Discurso durante a 157ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração dos 109 anos de nascimento do ex-Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK).

Autor
Wilson Santiago (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: José Wilson Santiago
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos 109 anos de nascimento do ex-Presidente da República Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK).
Publicação
Publicação no DSF de 13/09/2011 - Página 37059
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, JUSCELINO KUBITSCHEK DE OLIVEIRA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

            O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, queremos de início parabenizar o Senador Rodrigo Rollemberg, um dos representantes do Distrito Federal nesta Casa, pela feliz idéia de homenagear os 109 de nascimento do ex-presidente Juscelino Kubitscheck, que transcorre nesta segunda-feira, 12. JK - conforme ficou conhecido em todo o Brasil - foi uma das personalidades nacionais mais marcantes de toda a nossa história, sendo responsável pela construção de Brasília, o que possibilitou a interiorização do desenvolvimento brasileiro.

            A história política de Juscelino começa por sua eleição para a função de deputado federal, que exerceu de 1934 a 1937, quando, pela primeira vez, foi atingido por medidas antidemocráticas, que estabeleceu o chamado Estado Novo e fechou o Congresso Nacional. Nesse período, ele viria a ser atingido, outra vez, pelo autoritarismo, tendo os seus direitos políticos cassados, até a sua morte, ocorrida em condições ainda hoje consideradas discutíveis.

            Entre 1940 e 1945, Juscelino assumiu a Prefeitura de Belo Horizonte, sendo que entre 1951 e 1955, JK foi governador de Minas Gerais. Mas, foi como presidente da República, no período entre 1956 e 1961, que Juscelino Kubitschek deixou sua marca indelével na construção do Brasil futuro, legando aos brasileiros uma nova capital, inaugurada com pompas e circunstâncias, embora diante de uma oposição ferrenha, em 21 de abril de 1960. Tinha como objetivo, plenamente alcançado, fomentar o progresso sócio-econômico do interior do Brasil.

            Passemos à biografia do nosso grande homenageado.

            O ex-presidente Juscelino Kubitschek nasceu na cidade de Diamantina, Minas Gerais, em 12 de setembro de 1902, e faleceu em 22 de agosto de 1976, em um acidente de automóvel na Rodovia Presidente Dutra, na altura da cidade de Resende (RJ).

            Foi o primeiro presidente do Brasil a nascer no século XX e o primeiro presidente do Brasil eleito pelo voto direto nascido após a Proclamação da República. Foi o último político mineiro eleito para a presidência da república pelo voto direto, antes da nossa atual presidenta Dilma Roussef.

            Casado com Sarah Kubitschek, JK foi pai de duas filhas Márcia Kubitschek e Maria Estela Kubitschek. Ao construir Brasília, não apenas, foi o responsável pela edificação de uma nova capital federal, interiorizando o processo desenvolvimentista nacional, mas, acabou cumprindo antigo projeto, previsto em três constituições brasileiras, da mudança da capital federal do Brasil para o Planalto Central.

            Durante todo o seu mandato como presidente da República, o Brasil viveu um período de notável desenvolvimento econômico e relativa estabilidade política. Com um estilo de governo inovador na política brasileira, Juscelino construiu em tomo de si uma aura de simpatia e confiança entre os brasileiros.

            Juscelino Kubitschek é, ainda hoje, um dos políticos mais admirados do cenário político do Brasil, aparecendo, junto com Getúlio Vargas, e, mais recentemente, com Luiz Inácio Lula da Silva, como os presidentes historicamente preferidos pelos brasileiros.

            O pai de Juscelino, João César de Oliveira, que viveu entre 1872 e 1905, foi caixeiro-viajante e exerceu, também, várias outras profissões. Sua mãe, Júlia Kubitschek, nascida em 1873, e falecida em 1971, era professora e possuía ascendência checa, sendo o seu sobrenome uma germanização do original tcheco Kubícek com etnia cigana. Assim, JK foi o único presidente de origem cigana em todo o mundo.

            Juscelino perdeu o pai aos três anos de idade, e, a partir de então, a única fonte de renda da família era o trabalho de sua mãe.

            Registra-se que JK gostava muito de futebol, e tinha simpatia pelo América Mineiro, onde atuou como jogador amador, e, sempre que podia, acompanhava partidas daquele time. Também foi apreciador de serenatas e serestas. Estudou no Seminário Diocesano de Diamantina, dirigido por padres vicentinos, onde concluiu o curso de humanidades aos 15 anos incompletos. Depois estudou medicina na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, formando-se, em 1927, na mesma turma de Pedro Nava e de Pedro Salles, três anos antes de Guimarães Rosa e quatro antes de Oswaldo Costa.

            Casou-se, com Sarah Gomes de Lemos, em 1931. Em 1932, foi nomeado como capitão-médico da Polícia Militar de Minas Gerais. JK era cirurgião especializado em urologia, tendo estagiado no Hospital Cochin, em Paris, com um dos maiores urologistas do mundo, Maurice Chevasseu.

            Durante a revolução constitucionalista de 1932, como médico, serviu nas tropas mineiras que combatiam as tropas paulistas. JK serviu, no célebre "Túnel da Mantiqueira", como cirurgião da polícia militar, acompanhando seu professor na faculdade, Otaviano de Almeida que montara um hospital em vagões ferroviários. Ali, operou o ferimento à bala do crânio de um soldado que sobreviveu sem seqüela. Chegou ao posto de tenente-coronel-médico da Polícia Militar de Minas Gerais.

            Destacou-se muito por sua oratória. Seus discursos mais importantes, com as frases que ficaram famosas, como "Deus me poupou o sentimento do medo", foram escritos pelo poeta Augusto Frederico Schmidt. Juscelino destacou-se, também, na chamada política de bastidores, (as articulações políticas bem trabalhadas), típica de Minas Gerais e de seu segundo partido político, o PSD.

            Destacou-se mais, entretanto, nos cargos executivos que ocupou, e, pela sua atuação neles, ficou conhecido como um político do tipo "tocador de obras".

            Enfim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, devemos sempre que possível homenagear a figura de Juscelino Kubitschek, um dos principais construtores da moderna sociedade brasileira. Homenagens que continuarão sendo cada vez mais importantes tendo em vista a necessidade de mostrar aos brasileiros de hoje e o que representaram os brasileiros de ontem, como é o caso da personalidade invulgar de JK.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/09/2011 - Página 37059