nós, para que o cidadão de lá permaneça morando onde de fato ele gosta de morar e conviver com sua própria família.
Então, eu quero, Sr. Presidente, Senador Paim, não só contar, nessa frente parlamentar, com a atenção, a compreensão e o apoio de V. Exª, como de tantos outros, de tantos outros. Acredito que da maioria ou da totalidade desta Casa. Porque não se justifica e nem é justo o País crescer de forma desordenada, o País crescer de forma que uns cresçam muito e outras permaneçam estabilizados ou cresçam lentamente.
Temos que crescer em conjunto, temos que desenvolver todas as regiões do País em conjunto, de modo que tenhamos condições de, desse conjunto, de fato construir um Brasil de futuro, um Brasil com as soluções e com as definições daquilo que, de fato, o povo precisa e o povo merece.
Só para V. Exª, Senador Paim, ter uma idéia. Dos 16,2 milhões de brasileiros que estão identificados no Programa Brasil sem Miséria, lançado pela Presidenta Dilma, 59% do total é do Nordeste, especificamente dessa região do semiárido, com a ajuda pequena do Norte do País.
Então, precisamos, sim, urgentemente, não só apoiar as políticas públicas, os programas, as iniciativas, da Presidente Dilma no que se refere à extinção da miséria no Brasil, como também a criação de programas de incentivos para que o setor industrial, por exemplo, o setor educacional, que tem expandido mas precisa expandir mais, adentre o semiárido inteiro e dê oportunidade de vida aos pobres, aos habitantes que lá residem, que preferem até morrer de fome a abandonar suas terras.
Confio, tenho certeza de que essa frente, com o apoio dos 27 Senadores, dos nove Estados, teremos condições de construir, o mais urgente possível, as propostas que o semiárido precisa para, com isso, diminuirmos a inchaço das principais cidades do próprio Nordeste, do próprio Nordeste, onde sabemos que os maiores investimentos têm sido de fato nos principais centros urbanos, nas principais metrópoles do Nordeste brasileiro.
Vamos priorizar essas ações, vamos de fato levantar a voz, cada vez mais nesta Casa, em conjunto, por meio dessa frente e de apoios isolados, para, num futuro bem próximo, comprovarmos que o trabalho, que a decisão, que o conjunto de ações de todos esses companheiros não só melhoraram a vida daquela população, como também contribuíram para o crescimento, para o desenvolvimento do semiárido, do Nordeste e do Brasil inteiro.
Muito obrigado a V. Exª.
Tenho certeza de que essa nossa proposta, além da de outros companheiros, será o caminho para a solução dos graves problemas que muito nos tem incomodado e que precisam de urgente atenção e decisão política, especificamente, e administrativa; falo política porque condições administrativas o próprio Governo tem e o apoio do Congresso Nacional.
Vamos juntos construir um Nordeste, um semiárido, como citei especificamente, justo, que solucione de fato aquilo que a maioria da população deseja.
Muito obrigado a v. Exª.