O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente da Mesa, Sr. Senador João Ribeiro, que é o 2º Secretário da Mesa Diretora do Senado, demais componentes da Mesa, quero cumprimentar todos na figura do Dr. Phelippe Daou e dos Ministros da Comunicação aqui presentes, e fazer uma referência especial ao Ministro Euclides Oliveira, que, realmente, foi, coincidentemente, no caso do Amapá e no caso de Roraima, o Ministro responsável por fazer chegar àqueles distantes lugares - vejam bem, que coincidência -, o Amapá, que, até um dia desse, era considerado o extremo norte do Brasil, porque todo mundo dizia do Oiapoque ao Chuí, e Roraima, que, hoje, geograficamente comprovado, é o extremo norte do Brasil lá, no Monte Caburaí.

            Então, é importante que, hoje, rememoremos. Já tive oportunidade de participar aqui de outras sessões de homenagem à Rede Amazônica e estava lendo, inclusive, um pronunciamento meu, Senador Alfredo, de alguns anos atrás, em que eu fazia um retrospecto da história da Rede Amazônica. Quando se pensa em Amazônia, ainda hoje, muitos brasileiros do Sul e Sudeste têm uma impressão muito distorcida do que realmente é a Amazônia. Não fosse, portanto, a Rede Amazônica, através do Amazon Sat, que tem um slogan, que, para mim, é perfeito - “A cara e a voz da Amazônia” -, realmente muita gente pelo Brasil afora e mundo afora ainda estaria com essa visão distorcida.

            Lembro-me dos meus 15 anos de idade, quando saí de Roraima para ir fazer o segundo grau, na época, o hoje ensino médio, e fui para Belém, e lá vi televisão. Fiquei realmente pasmo e, quando fui de férias para Roraima, tomei conhecimento de que dois técnicos de comunicação tinham improvisado umas antenas e captado imagens de uma TV de Porto Rico e até da TV Liberal do Pará. E só depois de muito tempo, em 1974, é que fomos ter em Roraima a televisão, levada por Phelippe Daou. E quantas pessoas, naquela altura, já tinham aparelho de televisão para captar essas imagens piratas, porque não tínhamos uma estação em Roraima.

            Então, esse trabalho, como frisou o Senador Randolfe, é um trabalho gigantesco, é um trabalho realmente que não se pode medir como de uma empresa comercial, de comunicação simplesmente. É um trabalho que realmente deve ser premiado no Brasil, como de verdadeira integração nacional, de uma região que representa 61% do território nacional.

            Um dia desses, tive a oportunidade de dar uma entrevista no Amazon Site e recebi e-mails de vários lugares do País, dizendo que tinham assistido à entrevista.

            Agora, imaginem o meu Estado, que agora é o extremo-norte, que tem apenas 15 Municípios e, hoje, tem estações em todos os Municípios e, portanto, captam na hora a imagem do que ocorre na Rede Amazônica.

            Não fosse, portanto, a coragem e a determinação do Dr. Phelippe Daou de, lá naqueles idos de 1972, implantar a Rede Amazônica, começando pela TV Amazonas, que é a chamada cabeça do sistema, nós, da Amazônia, hoje, talvez estivéssemos - agora, não diria, porque temos a TV a cabo, a TV via parabólica - ainda isolados do mundo; e o mundo, ainda muito menos conhecendo de nós.

            Então, queria prestar aqui uma homenagem especial a toda a equipe que faz a Rede Amazônica de Televisão e destacar também a importância da presença, aqui em Brasília, de uma sucursal da Rede Amazônica, porque isso demonstra a importância que dá aos atos praticados aqui, com repercussão sobre a Amazônia.

            Portanto, destacam também não só o trabalho dos Parlamentares da Amazônia, mas transmitem para a mesma tudo o que acontece diariamente no Congresso Nacional, no Poder Executivo, no Poder Judiciário.

            De certo que quem nasceu hoje na Amazônia não pode aquilatar, a não ser que leia e vá atrás das informações, a não ser que visite o museu da Rede Amazônica, jamais vai ter a dimensão do quanto foi realmente um trabalho corajoso implantar uma rede como a Amazônica.

            Imagine nós, da Amazônia Ocidental, que compreendemos os Estados de Roraima, Rondônia e Acre, como estaríamos, se não tivéssemos tido, naquele tempo, a coragem, a determinação, muito mais do que a preocupação com o lucro, com o efeito puramente empresarial desse grande empreendimento?

            Nós, de Roraima, hoje, temos outros canais de televisão, mas continuo dizendo que a TV Roraima é com certeza, disparadamente... não só porque é uma afiliada da Rede Globo, mas pela qualidade de programação que tem desde o seu início.

            A Amazônia toda tem de agradecer, tem de reverenciar e tem de aplaudir a coragem, a brasilidade de um homem como o Dr. Phelippe Daou e toda a sua equipe. Foi dito aqui que isso não é um empreendimento para um homem só, mas, com certeza, nenhuma equipe que não tivesse uma pessoa com o ideal, com a determinação, com a persistência do Phelippe Daou levaria um empreendimento desses a esse ponto em que hoje está.

            Quero, portanto, Sr. Presidente, deixar aqui registrado o meu aplauso. Espero que, no ano que vem, quando a Rede Amazônica completar 40 anos, tenhamos uma solenidade ampla, maior, que possa ter uma repercussão realmente histórica.

            Quero pedir a V. Exª que faça constar no meu pronunciamento a história da TV Roraima como parte integrante do mesmo, bem como um resumo do que é a filosofia e o trabalho da Rede Amazônica em toda a Amazônica.

            Muito obrigado. (Palmas.)

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DOCUMENTOS A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inseridos nos termos do art. 210, inciso I, § 2º do Regimento Interno.)

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Matérias referidas:

“Rede Amazônica;”

“Roraima - Antecedentes históricos.”