Fala da Presidência durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Entrega do Diploma José Ermírio de Moraes aos agraciados, Senhores José Dias de Macedo e Walteci de Melo e ao Grupo Caiu, representado pelos seus proprietários Eugênio Odilon Ribeiro e Euflávio Odilon Ribeiro.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Entrega do Diploma José Ermírio de Moraes aos agraciados, Senhores José Dias de Macedo e Walteci de Melo e ao Grupo Caiu, representado pelos seus proprietários Eugênio Odilon Ribeiro e Euflávio Odilon Ribeiro.
Publicação
Publicação no DSF de 08/06/2011 - Página 22092
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ENTREGA, DIPLOMA, PREMIO, EMPRESARIO, IMPORTANCIA, ATIVIDADE INDUSTRIAL, CONTRIBUIÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, EMPRESA, ESTADO DO CEARA (CE).

            O SR. PRESIDENTE (Inácio Arruda. Bloco/PCdoB - CE) - Registro a presença do nosso colega, Deputado Nilton Capixaba, do PTB de Rondônia, que nos dá a honra de sua presença.

            Srªs e Srs. Senadores, Srs. convidados, preparei uma fala para suprir a ausência do nosso colega Armando Monteiro, mas ela, a fala, se enveredou para o bairrismo, natural ao homenagear os nossos colegas Eugênio e Euflávio. Aqui, agrego-me às homenagens feitas pelos colegas Senadores ao Walterci de Melo nesse mesmo sentido.

            Nasci em um bairro que se chamava Parque Olinda. Lá, o pôr do sol era tão bonito que passaram a chamá-lo de Parque Olinda. Ali, surgiu uma pequena fazenda, adquirida, para as condições da cidade, por um dos familiares do hoje Grupo J. Macedo. Isso lá bem no início, ocasião em que o bairro veio a se chamar Antônio Dias Macêdo.

            Lembro-me que a primeira aula que tive a oportunidade de ter sentado em uma sala foi em uma escola chamada Antônio Dias Macêdo, que, depois, passou a ser a Escola da Fundação Antônio Dias Macêdo, que é tio do Roberto, irmão do José Macêdo. Aquela fazenda chamava-se Uirapuru, exatamente em homenagem ao canto do pássaro uirapuru. Hoje, temos ali o chamado Centro Espiritual Uirapuru, onde várias congregações religiosas adquiriram, naquele condomínio, um espaço para celebrar as suas convicções, tendo, inclusive, ali dentro, um centro de convenções, em que vários eventos, de toda natureza, acontecem naquela fazenda, local em que, normalmente, a gente ia pescar, sem licença, para poder adquirir o alimento, porque tinha de suprir a família, já que só o salário do pai não dava para sustentar a filharada toda. Então, a gente ou ia suprir a família dentro do quartel da Base Aérea de Fortaleza ou dentro da Fazenda Uirapuru. Digamos que desde que nascemos, convivemos com essa história, pois conhecíamos as pessoas da família por meio do contato e pela necessidade alimentar, ou pela necessidade de formação dentro da escola, que era dirigida por uma figura especialíssima, chamado José Duarte Pinheiro, o nosso primeiro professor, que deu a sua primeira aula no meio da rua. As famílias, depois, se cotizaram, arranjaram uma varanda emprestada de uma casa, para comprar os primeiros materiais. José Duarte Pinheiro, um professor, conhecido como Zequinha, dirigiu, então, a escola da Fundação Antônio Dias Macêdo. Até hoje ele permanece na escola como um símbolo daquela instituição que, hoje, é uma escola, digamos, ligada à Fundação, mas, ao mesmo tempo, uma escola também estadual. Fiz um preito ao Roberto para transformarmos toda aquela área em uma escola técnica profissional, pois é um espaço fabuloso que temos ali.

            Mas, eu queria destacar o José Macedo, nesta homenagem aos três Estados - Rondônia, Goiás e Tocantins, que é o mais novo filho de Goiás, e o Ceará - na pujança do povo, das regiões aparentemente mais difíceis de alcançarmos um desenvolvimento econômico, de termos as nossas empresas, as empresas brasileiras dos brasileiros, e a forma arrojada como essas empresas têm surgido, meu caro Ivo Cassol; quer dizer, são pequenas unidades, coisa de fundo de quintal. Foi uma luta travada no Congresso Nacional para se ter o Simples. A resistência foi gigantesca, porque diziam que iríamos quebrar o País se diminuíssemos os tributos. O resultado é que nós aumentamos a arrecadação muito mais.

            Então, a história de José Macêdo, de Walterci e do Grupo Cairu se confundem com a história de Ermírio de Moraes, que dá nome a este prêmio.

            É uma luta do povo brasileiro para constituir o seu projeto, a sua ideia de desenvolvimento.

            Fiz um pronunciamento, que vou deixar aqui nos Anais da nossa sessão, em que destaquei dois pronunciamentos do José Macêdo, já como Senador, porque, antes, ele fora eleito para três mandatos como Deputado Federal pelo Estado do Ceará. Então, ele destacou em pronunciamento no Congresso Nacional, primeiro, a emergência da solução de um problema crucial nosso, que era a inflação. E fez um pronunciamento destacando esse movimento na luta que se travou no Brasil com o Plano Cruzado, que era um Plano com a ideia do desenvolvimento, a ideia central era o desenvolvimento. E, antes da Assembleia Nacional Constituinte, quando se discutiu, com intensidade, a questão da reforma agrária no Brasil, o José Macêdo fez um pronunciamento que passou a ter importância, porque o debate era muito aceso - o José Macêdo era um industrial já reconhecido e respeitado e, ao mesmo tempo, também proprietário de terras, de fazendas, de reses, tinha plantações, tinha o seu carneiro, sabia do que falava - e fez um pronunciamento muito importante para o grupo que defendia a reforma agrária no nosso País, porque, simbolicamente, era o empresário também proprietário de terra, que destacou a emergência da reforma agrária, a necessidade, a importância e o seu papel.

            Lá no Plano Cruzado, ele destacava o papel indutor do Estado, a necessidade do Estado como indutor. Em seguida, no debate sobre a reforma agrária, destacava o papel indutor da reforma agrária para a economia nacional. Se queríamos ser um país mais pujante, mais forte, com empresas consolidadas, o papel do campo tinha grande significado, como tem hoje. Ao debatermos o Código Florestal, do que estamos falando senão da produção no campo brasileiro?

            Então, eu gostaria de, ao registrar uma vez mais, em meu nome e em nome do nosso Presidente Armando Monteiro, esta homenagem tão destacada, que leva o nome de Ermírio de Moraes, aos empresários brasileiros, dizer dessa nossa determinação, do Congresso Nacional. E nisto estamos irmanados, todos os Senadores que aqui se pronunciaram, no empenho para que o nosso País possa continuar prosperando, desenvolvendo-se com sustentabilidade.

            Hoje houve uma sessão no Congresso Nacional em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Quem de nós iria contra o meio ambiente? Nós queremos defender o meio ambiente e fazer o desenvolvimento sustentável, capaz de alimentar bem o nosso povo e de garantir prosperidade para nossa Nação.

            Então, o nosso prêmio está sendo entregue, digamos, na data em que o Congresso Nacional também homenageia o meio ambiente e cada vez mais tem soluções para que o meio ambiente não sofra as agressões que tem sofrido com o desenvolvimento em todas as partes do Planeta.

            Todos os países, para crescer, passaram ou tiveram de, em algum momento, agredir o meio ambiente. Esta é a hora de nós também homenagearmos aqueles que defendem o meio ambiente por meio das organizações sociais, das organizações não governamentais, mas quero dizer que os mais interessados, os mais preocupados são aqueles que estão com a responsabilidade de fazer o nosso País crescer, o nosso País se desenvolver. Não há crescimento do PIB, não há condições de investir na educação, não há condições de melhorar a saúde pública, não há condições de aumentar os investimentos na área de ciência e tecnologia se nós não fizermos o nosso País crescer, o nosso País se desenvolver.

            E este é o compromisso que, digamos, os fundadores dessas instituições assumiram: fazer nosso País crescer, fazer nosso País se desenvolver.

            Quero, uma vez mais, agradecer a presença de todos os Srs. Senadores, Srªs Senadoras e Deputados Federais que aqui estão, senhores convidados, Prefeitos que aqui estão e Deputados Estaduais que vieram acompanhar seus agraciados. Ficamos felizes com a presença de todos vocês. Queremos destacar a presença do Deputado Moreira Mendes, do Deputado Carlos Magno. Já destacamos Chico Lopes e Artur Bruno, que estão presentes em nossa sessão. Queremos agradecer a todos e dizer que ficamos muito felizes em poder ter tido a oportunidade de homenageá-los com o Prêmio Ermírio de Moraes. Que esta entrega do Prêmio seja um incentivo a mais para os senhores, a marca do nosso compromisso, do Congresso Nacional, com o desenvolvimento do nosso País e também um incentivo para aqueles que estão começando uma pequena empresa, uma microempresa no Brasil. Que olhem para os senhores, para você, Roberto, para o Ítalo aqui, um garoto, para o Walterci, o Eugênio e o nosso colega Euflávio, que olhem para vocês e saibam que quase todos que estão aqui, todos esses que estão sendo homenageados, começaram com uma pequena empresa, uma pequena unidade de negócio, e hoje são grandes empresários na sua terra, nos seus Estados e no Brasil.

            Um abraço. Parabéns a todos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/06/2011 - Página 22092