Discurso durante a 160ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem pelo transcurso do 40º aniversário do Jornal da Paraíba; e outros assuntos. (como Líder)

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM, IMPRENSA. TRIBUTOS.:
  • Homenagem pelo transcurso do 40º aniversário do Jornal da Paraíba; e outros assuntos. (como Líder)
Aparteantes
Benedito de Lira.
Publicação
Publicação no DSF de 16/09/2011 - Página 37556
Assunto
Outros > HOMENAGEM, IMPRENSA. TRIBUTOS.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, JORNAL DA PARAIBA, ESTADO DA PARAIBA (PB).
  • HOMENAGEM POSTUMA, MEDICO, ESTADO DA PARAIBA (PB).
  • QUALIDADE, RELATOR, PROJETO DE LEI, ASSUNTO, REDISTRIBUIÇÃO, ROYALTIES, PETROLEO, DEFESA, URGENCIA, APROVAÇÃO, PROJETO, OBJETIVO, IGUALDADE, JUSTIÇA, DISTRIBUIÇÃO, RECURSOS, ESTADOS.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, querida Senadora Ana Amélia, Srªs e Srs. Senadores, hoje, eu gostaria de registrar a passagem do quadragésimo aniversário do Jornal da Paraíba, importante diário do meu Estado que, embora não seja o mais antigo em circulação, tornou-se, sem dúvida, o mais arrojado e inovador.

            O Jornal da Paraíba não é sediado em João Pessoa, Srª Presidente, mas em Campina Grande, minha cidade, onde foi fundado, em setembro de 1941, por dez empresários inconformados com o fato de a cidade - segundo Município da Paraíba e décimo segundo Município interiorano do Brasil - não contar com um jornal diário de porte. Esses dez empresários visionários à época são: Humberto Almeida, Júlio Costa, Ademar Borges da Costa, Raimundo Lira, João Batista Dantas, João Rique Ferreira, Artur Monteiro, Maurício Almeida, Josusmá Coelho Viana e José Carlos da Silva Júnior, seu Diretor-Presidente, que já foi Senador nesta Casa, Vice-Governador do Estado da Paraíba e Presidente por dois mandatos da Associação Brasileira das Indústrias de Café e que, hoje, comanda o jornal, ao lado de seus filhos, Eduardo e Ricardo Carlos.

            O único diário publicado à época, em Campina Grande, era impresso na capital, com todos os inconvenientes logísticos e jornalísticos que essa distância impunha a seus leitores. O advento do Jornal da Paraíba veio suprir essa inaceitável lacuna. Impresso localmente, os campinenses passaram a contar com um jornal capaz de acompanhar de perto os assuntos da cidade com apuro técnico.

            A partir de um começo modesto, em formato tablóide, o Jornal da Paraíba cresceu em vários sentidos. Cresceu em circulação e, hoje, é um dos jornais mais lidos na Paraíba e no Nordeste. Cresceu em tamanho, abandonou o formato tablóide e adotou o formato standard, comum aos grandes jornais brasileiros. Cresceu principalmente em escopo, pois, há tempos, o Jornal da Paraíba assumiu a missão de ser um jornal efetivamente estadual. Cobre, é claro, a região metropolitana de Campina Grande, a maior do interior do Nordeste, mas a sua expansão já ultrapassou as fronteiras de sua cidade sede. Com uma segunda equipe de redação na capital e com correspondentes residindo em várias cidades do interior paraibano, o Jornal da Paraíba é o primeiro jornal a ser distribuído em todas as regiões do Estado.

            Há de se destacar a evolução editorial daquele jornal. Foi uma evolução contínua, ao longo de quatro décadas. A equipe do jornal se preparou para o quadragésimo aniversário, superando todas as expectativas dos seus leitores. A versão impressa ganhou novos cadernos e novas colunas. A logomarca foi modernizada, e até as fontes foram modificadas, combinando com o novo layout mais arrojado, com textos mais diretos e objetivos.

            A versão on-line, por sua vez, que já tinha na inovação tecnológica a sua principal característica, foi reformulada. Batizada de JP On-Line, a versão para a Internet do Jornal da Paraíba tornou-se um portal de notícias em tempo real.

            O Jornal da Paraíba é integrante de um dos maiores grupos de Comunicação do Nordeste, do qual faz parte também a TV Paraíba, inaugurada em 1º de janeiro de 1987, afiliada da Rede Globo de Televisão; a TV Cabo Branco, afiliada da Rede Globo, em João Pessoa; a Rádio Cabo Branco FM; a Rádio Paraíba FM; e o caçula do grupo, o portal de notícias Paraíba 1, hoje transformado em G1 Paraíba.

            Para encerrar, Sr. Presidente, cumprimento todos os profissionais que trabalham nesse jornal, que têm uma história muito bonita, a partir da década de 40, na minha cidade de Campina Grande.

            Também quero fazer, Sr. Presidente, rapidamente, uma homenagem póstuma, Senador Paulo Paim, a uma figura que marcou muito a minha infância, a minha vida de jovem acadêmico de Medicina, pelo conceito que tinha no meu Estado, e que agora dorme mais perto de Deus.

            Morreu, na manhã de ontem, aos 95 anos de idade, um dos maiores cientistas da academia médica do Brasil, Severino Bezerra Carvalho, um grande amigo, um professor, um médico.

            Após a conclusão do curso de Medicina em Recife, o Dr. Bezerra mudou-se para Campina Grande, onde fixou seu consultório, dedicando uma vida à família, à Medicina e ao povo da Paraíba.

            O Dr. Bezerra costumava dizer que “não era comerciante, era médico e, por isso, não sabia cobrar consulta” e que, algumas vezes, pagava os exames dos seus pacientes.

            Como professor da Universidade Federal da Paraíba, onde ministrou aulas de Clínica Médica, viajava corriqueiramente para a capital do Estado, para fazer do seu prazer de ensinar mais uma das suas atividades profissionais.

            O médico, professor e amigo Bezerra de Carvalho será sempre lembrado pela sua história e por sua dedicação e amor à Medicina.

            Meu querido Presidente Paulo Paim, quero tratar de um último assunto, já usando ou abusando do tempo de V. Exª.

            Ao longo desses últimos meses, estamos tratando, nesta Casa, de uma discussão política para nos concentrarmos e convergirmos num acordo, a fim de que esta Casa se pronuncie, Senador Benedito de Lira, o mais rapidamente possível, a respeito do projeto de lei do Senado que distribui os royalties do petróleo e a participação especial.

            Tenho visto e acompanho o esforço que tem feito o Senador Wellington Dias e o Senador e Líder José Pimentel, bem como o Líder Humberto Costa e tantos quantos Senadores que querem antecipar-se à discussão, à votação e à deliberação do Congresso Nacional referente ao veto do Presidente Lula à emenda batizada de Ibsen Pinheiro.

            Tenho a honra de ser Relator do PL nº 16 e comunico à Casa que já tenho todas as condições de oferecer meu relatório, redimensionando a parcela relativa aos royalties e à participação especial. Noto que há um desejo do Governo, especialmente da Fazenda, de criar um clima no Senado capaz de fazer com que, na próxima semana, possamos iniciar um regime de urgência em relação a essa matéria. Já coletamos mais de 65 assinaturas nesse requerimento. E aí o Presidente Sarney poderá, ainda na próxima semana, havendo condições, ou seja, havendo quórum para uma deliberação consciente, colocar em votação o PL nº 16, que trata de um novo arcabouço legal para a distribuição dos royalties e da participação especial.

            Os entendimentos já foram feitos tanto com os Estados ditos produtores e confrontantes quanto com a grande maioria dos Estados e do povo brasileiro, aqueles não produtores ou não confrontantes. E há um sentimento único no Brasil, Senador Benedito de Lira. Certamente, nas alterosas Alagoas ou na tórrida Paraíba, na quente Paraíba, sentimos que todos nós pertencemos ao mesmo País, que todos nós pertencemos ao mesmo continente brasileiro e que as nossas riquezas devem ser distribuídas com mais igualdade e com mais justiça.

            Ouço V. Exª, Senador Benedito de Lira, com a permissão do Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Poder não pode, mas, se V. Exª falar por um minuto, não vou negar a V. Exª o direito de fazer o aparte.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - O Senador Paim é democrático e é por isso que está aqui. Consegue fazer de um deslize regimental algo muito positivo, que é a oportunidade de ouvir V. Exª, Senador Benedito de Lira.

            O Sr. Benedito de Lira (Bloco/PP - AL) - O tema que V. Exª traz, no final do seu pronunciamento, a esta Casa faz com que S. Exª nosso Presidente Paim se sensibilize e permita que eu faça o aparte, o que agradeço antecipadamente. Mas, nobre Senador Vital, esse tema, realmente, é palpitante e vem sendo tratado, ao longo desses últimos meses, em reuniões fechadas, em reuniões de debates, em encontros, em audiências públicas, para que a gente possa encontrar um caminho verdadeiramente responsável. E não nos interessa o confronto. Isso já está definitivamente feito entre todos os Senadores e a Casa, sob a responsabilidade da Presidência do Senador José Sarney. O que nós precisamos realmente é definir esse processo. Para quê? Para que os que, hoje, são tidos como produtores e ricos não criem qualquer tipo de dificuldade e para que os que não têm absolutamente nada possam ser atendidos. Já que todos nós somos de um mesmo território, precisamos realmente encontrar o caminho. Hoje, eu conversava com o Wellington Dias, que me dava esta informação: estamos no final dos entendimentos. Eu queria cumprimentar V. Exª e agradecer-lhe por esta oportunidade.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB) - É verdade.

            Sem querer mais transgredir a ordem dos nossos trabalhos, mas agradecendo por esse espírito altaneiro, democrático, solidário, parceiro e participativo ao Senador Presidente Paulo Paim, como não poderia deixar de ser, essa figura humana maravilhosa, eu me despeço, pedindo vênia e agradecendo por este momento em que pude ter a alegria de ouvir o Senador Benedito de Lira.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/09/2011 - Página 37556