Discurso durante a 149ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque à Caminhada Alexandrina, ocorrida no final de semana em Macapá, que, em sua trigésima primeira edição, chamou atenção para o tema da acessibilidade; e outro assunto.

Autor
Geovani Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Geovani Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. POLITICA CULTURAL.:
  • Destaque à Caminhada Alexandrina, ocorrida no final de semana em Macapá, que, em sua trigésima primeira edição, chamou atenção para o tema da acessibilidade; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 31/08/2011 - Página 35579
Assunto
Outros > SENADO. POLITICA CULTURAL.
Indexação
  • ENCAMINHAMENTO, MESA DIRETORA, SENADO, REQUERIMENTO, VOTO DE PESAR, EX PREFEITO, MUNICIPIO, MACAPA (AP), ESTADO DO AMAPA (AP).
  • REGISTRO, OCORRENCIA, PROGRAMA CULTURAL, ESTADO DO AMAPA (AP).
  • REGISTRO, OCORRENCIA, PROGRAMA CULTURAL, ESTADO DO AMAPA (AP), OBJETIVO, MELHORIA, QUALIDADE DE VIDA, ESTUDANTE, REGIÃO.

            O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Senadora Marta Suplicy, que preside esta sessão, antes de fazer o meu pronunciamento, gostaria de solicitar à Mesa que submetesse ao Plenário um voto de pesar à família enlutada do Sr. Heitor de Azevedo Picanço, que faleceu ontem, dia 29, segunda-feira, às 13 horas, aos 87 anos de idade. Tive o privilégio de tê-lo como professor no segundo grau do Colégio Comercial do Amapá. Ele foi prefeito de Macapá, por duas vezes, foi prefeito de Santana, por uma vez, tesoureiro geral do nosso querido ex-Território do Amapá. Teve nove filhos, a Eleni, a Francisca, a Eliana, o Helder, o Herbert, o João, o Heitor Júnior, já falecido, o meu querido Badu Picanço, que foi Deputado Federal por duas vezes, seu irmão Roberval Picanço, que foi Deputado Estadual, por dois mandatos.

            Estou encaminhando requerimento à Mesa, solicitando apreciação do Plenário. E à família ficam aqui os nossos sentimentos da tribuna do Senado.

            Srª Presidenta, Srs. Senadores, permitam-me registrar a ocorrência de um dos eventos mais tradicionais do Estado do Amapá, já na sua 31º edição: A Caminha Alexandrina, que aconteceu nesse fim de semana, em Macapá.

            A cada ano um tema é selecionado para servir de mote à mobilização essencialmente estudantil. Este ano, o tema, mais que bem-vindo, foi a acessibilidade, chamando a atenção de todos para os clamores das pessoas que possuem algum tipo de necessidade especial.

            O evento é uma iniciativa oriunda da Escola Estadual Alexandre Vaz Tavares e já faz parte do calendário de programação escolar e até mesmo do Estado do Amapá e leva para as ruas organizações não governamentais e governamentais, entidades privadas e, sobretudo, os estudantes.

            A Caminhada Alexandrina surgiu na década de 80, pelo desejo de um professor de Educação Física que se preocupava com a qualidade de vida dos estudantes e decidiu transformar essas preocupações numa mobilização reflexiva sobre os temas que afetam a vida em sociedade.

            Eles já caminharam em favor de várias pregações. Ora em favor da importância do trabalho, ora pelo valor das atividades físicas; em outra ocasião, pela qualidade de vida dos idosos, ou combatendo as drogas e a prostituição infantil.

            O Senador Gilvam Borges fez várias caminhadas nesse movimento estudantil.

            E este ano trataram da acessibilidade, num esforço louvável de mostrar que as pessoas com algum tipo de deficiência não precisam e não querem ser vistas como coitadas que nada podem produzir.

            Pelo contrário, a força dessa mobilização juvenil nos dá o sinal de todo o potencial que o ser humano traz em si, seja ou esteja ele fisicamente perfeito ou não.

            Na verdade, o tema da acessibilidade já vinha sendo trabalhado com os alunos desde o início do ano e a culminância desse projeto foi justamente a caminhada.

            E é importante que se diga que todos os dias a gente se depara com escadas, elevadores inadequados, vagas apertadas nos estacionamentos, calçamento inadequado nas ruas, falta de rampas e de outros facilitadores de acesso.

            E o pior, a gente se acostuma com essa inadequação. Mas é justamente esse cenário que exclui pelo menos um em cada 14 brasileiros com determinados tipos de deficiência física, seja ela definitiva, seja circunstancial.

             Desenvolver a acessibilidade em um ambiente é promover condições de mobilidade com autonomia, eliminando as barreiras arquitetônicas e urbanísticas nas cidades. A acessibilidade é um direito de todos, de ir e vir, uma conquista social. Quando um espaço é construído acessível a todos, ele oferece oportunidades iguais.

            E talvez essa noção, essa sensibilidade possa ser despertada a partir da consciência de que a dificuldade não existe só para os cadeirantes, para a pessoa que usa muletas ou próteses. Existem pessoas com mobilidade reduzida e temporária, gerada por diversos fatores, tais como idade, gravidez, deficiência auditiva ou visual e acidentes, que levam as pessoas temporariamente a ficar com dificuldades de locomoção.

            Então, é todo um conjunto que precisa ser pensado e adequado porque isso faz parte do desenvolvimento sócio-cultural, dos princípios de respeito e, sobretudo, de amor ao próximo.

            Todos nós devemos ter condições de chegar aonde queremos, andar pelos passeios sem impedimento, os cadeirantes podendo ir e vir pelas ruas sem transtorno, acesso ao transporte coletivo garantido, sem constrangimentos, entre tantos outros direitos do cidadão.

            A acessibilidade é uma condição básica para a inclusão social das pessoas com deficiências ou que tenham necessidades especiais. Daí a importância que quero atribuir a essa iniciativa lá na capital do meu Estado, provida pela força e pelo idealismo da juventude e de um professor que um dia teve a coragem de sonhar para seus alunos a perspectiva de um mundo melhor.

            Parabéns, portanto a todos os que participaram e ajudaram a promover mais uma edição da Caminhada Alexandrina, por mostrar a força de mobilização que o nosso povo tem.

            Muito obrigado, era este o nosso registro desta tarde.

            E, para concluir o meu pronunciamento, uma homenagem muito especial ao meu querido professor Heitor de Azevedo Picanço, que fez história na época em que o Amapá ainda era território.

            Ao Deputado Badu, Deputado Roberval e sua família, as nossas sinceras condolências.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/08/2011 - Página 35579