Discurso durante a 159ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao político sergipano Manoel do Prado Franco pela passagem de seu aniversário de cem anos; e outro assunto. (como Líder)

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Homenagem ao político sergipano Manoel do Prado Franco pela passagem de seu aniversário de cem anos; e outro assunto. (como Líder)
Aparteantes
Antonio Carlos Valadares.
Publicação
Publicação no DSF de 15/09/2011 - Página 37429
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, CENTENARIO, EX PREFEITO, MUNICIPIO, LARANJEIRAS (SE), ESTADO DE SERGIPE (SE).
  • APOIO, MOBILIZAÇÃO, POPULAÇÃO, ESTADO DE SERGIPE (SE), CONSTRUÇÃO, HOSPITAL, EXCLUSIVIDADE, TRATAMENTO, CANCER.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco/PSC - SE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, procurarei ser breve. Portanto, tentarei não gastar todo tempo, porque sei que ainda temos muitos oradores.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, ocupo hoje a tribuna desta Casa por dois motivos.

            Primeiro, para fazer um registro importante para o meu Estado e para nós, sergipanos. Homenagear um dos mais ilustres cidadãos da nossa terra, o Sr. Manoel do Prado Franco, conhecido por todos como seu Manoelito. O Senador Valadares está aqui e o conhece muito bem, como também o Deputado Valadares Filho. Seu Manoelito recentemente completou um século de vida.

            Podemos defini-lo como um homem vitorioso em todos os sentidos, e falar de seu Manoelito é falar, sobretudo, do desenvolvimento e da política do Estado de Sergipe.

            Nascido em terras da Usina São José, no povoado Pinheiro, em Laranjeiras, e filho de família numerosa, ele cresceu na fazenda, na convivência dos irmãos. Estudou em Aracaju e em Salvador, no Estado da Bahia, de onde precisou voltar, aos 16 anos, antes da conclusão dos estudos, devido à morte do pai, o coronel Albano do Prado Pimentel Franco. E, a partir de então, passou a dedicar-se exclusivamente aos negócios da família.

            Foi inicialmente sob a orientação da mãe, D. Adélia do Prado Franco, que seu Manoelito, junto com os irmãos Zezé do Pinheiro e Walter, fizeram os negócios da família prosperar, a exemplo da Usina Pinheiro, que é hoje uma das mais importantes geradoras de emprego e renda do nosso Estado.

            Foi pelas mãos do irmão Augusto Franco que ingressou na política, sendo, por duas vezes, prefeito de Laranjeiras. Em sua administração, a luz elétrica chegou ao município. E teve, como um dos grandes desafios, a maior enchente da história de cidade, quando, em maio de 1962, o nível do rio Cotinguiba subiu a ponto de destruir inúmeras casas. Mas seu Manoelito não esmoreceu, lutou em busca de ajuda para socorrer aos desabrigado e cumpriu a promessa de novas moradias.

            Vale ainda ressaltar que Manoel do Prado Franco, Sr. Manoelito, foi diretor financeiro da Caixa Econômica Federal.

            É casado com D. Maria Oliveira Ribeiro, união essa, no verdadeiro sentido da palavra, que dura 67 anos. Tiveram dois filhos: Célia Franco, conhecida por todos nós como Celinha Franco, ex-deputada estadual, mulher de espírito generoso, minha amiga, conhecida por todos nós, sergipanos, e José do Prado Franco Sobrinho, nosso querido amigo Zé Franco, atualmente deputado estadual e ex-prefeito dos municípios de Areia Branca e de Nossa Senhora do Socorro.

            É a esse brilhante cidadão sergipano que quero homenagear pelos seus 100 anos de vida, vividos de forma ética, leal e fiel a seus amigos, com simplicidade e dedicação à sua família. Esse homem é um exemplo a ser seguido e motivo de orgulho para todos nós, sergipanos.

            O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - V. Exª me concede um aparte, Senador Eduardo Amorim?

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco/PSC - SE) - Pois não, Senador Valadares.

            O Sr. Antonio Carlos Valadares (Bloco/PSB - SE) - Eu quero me somar às homenagens que V. Exª está fazendo a Manoel do Prado Franco, o Sr. Manoelito, como era conhecido, que completou 100 anos de idade, uma vida dedicada ao trabalho, dedicada à família e também em parte à política, já que ele foi prefeito de Laranjeiras. Eu tive a oportunidade de fazer uma homenagem também no Jornal da Cidade, no caderno de Thaís Bezerra, e lá eu enfoquei, acima de tudo, a sua simplicidade, a forma como ele agiu como empresário e porque ele tinha uma relação quase que paterna com os seus trabalhadores. Ele não fazia injustiça. Pelo contrário, procurava saber das necessidades dos trabalhadores. Isso é importante no empresário: ter uma boa convivência, uma boa relação e reconhecer os direitos daqueles que convivem com ele. Portanto, eu destaco, na personalidade desse grande homem público, desse grande empresário, desse grande cidadão, a sua simplicidade, o seu engajamento, a sua preocupação com o desenvolvimento industrial de Sergipe e também tendo filhos como Zé Franco, como Celinha Franco, sem dúvida alguma que ele carrega no seu coração a alegria e a felicidade de ter criado bem os seus filhos. Portanto, V. Exª está de parabéns, e eu o felicito por essa homenagem merecida que está sendo feita a esse grande sergipano.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco/PSC - SE) - Muito obrigado, Senador Valadares. O senhor conhece-o muito bem.

            Portanto, Sr. Presidente, o Sr. Manoelito é um exemplo de vida para todos nós, e que ele continue a viver entre nós por muitos e muitos anos.

            Mas, Sr. Presidente, o segundo motivo que me traz a esta tribuna nesta noite é que, em abril deste ano, aqui nesta tribuna, falei de uma conquista histórica do povo brasileiro que é a previsão constitucional da saúde como direito fundamental garantido pela nossa Carta Magna, a Constituição Cidadã de 1988. Naquela ocasião, coloquei também a questão da prevenção e do controle do câncer como um dos mais importantes desafios científicos da saúde pública em nossa época. E contei-lhes um sonho. O sonho de levar para o meu Estado, para Sergipe, um hospital especializado no tratamento do câncer.

            Eu, como médico especialista em dor, Sr. Presidente, tenho esse sonho desde ainda estudante, freqüentando os bancos da Universidade Federal de Sergipe, na Universidade de Medicina, já sonhava com um hospital de oncologia em nosso Estado, onde o paciente tivesse acesso a todas as fases do seu atendimento, do diagnóstico à reabilitação, integradas em um mesmo local.

            É fato que o Estado de Sergipe tem o centro oncológico que presta inestimáveis serviços à população - e ainda bem que tem, Sr. Presidente. Trata-se de uma equipe multidisciplinar de competência inquestionável. Não obstante, está localizada nas dependências do Hospital de Urgência de Sergipe. Dessa maneira, o paciente com câncer, o paciente oncológico acaba sendo um competidor com o paciente de urgência e emergência.

            Eu, freqüentemente, Sr. Presidente, vi e testemunhei, como profissional da saúde, um paciente de oncologia ter de sair da sala para dar espaço para uma situação de urgência e emergência, um paciente, portanto, poli-traumatizado, em alguns procedimentos, a exemplo dos procedimentos cirúrgicos, procedimentos diagnósticos.

            Enfim, como disse um dia Raul Seixas, um sonho sonhado sozinho é apenas um sonho. Um sonho sonhado junto, vira facilmente realidade. E esse sonho, Srªs e Srs. Senadores, tornou-se o sonho coletivo do nosso Estado, o Hospital de Oncologia de Sergipe. A sociedade sergipana se mobilizou em prol da construção do hospital do câncer, e aí a caravana Unidos pela Vida, que começou a sua peregrinação pelo Estado no dia 16 de março deste ano, no centro Aracajú, terminou cinco meses depois, nos Municípios de Monte Alegre e Canindé do São Francisco. Portanto, no alto sertão sergipano.

            Durante esses meses, a caravana em prol do hospital do câncer ganhou uma abrangência ampla e irrestrita, alcançando todos os cidadãos, sem distinção de classes sociais, opções religiosas, partidárias ou ideológicas.

            É verdade, essa causa sensibilizou quem está vivo, importa-se e valoriza a vida. Mais do que um projeto ou uma emenda parlamentar, o hospital do câncer de Sergipe tornou-se uma bandeira de todos os sergipanos em todos os Municípios. Afinal, Sergipe é um dos poucos Estados da Federação que ainda não tem.

            E a razão de uma questão tão nobre ter alcançado tantas pessoas de forma voluntária, não poderia ser outra senão o fato de que todos, em todos os cantos do Estado, estão definitivamente unidos pela vida. Foram colhidas mais de 150 mil assinaturas, o que demonstra o quanto o povo sergipano é solidário e considera importante ter um hospital especializado no tratamento do paciente oncológico.

            Além do empenho da população em geral - e, neste momento, quero aqui fazer um agradecimento público ao Sr. José Virtuoso da Silva Filho, cidadão itabaianense que conseguiu colher, só ele, nove mil assinaturas, e, por meio dele, agradecer a cada pessoa, a cada mulher, a cada homem que assinou o manuscrito, que assinou todas aquelas listas -, não podemos nos esquecer do consistente apoio das entidades ligadas à saúde, do engajamento da classe artística e de toda a imprensa do Estado que contribuíram decisivamente para que a Caravana Unidos pela Vida alcançasse mais e mais pessoas em sua mensagem de esperança e fé na vida.

            Quando uma ideia, Srªs e Srs. Senadores, consegue agregar diferentes forças políticas em seu entorno, fica claro que ela está acima dos interesses partidários. E essa ideia torna-se algo de interesse público.

            O que percebemos, ao longo dessa jornada, em Câmaras de Vereadores de diversos Municípios e na própria Assembleia Legislativa do nosso Estado, foi que a luta pela construção do Hospital do Câncer de Sergipe tem uma só bandeira: a bandeira da vida e da saúde plena para toda a população.

            E a razão para que tudo isso acontecesse encontramos nas feiras, nas ruas, em contato direto com a população sergipana, onde foram relatas histórias de dor, de perda, de saudade, que se misturavam com a fé, a esperança e a certeza de que os homens públicos transformarão em realidade o sonho de termos o Hospital do Câncer em nosso Estado.

            Assim, Sr. Presidente, de forma verdadeira e espontânea, contando com o apoio sincero dos que abraçaram essa nobre causa, a Caravana Unidos pela Vida movimentou Sergipe e mobilizou sua população. Foram, repito, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, mais de 150 mil assinaturas; assinaturas essas que simbolizam pequenos tijolos, que juntos, colocados em sequência e unidos pelo cimento do carinho e da participação, vão ajudar a construir sobre uma base sólida esse sonho, que é de todos os sergipanos e que, se Deus quiser, tornar-se-á realidade.

            Para tanto, Sr. Presidente, registro que a Secretaria de Saúde do Estado de Sergipe, através do seu Secretário e dos servidores, já cadastrou no Siconv a emenda parlamentar ao projeto para que, contando com a sensibilidade do Ministro da Saúde e da Presidente Dilma, possamos materializar esse sonho, possamos materializar essa esperança.

            Em breve, vamos fazer a entrega de todas as assinaturas ao Ministro da Saúde - para tanto, já avisei ao coordenador da minha bancada, o Senador Valadares -, Alexandre Padilha, que hoje aniversaria e que aqui parabenizo. Que Deus continue lhe dando a graça e a bênção desse milagre que é a vida.

            E gostaria de contar com a bancada sergipana para que, juntos, possamos levar ao Ministro o sonho sonhado por todo o Estado de Sergipe, que é a liberação da emenda que nos permita a construção do hospital de oncologia do nosso Estado, Senador Mozarildo.

            Devemos sempre nos lembrar de uma frase dita por John Kennedy: "O conformismo é carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento". E, por isso mesmo, não podemos nos conformar diante das dificuldades que Sergipe enfrenta para tratar e cuidar dos seus pacientes oncológicos. Não apenas os sergipanos, mas, com certeza, aqueles que atravessam a fronteira, oriundos da Bahia, Pernambuco, Alagoas e de outros Estados, mas que são sempre muito bem acolhidos em nosso território, no nosso setor de oncologia, que é muito pequeno. Muitas vezes, infelizmente, esses pacientes oncológicos competem diretamente com os pacientes politraumatizados. Oxalá que essa situação termine e que possamos, um dia, ter esse hospital construído.

            Muito obrigado, Sr. Presidente. Como havia prometido, terminei bem antes do tempo estabelecido.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/09/2011 - Página 37429