Discurso durante a 159ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de eventos de lançamento de obras de infraestrutura em São Paulo, os quais contaram com a presença da presidente Dilma Rousseff.

Autor
Marta Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Marta Teresa Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Registro de eventos de lançamento de obras de infraestrutura em São Paulo, os quais contaram com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Publicação
Publicação no DSF de 15/09/2011 - Página 37311
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, SOLENIDADE, MUNICIPIO, ARAÇATUBA (SP), CAPITAL DE ESTADO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), PARTICIPAÇÃO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LANÇAMENTO, CONSTRUÇÃO, ESTALEIRO, ANUNCIO, PARCERIA, GOVERNO FEDERAL, INVESTIMENTO, RODOVIA, HIDROVIA, RIO TIETE.

            A SRª MARTA SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Prezado Presidente, Srªs Senadoras, Senadores, ouvintes e telespectadores...

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Senador Simon...

            O SR. PEDRO SIMON (Bloco/PMDB - RS) - Eu só queria dizer que a Senadora tem sorte: ela fala e V. Exª está presidindo, fala o tempo que quiser. (Risos.)

            A SRª MARTA SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Não, senhor. Serão 10 minutos. Sempre falei exatamente o tempo que tem.

            Caros telespectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, eu venho à tribuna para falar de dois eventos que ocorreram ontem no Estado de São Paulo com a presença da Presidenta Dilma.

            O primeiro foi na cidade de Araçatuba, no interior paulista, no lançamento da pedra fundamental do estaleiro Rio Tietê e a assinatura do protocolo de intenções entre o Governo Federal e o governo estadual para investimentos em obras da hidrovia Tietê/Paraná.

            Mais tarde, foi na capital, onde ocorreu a cerimônia, no Palácio dos Bandeirantes, da assinatura do termo que autoriza o início da construção do trecho norte do rodoanel de São Paulo, que vai ser uma das obras maiores e principais do PAC 2.

            Em primeiro lugar, eu gostaria de destacar a importância dessas parcerias republicanas, que permitem, de forma articulada e planejada, os investimentos imprescindíveis para o desenvolvimento através dessa superação desses gargalos logísticos que nós temos hoje.

            Faz duas semanas, quando eu falava desta tribuna sobre a assinatura do termo de pactuação do Brasil sem Miséria, com os governadores do sudeste - foi assinado em São Paulo também -, eu ressaltei a mobilização de gestores públicos, federais e estaduais, para que os 16 milhões de brasileiros que ainda vivem na extrema pobreza tenham a oportunidade de garantir os seus direitos de cidadãos. Agora, nós temos outra etapa nas ações de infraestrutura. Mais uma vez, está prevalecendo o pacto republicano, capaz de superar as divergências políticas e priorizar a agenda de investimentos tão necessários ao nosso País.

            Sobre o estaleiro do rio Tietê, estamos falando de um investimento de R$432 milhões, dos quais R$371 milhões serão financiados pelo Fundo de Marinha Mercante, na primeira operação da Caixa Econômica Federal como agente repassador do Fundo. Essa iniciativa é um marco na logística do etanol no Brasil, porque vai permitir o uso em larga escala da hidrovia Tietê/Paraná, para o escoamento da produção do Centro-Oeste e do Sudeste do País. A previsão é que o estaleiro Rio Tietê construa 80 barcaças e 20 empurradores, formando 20 comboios, com capacidade de transporte de 7,6 milhões litros cada barcaça. A entrega das embarcações deve ocorrer ainda em 2012, com o início das operações para 2013.

            Reconhecida como a matriz de transporte mais barata, o uso pleno do potencial hidroviário permitirá reduzir o custo final do etanol e desafogar as nossas rodovias, pois, quando em plena operação, em 2015, os comboios devem realizar transporte de cargas equivalentes a 80 mil viagens de caminhão por ano. Imaginem como isso vai beneficiar o meio ambiente! Estou falando da adoção de um modal de transporte que é ecologicamente correto, que emite um quarto do gás carbônico e consome vinte vezes menos combustível do que o utilizado pelo transporte rodoviário. Isso sem falar na redução do risco de acidentes nas estradas.

            Porém, a gente tem muito mais coisa para comemorar. O Brasil, na década de 80, possuía um dos principais parques da indústria naval mundial. Felizmente, nos últimos anos, a construção naval cresceu, foi recuperada, substancialmente, impulsionada pela política de fomento ao setor, que foi feita pelo Presidente Lula. A quantidade e o valor dos investimentos realizados aumentaram muito. Com isso, vamos recuperando o nosso papel no cenário internacional, ampliando o número de empregos diretos gerados pela construção naval. Para ilustrar, o investimento de R$40 milhões na construção do estaleiro Rio Tietê vai gerar cerca de 500 empregos diretos, 2 mil empregos indiretos em Araçatuba, e, quando em operação, a nova frota vai abrir 400 postos de trabalho fixos.

            Além dos recursos para o estaleiro, a Presidente Dilma assinou protocolo de intenções da hidrovia Tietê/Paraná, que receberá investimentos da ordem de R$1,5 bilhão, sendo R$900 milhões do PAC 2. As obras do projeto, que serão realizadas entre 2011 e 2014, contemplarão cerca de 800 quilômetros do trecho paulista da hidrovia do Tietê, que serão navegáveis em outra condição.

            Algumas das ações previstas são: construção de barragens, ampliação de quatro pontes, modernização dos terminais hidroviários de Araçatuba e de Rubineia, melhorias da infraestrutura das eclusas Bariri, Ibitinga, Promissão, Nova Avanhandava e Três Irmãos, entre outras.

            A expectativa é de que essas ações atraiam para a hidrovia o transporte de cerca de 11,5 milhões de toneladas, que significam o triplo do transporte que hoje nós temos. Com esses recursos vai ser possível eliminar os gargalos ao longo da hidrovia, permitindo maior navegabilidade e um ganho incrível também de escala.

            Sobre o trecho norte do rodoanel, Sr. Presidente, quero destacar novamente a importância da parceria entre o Governo Federal e o governo estadual, pois nós sabemos das dificuldades dos Estados e dos Municípios de, sozinhos, mesmo São Paulo, realizar uma obra dessa envergadura. Isso vai ser fundamental para o desenvolvimento de São Paulo e para o País.

            Estou me referindo ao empreendimento que vai beneficiar em torno de 19 milhões de pessoas, capaz de gerar 11 mil empregos durante as obras e que apresenta obras muito complexas de viadutos, de pontes, túneis, previstas para serem iniciadas em março de 2012, com custo de R$6,011 bilhões. O trecho norte do rodoanel receberá R$1,071 bilhão do Governo Federal, e o restante será custeado pelo Governo de São Paulo e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

            Quando concluída, a obra vai facilitar a retirada do tráfego de cargas do centro de São Paulo, que hoje é caótico, dificílimo - o tráfego de caminhões será muito aliviado - e contribuir para a diminuição dos congestionamentos e dos tempos de viagem. Também irá eliminar os gargalos para o escoamento da produção para todos os portos da região. É realmente uma obra de peso e que São Paulo pedia e de que necessitava há muito tempo.

            Enfim, Sr. Presidente, há muito para se comemorar. Como disse ontem o Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, “são investimentos federais da ordem de R$3 bilhões no Estado de São Paulo”. Esse é um dinheiro muito significativo até para o Estado de São Paulo. Com certeza, esses recursos vão fazer enorme diferença para o desenvolvimento do Estado. E quando são realizados investimentos em São Paulo, quando os meios de produção e a logística no Estado se ampliam, utilizando os recursos hídricos tão importantes para o desenvolvimento sustentável, quando a sua economia se dinamiza, flui, todo o Brasil ganha e continua a crescer.

            Quero dar meus parabéns e meu obrigada à Presidente Dilma pela manutenção dos investimentos tão necessários ao enfrentamento dos desafios logísticos do nosso País. E parabéns e obrigada também ao Governador Alckmin pela parceria republicana que, nas palavras de nossa Presidenta, “significa maturidade institucional, política e democrática do País”.

            Obrigada, Sr. Presidente.

            Três minutos a menos, Senador!

            É que o Pedro Simon está lá: três a menos! Aqui eu cumpro direitinho porque, senão, depois, não posso falar nada de vocês, Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/09/2011 - Página 37311