Discurso durante a 151ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso dos 122 anos do nascimento de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, imortalizada sob o pseudônimo de Cora Coralina.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem pelo transcurso dos 122 anos do nascimento de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, imortalizada sob o pseudônimo de Cora Coralina.
Publicação
Publicação no DSF de 02/09/2011 - Página 36351
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, POETA, ESTADO DE GOIAS (GO).

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, na última segunda-feira, o Senado Federal prestou uma belíssima e justa homenagem aos 122 anos do nascimento de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, imortalizada entre nós sob o pseudônimo de Cora Coralina. Lamentavelmente, não pude comparecer à Sessão, em virtude de outros compromissos já assumidos pela Liderança do Governo, mas gostaria de, ainda que de forma breve, dizer algumas palavras sobre essa grande brasileira.

            Cora Coralina foi um exemplo de simplicidade e de valorização do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

            Começou a escrever ainda muito nova, com apenas catorze anos, realizando suas primeiras publicações nos jornais da Cidade de Goiás. Contudo, seu primeiro livro só veio a ser publicado em 1965, quando já contava com 75 anos de idade, o que prova que nunca é tarde para realizar grandes feitos!

            Como tinha pouca escolaridade, e desconhecia certas regras da gramática, Cora procurou priorizar muito mais a mensagem do que forma. Talvez por isso suas poesias sejam tão profundas, e toquem tanto nosso coração!

            Aliás, a esse respeito, ela própria nos exortava, dizendo:

Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio

que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove

            O Brasil precisa de pessoas como Cora Coralina: talentosas, sensíveis e destemidas, capazes de legar às futuras gerações mensagens como as contidas em Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais e em Vintém de Cobre.

            Das muitas homenagens que recebeu, talvez a mais significativa tenha sido o Troféu Juca Pato, concedido pela União Brasileira de Escritores, colocando Cora Coralina ao lado de outros grandes nomes de nossa literatura, também agraciados com esse Prêmio, como Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, Érico Veríssimo e RacheI de Queiroz.

            Estas singelas palavras que ora profiro desta tribuna, Senhor Presidente, vêm somar-se às dos demais oradores da Sessão do Senado do último dia 22 de agosto, para deixar registrado neste Plenário, de forma indelével, a importância de Cora Coralina para a literatura brasileira e para o Brasil.

            Cumprimento, nesta oportunidade, o Senador Rodrigo Rollemberg pela feliz iniciativa de propor que esta Casa homenageasse a notável poetisa e pessoa humana, que foi, e continua sendo, Cora Coralina.

            Como ela mesma disse, Sr. Presidente: “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos”.

            Viva Cora Coralina!

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/09/2011 - Página 36351