Discurso durante a 99ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem na Câmara dos Deputados à igreja Assembléia de Deus pelo transcurso dos 100 anos de sua fundação.

Autor
Magno Malta (PR - Partido Liberal/ES)
Nome completo: Magno Pereira Malta
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
RELIGIÃO. HOMENAGEM.:
  • Homenagem na Câmara dos Deputados à igreja Assembléia de Deus pelo transcurso dos 100 anos de sua fundação.
Publicação
Publicação no DSF de 15/06/2011 - Página 23554
Assunto
Outros > RELIGIÃO. HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REALIZAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, HOMENAGEM, CENTENARIO, IGREJA EVANGELICA.

            O SR. MAGNO MALTA (Bloco/PR - ES. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Não é por uma questão de ordem, não, Sr. Presidente. É pela ordem do Plenário mesmo.

            Sr. Presidente, quero fazer um registro importante, que acho que interessa a V. Exª e a todos pela reverência e pelo respeito que V. Exª tem à Assembleia de Deus.

            Neste momento, venho da Câmara dos Deputados; e a Câmara, na manhã deste dia, fez uma sessão solene, como o Senado fez na segunda-feira, pelos cem anos da história da Assembleia de Deus no Brasil. A Assembleia de Deus, a exemplo de outras confissões de fé, é formada de “ex” alguma coisa, e a pregação do Evangelho fez com que a Assembleia de Deus fosse uma agência do reino de Deus muito grande e forte neste País, formada de ex-drogados, sofridos, mutilados, bêbados, prostitutas, famílias destruídas, gente degradada, desgraçada, que conheceu a vida pela via maravilhosa do Evangelho, pregado pela Assembleia de Deus, com base nas páginas da Escritura sagrada.

            Faço o registro porque tem gente muito mais qualificada para falar do assunto do que eu, mas o registro é mais importante. V. Exª é um imortal, e me orgulho muito de ser amigo de um imortal, porque também já fui imortal até 1990, porque eu não tinha onde cair morto. Em 1992, elegi-me vereador. Então, eu já estava melhor. Mas V. Exª é um intelectual, o que me orgulha muito.

            Então, vejam: neste momento, em que se comemoram os cem anos, há que se estudar, sociologicamente, a contribuição da Assembleia de Deus para o Brasil. Por quê? Porque, hoje, chama-se gari. Na minha época, era varredor de rua. O varredor de rua era da Assembleia de Deus. De dia, varria a rua. Você ia à igreja de noite, e ele estava de terno, ou tocando na banda, ou era chamado de pastor, sentado com os outros lá na frente.

            O terno para mim, Sr. Presidente, não é o melhor dos mundos. Mas penso que esse terno, que, naqueles dias, ainda na minha infância, só o juiz vestia, médico, advogado e gerente de banco, mais ninguém, os membros da Assembleia de Deus vestiam, o gari, o pedreiro. Aquele pedreiro que levanta o muro via o cidadão que o contratou deprimido e dizia: “De noite, vamos à minha igreja.” E o cidadão vai. Chega lá e se depara com o pedreiro sendo chamado de pastor.

            Sociologicamente, esse respeito que a Constituição nos dá, de igualdade, penso que a Assembleia de Deus fez na prática; e penso que os intelectuais e os sociólogos deveriam estudar essa questão. Chamo até a atenção para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, aos oitenta anos, em vez de estar falando em legalização de droga - discurso nefasto, muito ruim, que ofende a família - poderia estudar essa questão, essa contribuição sociológica, maravilhosa, dada pela Assembleia de Deus ao Brasil nesses cem anos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/06/2011 - Página 23554