A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Srª Presidenta, Senadora Marta Suplicy.

            Quero agradecer a compreensão do Senador Paulo Paim em promover a permuta, visto que, daqui a alguns instantes, terei que participar de uma importante reunião da Bancada Federal do Amazonas, composta por Deputados e Senadores, cuja coordenação está a critério do Senador Eduardo Braga. Hoje, trataremos de assuntos importantes, relativos ao Estado do Amazonas.

            Logo mais, também teremos, Srª Presidenta - é esta a razão que me traz à tribuna -, uma atividade muito importante aqui, no Senado Federal. Trata-se de uma pré-divulgação de um filme que está sendo conduzido pela cineasta Eva Neide, que reside em Los Angeles, nos Estados Unidos da América do Norte, e está desenvolvendo um trabalho muito bonito que contribuirá muito para a história do Brasil e para a história do mundo inteiro. Esse filme que está sendo conduzido, elaborado terá uma apresentação, hoje, de três minutos e meio, de apenas um tópico mostrando como acontecerá esse filme, o qual resgata a história dos soldados da borracha no Brasil.

            E, Senador Eduardo Suplicy, os soldados da borracha, no período da Segunda Guerra Mundial, foram convocados assim como os combatentes, os pracinhas brasileiros, que foram combater no front de guerra, durante a Segunda Guerra.

            Também o Governo brasileiro editou um segundo decreto. Primeiro, convocando brasileiros a se alistarem para combater e ajudar a derrotar os nazistas, fazer parte das forças aliadas. Depois publicou outro decreto que convocava brasileiros de todas as regiões para irem à Amazônia e trabalhar na extração do látex, da borracha, visto que a escassez da borracha no período de guerra era algo preocupante. Então, houve uma grande mobilização internacional, inclusive para que o Brasil voltasse sua produção a patamares do início daquele século. Então, foram brasileiros, principalmente nordestinos, que levaram suas famílias, Senadora Marta, e foram até Amazônia para trabalhar na extração da borracha, foram viver nas calhas do rio Purus, do rio Madeira. E, sem dúvida nenhuma, pelos levantamentos históricos feitos até agora, morreram mais brasileiros na Amazônia do que no combate durante a Segunda Guerra Mundial.

            Essa cineasta Eva Neide, que é descendente de um soldado da borracha, vem se dedicando há algum tempo a fazer esse filme, a contar essa história, porque, infelizmente, essa história pouco é falada e lembrada no Brasil. Os livros didáticos - e nós já encaminhamos inúmeras indicações ao Ministério da Educação - não fazem essa passagem da história.

            Quero dizer que nós somos uma bancada de parlamentares, sobretudo dos Estados do Amazonas, de Rondônia, do Acre, do Pará, mas os Estados do Acre, Amazonas e Rondônia são os que mais concentram ainda soldados da borracha, pessoas com idade já muito avançada.

            E são muitos os projetos de lei que tramitam e que têm como objetivo resgatar a história. Um deles estabelece o dia de homenagem ao soldado da borracha; o outro, que foi aprovado recentemente, de autoria da Deputada Perpétua Almeida, do PCdoB do Estado do Acre, considera os soldados da borracha heróis da Pátria. Isso é muito importante, porque eles saíram de todas as regiões do Brasil, mas principalmente do Nordeste, atendendo a um chamamento da Presidência da República à época, e foram trabalhar na extração da borracha, numa região que não conheciam e que sequer dominavam. Portanto, muitos morreram por conta de ataques de cobras, de animais peçonhentos, mas ajudaram, sem dúvida alguma, o Brasil e o mundo inteiro com aquele belo trabalho que desenvolveram.

            Eu quero dizer que vários deles estão em Brasília hoje. Na Comissão de Educação, haverá uma apresentação de um trailer...

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Se V. Exª permitir, eu concluo neste minuto, Srª Presidente.

            Será feita, na Comissão de Educação, a apresentação de um breve trailer de três minutos e cinquenta segundos.

            Eles estão em Brasília hoje mobilizados e reivindicam a aprovação da PEC nº 556, de 2002, uma PEC de minha autoria, que apresentei na Câmara dos Deputados e que dá a esses senhores de idade já muito avançada a mesma condição dos pracinhas de guerra.

            Então, com este pronunciamento, presto não apenas uma homenagem aos soldados da borracha, mas já damos curso à nossa campanha para que essa proposta de emenda constitucional seja aprovada e justiça seja feita no Brasil; para que esses homens - repito - de idade avançada tenham o reconhecimento que a Nação lhes deve.

            Muito obrigada, Presidenta Marta.