Pronunciamento de Wilson Santiago em 29/08/2011
Discurso durante a 147ª Sessão Especial, no Senado Federal
Comemoraçã do sexagésimo aniversário de fundação do jornal O Dia, ocorrido em 5 de junho último.
- Autor
- Wilson Santiago (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
- Nome completo: José Wilson Santiago
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Comemoraçã do sexagésimo aniversário de fundação do jornal O Dia, ocorrido em 5 de junho último.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/08/2011 - Página 35438
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, O DIA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ANALISE, HISTORIA, ALTERAÇÃO, CONTEUDO.
O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, começo meu discurso nesta segunda-feira, 29, parabenizando o Senador Marcelo Crivella pela feliz iniciativa em homenagear o jornal O Dia com sede no Rio de Janeiro, mas, de circulação em diversas regiões do país. O Dia completa 60 anos de atividade, o que, com toda a certeza, dever ser motivo de comemoração a todos os que amam as liberdades democráticas, o que implica na ampla liberdade de expressão, somente possível pelo funcionamento da imprensa, sem qualquer tipo de amarra.
O jornal foi fundado em 5 de junho de 1951 pelo então deputado Chagas Freitas, futuro governador dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro. Desde então optou por uma linha jornalística mais ligada ao popular, sendo o preferido das camadas suburbanas cariocas, o que lhe garantiu enorme tiragem. Essa opção criou, também, dificuldades entre as camadas mais intelectualizadas da população, que torciam a cara às manchetes que invariavelmente referiam-se a fatos policiais ou bizarros. Foi duramente estigmatizado.
Durante um bom tempo o jornal seguiu o seu curso nesse diapasão. Chegou a formar uma legião de seguidores através de outros pequenos jornais regionais que se espelhavam em O Dia, na opção pelas manchetes de natureza popularesca. Isto, até o ano de 1983, quando foi comprado pelo jornalista e empresário Ary Carvalho, que resolveu mudar completamente a linha editorial do órgão, enveredando por um jornalismo mais voltado para as classes médias mais letradas, leitoras do Jornal do Brasil.
Consta na história do jornal que a mudança não foi muito boa para O Dia. Segundo avaliam os observadores da mídia brasileira, ficava bastante difícil uma mudança tão radical de uma hora para a outra. Era impossível fazer com que a população carioca, e brasileira, deixasse de ver O Dia senão marcado por uma característica expressa pela máxima "se espremer sai sangue", com que foi batizado o jornal durante sua existência até então. Afinal de contas, foi assim que o noticiário de O Dia ficou marcado, ou seja, pela absoluta predominância de matérias inteiramente voltadas para o policial.
No entanto, Ary Carvalho, que hoje dá nome a uma fundação ligada à empresa O Dia, prosseguiu em seu intento de modificar a imagem do jornal perante o leitor. Investiu no visual, ficou colorido, as fotos bem tratadas. Os temas começaram a variar entre as reivindicações dos servidores, tanto civis como militares. Segundo o jornalista carioca Roberto Porto, em artigo publicado no Portal Comunique-se, O Dia "arrebentou a boca do balão", abrindo brechas generosas no nicho de leitores dos tradicionais jornais do Rio de Janeiro.
Em meados de 1988, o jornal O Dia apresentou um novo tipo de caderno: o Caderno D, que atualmente é conhecido como O Dia D. O caderno passou a trazer diariamente guias da programação televisiva, piadas, jogo de erros e palavras cruzadas, e também tiras de quadrinhos diárias. Os quadrinhos são marcas registradas de jornais que buscam incentivar a criatividade e o bom entretenimento, com conteúdo elevado. Algumas dessas tiras originais ainda sobrevivem em O Dia.
Atualmente, sob a propriedade da Empresa Jornalística Econômico S.A. (Ejesa), que publica o Brasil Econômico, a Editora O Dia inclui ainda o jornal Meia Hora, o esportivo MarcaCampeão, o portal O Dia Online, a TV O Dia, além de uma agência de notícias e do Instituto Ary Carvalho.
Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, e, volto a afirmar, sempre muito importante registrarmos solenemente nesta Casa o aniversário de um jornal, como O Dia. Dessa forma, estamos incentivando o surgimento de novos órgãos de Imprensa, cuja existêncla emprestara contornos cada vez mais sólidos à democracia brasileira. Portanto, aceitem os meus mais sinceros parabéns todos os que fazem o jornal O Dia, desde sua direção, aos administradores, às oficinas e aos seus dedicados jornalistas.
Muito obrigado.