Discurso durante a 147ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do sexagésimo aniversário de fundação do jornal O Dia, ocorrido em 5 de junho último.

Autor
Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
Nome completo: Ana Amélia de Lemos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do sexagésimo aniversário de fundação do jornal O Dia, ocorrido em 5 de junho último.
Publicação
Publicação no DSF de 30/08/2011 - Página 35394
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, O DIA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), LEITURA, EDITORIAL, COMEMORAÇÃO, DATA.

            A SRª ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Caro Presidente José Sarney, que, além de presidir o Senado e o Congresso Nacional, também está presidindo esta sessão especial comemorativa dos sessenta anos do jornal O Dia; Senador Marcelo Crivella, primeiro signatário desta sessão; Embaixadora das Filipinas, Srª Eva Betita; Presidente do Conselho de Administração da empresa jornalística Brasil Econômico S.A. e da editora do jornal O Dia, Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos; Diretor-Executivo da empresa Ejesa, Alexandre Freeland; Diretora de Relações Institucionais, Evanise Santos; Sr. Nuno Vasconcelos; demais autoridades presentes a esta cerimônia, cheguei a esta Casa na Legislatura presente, vinda de uma experiência de quase quarenta anos na área da comunicação multimídia. Por representar nesta homenagem o meu Líder, o Líder do nosso Partido no Senado, o grande político Francisco Dornelles, Senador pelo Rio de Janeiro, é muito honrosa para mim esta oportunidade.

            Talvez, até as pessoas que não tinham convivência, como eu, com a direção dessa grande empresa jornalística também estejam, como eu, felizes, porque no comando dessa empresa estão algumas mulheres, Sr. Presidente, José Sarney. O senhor valoriza muito a presença e o empoderamento das mulheres - portanto, o nosso empoderamento - em todas as atividades do País. Isso não deixa de ter relevância significativa.

            Portanto, como eu disse, represento aqui o Senador Francisco Dornelles, que não pôde comparecer à sessão e que, por isso, pediu-me que o representasse. Lembro que, no último mês de junho, o Senador Dornelles teve a oportunidade de participar da cerimônia de comemoração do 60º aniversário do jornal realizado no Rio de Janeiro, numa grande festa no Museu Histórico Nacional, evento que, como disse o Presidente Sarney, contou com a presença da Presidenta Dilma Rousseff. O Senador me contou, naquela ocasião, que pôde constatar o clima geral de reconhecimento a tudo que representou e segue representando para o Rio de Janeiro e para as comunicações - portanto, para o Brasil também - essa publicação inovadora, extremamente popular e altamente comprometida com os mais legítimos interesses da sociedade carioca, fluminense e do Brasil, que convive com essa cidade.

            Srªs e Srs. Senadores, senhores convidados, sobre a importância da imprensa para a cidadania, penso que não resta muito a dizer. Talvez, possamos sintetizá-la no conhecidíssimo e, por isso mesmo, sempre repetido dilema proposto e respondido por Thomas Jefferson em 1787, quando escreveu e disse: “Se eu tivesse de decidir entre uma sociedade com governo e sem jornais e uma sociedade com jornais e sem governo, eu não hesitaria, nem por um momento, antes de escolher a segunda opção”. Exagerada ou não, o fato é que a frase dá a medida exata do que significa para as pessoas, especialmente no mundo de hoje, no século XXI, o direito e o acesso à informação, principalmente aquela oriunda de fontes independentes da máquina governamental.

            O direito à informação, Sr. Presidente, senhores representantes do veículo homenageado hoje, os antigos romanos já o exercitavam nos tempos de Júlio César, quando a Acta Diurna Populi Romani, ou seja o relato diário ao povo de Roma, era publicada em grandes placas brancas expostas nos locais públicos mais frequentados. Por meio da Acta Diurna, os cidadãos eram informados sobre os eventos políticos e sociais, sobre as guerras em andamento àquela época, sobre as sentenças judiciais prolatadas e, é claro, para não haver novidade, sobre os escândalos de governo da época. A sociedade vai apenas sofrendo mutações.

            Correram os anos, correram os séculos, e os meios de comunicação foram sendo aperfeiçoados, com destaque para o grande salto representado pela prensa de Gutenberg, que inaugurou a era moderna da disseminação das informações. Desde então, os avanços foram formidáveis e se fizeram sentir ainda com mais força no século XX, quando passaram a ser alcançados em progressão geométrica e atingiram, com essa maravilha do mundo contemporâneo, que é a Internet, um ponto quase inimaginável pelos nossos ancestrais.

            De qualquer maneira, Sr. Presidente José Sarney, Srªs e Srs. Senadores, representantes do jornal O Dia, homenageado hoje, não há como negar que, entre todos os veículos de informação, existe um, o jornal, que se destaca por atributos quase mágicos. Todas as previsões que se faziam com o advento da Internet não se confirmaram. Ao contrário, temos a necessidade de tocar, de pegar o jornal. Temos a convivência, eu diria, quase familiar com o cheiro do jornal, que foi mudando também com a modernização da impressão gráfica, mas sabemos perfeitamente, naquele jornal diário que chega à nossa porta, onde está a editoria política, onde está a editoria de economia, onde está o esporte, onde está a área de segurança, tudo isso nós sabemos, pela representatividade essencial que é a informação diária quando recebemos o jornal. Eu imagino que os assinantes de O Dia também sintam isso, como todos os brasileiros que gostam de estar atualizados, porque quem tem informação, de alguma forma, tem poder.

            Para grande parte da população, Sr. Presidente, para diversas gerações de brasileiros - a minha incluída, é claro -, o jornal representa bem mais do que um mero transmissor de informações. Representa, na verdade, um companheiro muito querido, indispensável, insubstituível que todo dia nos coloca em conexão com o mundo. E é esse papel que o jornal vem desempenhando em nosso País, desde as primeiras edições do Correio Braziliense, impresso em Londres, ininterruptamente, entre 1808 e 1822, e da Gazeta do Rio de Janeiro, impressa aqui mesmo no Brasil, a partir de 1808. E é esse papel, Sr. Presidente, que vem sendo cumprido, há sessenta anos, com muita ousadia e com muito criatividade, mas também com muito senso de responsabilidade ou, para resumir todos o predicados em uma só palavra, com muita competência pelo O Dia.

            O jornal O Dia surgiu, como sabemos, naquele interregno democrático, entre 1945 e 1964, um período, Srªs e Srs. Senadores, de eventos decisivos para a história do nosso País, período de transição de uma sociedade rural para uma sociedade urbana, de formação de um parque industrial ainda incipiente, mas pleno de potencialidades - hoje, o Brasil é a oitava potência do mundo. Foi um período de grande efervescência política, de ameaças e de incertezas institucionais, mas também um período, como poucos em nossa história, de liberdade incontida, de felicidade quase geral, embalado pela democracia, pela afirmação da indústria nacional, pelas conquistas esportivas, pela repercussão internacional da arte aqui produzida, com destaque para a música. Nosso povo exibia uma enorme confiança no futuro. Esse futuro está chegando a cada dia. É nesse cenário que o jornal O Dia começa a funcionar, investindo, evidentemente, no jornalismo político - na época e, ainda hoje, o filão preferencial da imprensa brasileira -, mas investindo também e principalmente num jornalismo mais ligado às questões sociais, aos dramas do cotidiano, às notícias policiais, ao campo comportamental e também ao de costumes. O sucesso imediato só fez confirmar o acerto dessa escolha.

            É certo que, ao longo dessas seis décadas, com o propósito de atender a um mercado muito exigente, a um mercado constantemente em busca do novo, o jornal reformulou algumas vezes sua linha editorial, mas as características essenciais, o pensamento independente, o respeito ao gosto popular, a honestidade de propósitos, o compromisso com o desenvolvimento do Brasil - é claro, do Rio de Janeiro, a começar pela sua base -, felizmente, foram sempre preservadas, e são elas, afinal, que forjam e mantêm a credibilidade de um jornal.

            Eu gostaria de aproveitar a oportunidade, primeiro, para cumprimentar o jornal por essa edição tão simbólica com as cores da bandeira brasileira e, sobretudo, pelo presente que a direção da empresa, o jornal O Dia, está oferecendo aos seus leitores, que são verdadeiros parceiros ou sócios nesse desafio permanente de estar conectado com o Rio, com o Brasil e com o mundo, exatamente seis ideias que estão mudando o Rio de Janeiro, uma cidade que terá pela frente, como disse nesse encarte especial, o desafio de realizar eventos que vão mobilizar e atrair a atenção de todo o mundo em 2014 e em 2016.

            Então, é por isso que peço licença, porque me impressionou muito o texto, por ser jornalista também, para ler os compromissos que a Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos escreveu nesse verdadeiro editorial de apresentação dessa edição especial. Escreveu ela:

E começamos este novo desafio [dos próximos sessenta anos], mostrando, nesta edição especial, as 60 ideias que estão transformando nossas vidas. Não tenho dúvidas de que essas 60 iniciativas estarão presentes na plataforma de conteúdo do DIA pelos próximos sessenta anos.

            Perdoe-me se estou roubando seu texto, mas é para o bem. É para o bem, porque essas palavras são muito importantes, especialmente para mim, que fui, durante muito tempo, jornalista, comunicadora multimídia.

Pensar o futuro do Rio de Janeiro também implica pensar o futuro do DIA e dos meios de comunicação como um todo. E isso não significa apenas refletir sobre como os jornalistas cobrirão os fatos nos próximos 60 anos. Mas, sim, como a notícia chegará aos leitores nas próximas seis décadas. É justamente no formato da notícia que estamos nos preparando para investir nos próximos anos.

            Parabéns, Maria Alexandra!

            E, para encerrar este pronunciamento breve, destaco o que escreveu ela nesse suplemento especial:

A convergência de plataformas e de distribuição de conteúdo já faz parte das novidades que começamos a implementar no início deste ano, quando unimos as redações do jornal impresso com a redação online. Estamos lançando hoje um serviço inovador: O DIA 24 HORAS, em que oferecemos informações sobre os fatos da Região Metropolitana atualizados a cada instante, em diversos meios eletrônicos, incluindo o Twitter.

            Eu também sou “twitteira”, Maria Alexandra. Continua ela: “Em um futuro bem próximo, nós, do DIA, apostamos na convergência de distribuição de conteúdo para TV, via Internet. E não tenho dúvidas de que o DIA será precursor dessa nova forma de produzir e distribuir conteúdo”.

            Não tenho dúvida, Maria Alexandra, de que, com esse compromisso, o jornal vai manter, por esse conteúdo, o mesmo senso de responsabilidade de todo veículo sério, comprometido com o interesse nacional, exercendo sua função de maneira muito qualificada.

            Os meus cumprimentos, Sr. Presidente, às senhoras e aos senhores homenageados, aos senhores participantes dessa cerimônia, aos dirigentes, aos jornalistas, aos funcionários que, ao longo desses sessenta anos, fizeram a grandeza desse veículo O Dia, um jornal que muito contribuiu e que, com a graça de Deus, seguirá sempre contribuindo para a grandeza, o aperfeiçoamento, o engrandecimento e a consolidação não só do jornalismo, mas da própria democracia, que tem na comunicação e na liberdade de expressão a sua essência.

            Os meus cumprimentos se estendem, é claro, aos demais veículos de comunicação da Editora O Dia, bem como ao Instituto Ary Carvalho, pelo belíssimo trabalho social e cultural que vem desenvolvendo.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente e senhores homenageados.

            Muito obrigada. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/08/2011 - Página 35394