O SR. JOÃO ALBERTO SOUZA (Bloco/PMDB - MA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o ano de 2011 o Ano Internacional da Química.

            Em consonância com as Nações Unidas, presto minha homenagem aos químicos pela relevância de seus serviços à sociedade. Mas, antes, é importante esclarecer a todos os relevantes benefícios que essa categoria vem proporcionando, contribuindo eficazmente para o conforto, a segurança e a melhoria da nossa qualidade de vida.

            De fato, senhores, o profissional da química não é apenas aquele que vive fechado em seu laboratório, cercado de tubos de ensaio, balões, pipetas, provetas, buretas, ou mesmo que passa o seu tempo manipulando alguns equipamentos sofisticados, distante da vida real. O profissional da química não se limita ao controle de qualidade no laboratório. Sua participação é imprescindível em diversos setores da economia.

            É o profissional químico quem assegura a qualidade da água que consumimos; industrializa o leite e produz laticínios; fabrica o tecido de nossas roupas, alveja-o e tinge-o; produz os antibióticos e todos os insumos dos medicamentos; fabrica os defensivos agrícolas e os pesticidas, garantindo nossa produção agrícola; industrializa as rações para a pecuária e os fertilizantes para a agricultura; produz alimentos e os conservantes alimentares; fabrica o papel, o plástico e os laminados metálicos ou metalizados para embalagens. É ele quem obtém o álcool combustível. E, de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil já é líder mundial na produção de etanol e pioneiro no estudo do biocombustível. É ele que faz a exploração do petróleo e seus derivados; fabrica diversos produtos como o Viagra, o vinho, a cachaça, ora transformados em produtos de exportação.

            Com efeito, senhoras e senhores, o papel do profissional da química é indispensável para a sociedade moderna. É ele quem tem a nobre missão de assegurar à sociedade, em geral, e ao consumidor, em particular, que os produtos colocados à nossa disposição atendam plenamente aos requisitos de identidade e qualidade exigidos pela população.

            Os desafios do setor, no entanto, são muitos. Entre eles estão a preocupação com o meio ambiente, a capacitação dos profissionais, a falta de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico.

            No que diz respeito ao meio ambiente, uma das inquietações está relacionada ao crescimento dos teores de substâncias químicas no ar e também em direção aos cursos d’água. Enfrentar esses desafios exige o aprimoramento de processos químicos industriais e o desenvolvimento de tecnologias de capacitação e tratamento desses poluentes.

            No que se refere ao aspecto social, traduzido em termos de mercado de trabalho, vale salientar que a evolução da tecnologia química tem gerado milhares de empregos para o setor, e é por isso que o mercado de trabalho para os profissionais na área de química vive um momento exemplar.

            Segundo um estudo feito pela Associação Brasileira de Química, até 2020, a indústria vai precisar de 200 mil a 300 mil profissionais formados nesse setor, seja em nível técnico, superior ou pós-graduação. Para se ter uma ideia da demanda, o aumento no número de vagas na área química em todo o Brasil cresceu 42% no primeiro semestre de 2011, em relação ao mesmo período de 2010, segundo o estudo.

            Como se observa, investir no setor químico em grande escala é primordial para o fortalecimento da economia nacional, inclusive para que se concretizem as metas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê recursos da ordem de R$503,9 bilhões em obras de logística, energia, habitação e saneamento básico. Mas, no entanto, não podemos esquecer de investir no próprio profissional, capacitando-o adequadamente para as novas exigências do mercado. 

            A maioria dos bons profissionais da área, hoje, procura fora do País - nos Estados Unidos, na Alemanha - o conhecimento e a especialização necessários para atender a demanda do setor interno. Não podemos deixar que isso continue prevalecendo. Agora é a hora de investir em recursos humanos, nos profissionais da química, como também em pesquisa e em tecnologia para enfrentar os desafios de um desenvolvimento exigido pela globalização.

            Senhoras e senhores, com essas palavras, parabenizo todos os profissionais de química do Brasil e encerro lembrando o nome de um grande químico francês, considerado o criador da química moderna, Antoine Lavoisier, em sua famosa frase: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.”

            Muito obrigado, Sr. Presidente.