Pronunciamento de Pedro Simon em 14/09/2011
Discurso durante a 159ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Anúncio do evento contra a corrupção e a impunidade a ser realizado amanhã na Universidade de Brasília.
- Autor
- Pedro Simon (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RS)
- Nome completo: Pedro Jorge Simon
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.:
- Anúncio do evento contra a corrupção e a impunidade a ser realizado amanhã na Universidade de Brasília.
- Aparteantes
- Eduardo Suplicy, Marcelo Crivella.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/09/2011 - Página 37298
- Assunto
- Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
- Indexação
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- ANUNCIO, REALIZAÇÃO, AUDIENCIA PUBLICA, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), DISCUSSÃO, COMBATE, CORRUPÇÃO, IMPUNIDADE, IMPORTANCIA, MOBILIZAÇÃO, JUVENTUDE.
O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Querida Srª Presidente e Srs. Parlamentares, dentro do movimento que está sendo feito pela ética e contra a corrupção teremos, amanhã, na Universidade de Brasília, a Audiência Pública e Ações Contra a Corrupção e à Impunidade. Comissão de Direitos Humanos, 15 de setembro, às 9 horas, no auditório da Reitoria. Realização da UnB e do Senado Federal.
O Reitor José Geraldo de Sousa Júnior, na reunião que fizemos, presidida pelo Senador Paim, fez questão de que essa reunião fosse feita e que fosse lá na Universidade.
É com muita alegria que nós, convidados, estaremos lá, como tenho certeza de que a OAB, a CNBB, a ABI e outras entidades, como a Associação dos Magistrados Brasileiros, federais, também estarão lá.
Houve um incidente de coisas internas sobre o longo tempo para construir um anexo na Universidade, e os estudantes, nas suas legítimas reivindicações, estão discutindo. Eu vi, na televisão, toda a movimentação, vi a elegância por parte do Reitor José Geraldo de Sousa Júnior, que foi pessoalmente lá conversar com os alunos, e vi a elegância dos alunos aplaudindo o Reitor. Tenho certeza de que chegarão ao entendimento. Mas é claro que nessas coisas internas da Universidade não sou eu aqui que vou interferir, mas espero que, amanhã, às 9 horas, os estudantes façam uma pausa, ainda que deixem alguns ali no local, e venham junto a nós, porque o movimento é mais deles do que nosso - aliás, é deles; nós estamos indo atrás -, para essa grande manifestação que haverá amanhã na Universidade de Brasília.
Diga-se de passagem, é impressionante, falando com a OAB, o número de atos que já estão sendo marcados. Eu falo em atos oficiais de estudantes, de entidades, de universidades, sem falar no que é espetacular, que são as redes populares via Internet, algo realmente excepcional, da maior importância nisso que se está criando.
Amanhã, ao meio-dia, o Sr. Adelmir Santana, Presidente do sistema Fecomércio, nos convida para lançar um grande movimento, em que os empresários aqui do Distrito Federal lançarão um manifesto com relação ao movimento que estamos vivendo.
Olha, Srª Presidente, eu me atrevo a dizer que minha sensibilidade - e lá se vão 80 anos, posso ser seu pai - me diz que estamos no caminho certo. A sociedade está no caminho certo. Eu sinto que estamos vivendo um momento muito importante. Sim, esta primavera que está vindo provavelmente será também a primavera dos nossos sonhos para a democracia brasileira.
Tenho dito e repetido: a ditadura caiu, os militares se entregaram, o arbítrio findou, a Constituinte veio, as Diretas vieram, com os jovens na rua. Os jovens na rua! Sem os jovens, não teria havido a Constituinte. Sem os jovens, não teria havido a Anistia. Sem os jovens, não teria havido as Diretas Já. Sem os jovens, Tancredo não teria derrotado Maluf aqui no Colégio Eleitoral. Sem os jovens, o Congresso não teria aprovado a Ficha Limpa.
Pois o mundo vive o momento. Os jovens, com as redes sociais via Internet, estão movimentando o mundo. E eu creio que isso está chegando ao Brasil.
Aquele magnífico 7 de setembro, em que o Brasil deu um exemplo de democracia: de um lado, a Presidenta, com todo seu aparato e com os tanques e tudo mais; do outro lado, 35 mil, 40 mil jovens de preto, de cara pintada, uns de um lado e outros do outro lado, com o maior respeito, sem violência, sem um ato que não significasse a questão pública.
Eu creio. É claro que vamos ter de dar a esse movimento... Assim como na época do velho MDB, enquanto nós éramos uma frente desorganizada, sem saber o que éramos, foi difícil, até termos um objetivo: Constituinte, Diretas Já, anistia, fim da corrupção e fim da imprensa congelada. Aqui também vamos ter objetivos: fim da impunidade, fim das injustiças sociais, eleições limpas e transparentes.
O que a Presidenta está fazendo? Com certo receio do PT, do PMDB, do PDT, porque no Brasil se confundiu governabilidade com arreglo para governar. E ela tem que estar vencendo, e está vencendo, esse obstáculo. Mas creio, e repito, nobre Presidente: sinto que estamos vivendo um grande momento.
Ontem, esteve aqui, Presidenta, um jovem de 17 anos, que reside quatrocentos quilômetros além de Natal. Para ir ao colégio, percorre não sei quantos quilômetros a pé ou a lombo de burro. Veio ganhar o prêmio do Senado Federal de melhor redação.
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - (Fora do microfone.) Permite um aparte?
O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - Não vou lhe dar o aparte senão a Senadora vai me cortar. Desculpe-me, mas não tenho chance. Fica para outra vez.
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Eu gostaria...
O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - Ela já está me olhando de cara feia... Cara feia não, porque ela não pode ter...
A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Não cortaremos o aparte do Senador, vamos dar dois minutos a mais no total. Acho que fica bem. Senador Suplicy, seja breve.
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Se me permite, Senador Pedro Simon.
O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - V. Exª já tem um carinho especial que eu não tenho. Para mim ela não dava.
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Senador Pedro Simon, V. Exª é o jovem de 80 anos que, hoje, está conseguindo estimular os jovens de todas as idades no apoio à Presidenta Dilma Rousseff e a todos aqueles que querem prevenir, evitar e acabar com a corrupção,...
(Interrupção do som.)
O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - ...mobilizando a opinião pública e o povo brasileiro. Certamente, os jovens deste País serão sensíveis ao seu apelo, que, sobretudo, mexe muito com sua conterrânea e amiga, a Presidenta Dilma Rousseff. V. Exª não imagina o peso da sua experiência, da sua palavra e da sua recomendação, ao dizer à Presidenta Dilma, tantas vezes aqui da tribuna: “Resista, Presidenta Dilma Rousseff!”.
O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - E ela está resistindo. E ela está resistindo. E tenho certeza, se a Presidenta...
O Sr. Marcelo Crivella (Bloco/PRB - RJ) - Senador Pedro Simon, apenas para prestar solidariedade.
O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - Mas eu não dei o aparte. A senhora dá, Presidenta?
A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - (Fora do microfone.) Só tem dois minutos. Portanto, um minuto ao Senador Crivella.
O Sr. Marcelo Crivella (Bloco/PRB - RJ) - Apenas para prestar solidariedade a V. Exª, que tem cumprido, nesta Casa, um papel de fulgor. Parabéns pela campanha. O Brasil ouve sua voz. Apenas um detalhe: V. Exª disse que podia ser pai. Na verdade, podia ser avô, porque ela está muito jovem.
O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - Por isto eu digo que poderia ser minha filha, pela idade, e não pela semelhança física. Que Deus a livre.
Mas eu lhe digo, Presidente: eu confio nesses jovens. Eu acho que vamos viver um momento novo.
Eu dizia que esse jovem, a quatrocentos quilômetros de Natal, na sua casinha, de dois quartos, sala, banheiro e cozinha, montou uma biblioteca - e ontem ele esteve aqui - que está servindo a centenas de pessoas naquele Estado, a quatrocentos quilômetros, lá no fim do mundo, depois de Natal.
Eu falei ao nosso Diretor de Comunicações que a TV Senado podia inaugurar um programa igual àquele que havia na TV Globo aos sábados: “Gente que Faz!”. Esse rapaz seria um exemplo, para mostrar coisas positivas. Um guri, de 17 anos, que vestiu seu primeiro terno, emprestado pelo prefeito, está montando uma biblioteca, já com mais de mil volumes, na sua casa, por conta própria.
Isso nós podemos levar adiante. Isso nós vamos levar adiante, com o seu apoio, Presidente.
Obrigado.