Discurso durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Dia do Economista.

Autor
Wilson Santiago (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: José Wilson Santiago
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Dia do Economista.
Publicação
Publicação no DSF de 21/09/2011 - Página 38208
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, ECONOMISTA, REGISTRO, IMPORTANCIA, PROFISSÃO.

            O SR. WILSON SANTIAGO (Bloco/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Inácio Arruda; demais integrantes da Mesa; Sr. Presidente do Conselho Federal de Economia, Sr. Waldir Pereira Gomes; Sr. Presidente do Conselho Regional de Economia da 11ª Região de Brasília, Sr. Jusçanio Umbelino de Souza, além de tantos outros economistas representantes de vários sindicatos e, também, dos economistas brasileiros aqui presentes, como, por exemplo, do meu Estado, da Paraíba temos dois representantes extremamente importantes, não só para a classe como também pela contribuição que dão para a economia paraibana, demais senhores profissionais da imprensa, Srs. Senadores e Sras. Senadoras, funcionários, enfim, meus queridos companheiros e companheiras de trabalho e desta Casa, a comemoração que hoje promove o Senado Federal, por autoria do Senador Inácio Arruda, para homenagear o Dia do Economista é muito feliz e oportuna.

            A economia se tornou matéria amplamente conhecida, passando a ser discutida em todas as camadas sociais, principalmente após as últimas crises econômicas mundiais de que todos nós temos conhecimento.

            O economista é o profissional que busca compreender, modelar e prever o comportamento digo até dos indivíduos e os fenômenos econômicos, que de fato é o que mais incomoda e atormenta a todos nós brasileiros.

            A economia estuda a maneira como se administram os recursos com o objetivo de produzir bens e serviços e como distribuí-los para o consumo de todos os cidadãos de uma sociedade de que todos nós temos conhecimento.

            Para exercer suas funções, o economista necessita estar atento aos movimentos sociais, à política nacional e internacional, ao mercado financeiro, além de ter facilidade para os cálculos matemáticos, de que não é todo mundo ou toda gente que tem conhecimento.

            Por essa razão, deve ter capacidade de trabalhar em equipe, para que de fato tenha mais abrangência as suas decisões e os seus próprios pensamentos.

            O grande desafio dos economistas é encontrar meios para que a produção possa ser distribuída de maneira igualitária, acabando ou minorando as desigualdades entre aqueles que muito têm e os que nada têm e não participam do mercado econômico.

            Vivemos em uma comunidade e é certo que somos dependentes uns dos outros. Todos somos conscientes disso. Infelizmente, as oportunidades não são iguais para todos, e, para sobrevivermos, necessitamos de várias áreas do conhecimento para que, de alguma forma, a desigualdade seja minorada.

            Assim, o economista precisa, realmente, ser um incansável estudioso interagindo com todas as áreas científicas da própria sociedade.

            Devemos lembrar que os recursos, objeto de estudo dos economistas, são geralmente escassos, o que leva à necessidade de escolhas, o que todos sabemos. Certo é que o padrão de vida das pessoas e de um país depende da capacidade de produzir bens e serviços.

            A abrangência da atividade de um economista é clara aos nossos olhos, ainda mais quando os noticiários em todos os tipos de mídias falam incansavelmente dos sobes e desces das bolsas de valores, do câmbio, da inflação e de tudo mais.

            Assim, hoje homenageio, digo até esta Casa, nós homenageamos todos estes profissionais que muito engrandecem e contribuem para o desenvolvimento brasileiro e que procuram de alguma forma melhorar nossa sociedade.

            Sr. Presidente, senhores economistas aqui presentes, senhores representantes de sindicatos, de entidades representativas e demais senhores e senhoras, não posso deixar de falar sobre um paraibano, conterrâneo nosso, que foi um dos expoentes da economia brasileira, o conhecido Celso Furtado. Nascido em Pombal, no interior da Paraíba, alcançou o grau de Doutor em Economia pela Universidade de Paris-Sorbonne, com tese sobre a economia brasileira no período colonial. Celso Furtado elaborou estudo sobre economia brasileira que serviu de base para o Plano de Metas - imaginem a importância desse homem - para o Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek, além, também, de ser criador da Sudene.

            Imaginem bem se não tivéssemos, naquela época, um homem da inteligência, do conhecimento e digo até da visão de Celso Furtado, que, ao lado de tantos outros economistas brasileiros da época, engrandeceu não só os economistas, como também contribuiu para que as ações do próprio Juscelino fossem colocadas em prática com uma visão mais abrangente, com o intuito de se expandirem em todo o território nacional.

            Sua marca foi a de uma preocupação constante para com os problemas sociais e econômicos do Brasil, principalmente com aquele que mais nos incomoda e que ainda muito tem incomodado, que é o próprio Nordeste. O Nordeste tem avançado, Sr. Presidente, ao longo desses últimos anos, mas, infelizmente, ainda temos mazelas que muito nos atormentam, especificamente no semiárido nordestino, naquela região mais pobre, onde ainda temos os menores índices de investimentos públicos no que se refere à infraestrutura, temos os menores índices de densidade pluviométrica, temos os menores índices de oportunidade de emprego e temos os maiores índices de desemprego, os maiores índices de mortalidade infantil, os maiores índices de doença de Chagas, os maiores índices de tudo que incomoda a população nordestina, fazendo com que 22 milhões de brasileiros não encontrem, até então, soluções para, de fato, crescerem igual ao próprio Nordeste e também igual ao média nacional.

            Por isso é que devemos muito a Celso Furtado. E tenho certeza de que há muitos exemplos como o de Celso Furtado. Há muitos outros economistas brasileiros - como os que aqui estão - que estão não só contribuindo com a atual economia brasileira como também procurando fazer com que o Nordeste vá para frente, com que o Brasil cresça de uma forma integralizada, de uma forma constante, de uma forma permanente para que tenhamos condições de enfrentar essas turbulências internacionais, que muito nos incomodam e incomodam muito mais os menos favorecidos deste País, exatamente aqueles que moram no semiárido, no Norte e nas regiões mais carentes deste País e também do nosso Estado.

            Sua marca foi a preocupação constante com os problemas sociais e econômicos do Brasil, principalmente das regiões mais carentes.

            Ultimamente, este homem, que por algum tempo andou esquecido da própria sociedade brasileira, especificamente daqueles que não o conheciam e nem conheciam sua história, voltou a ser lembrado e homenageado em outras oportunidades pelo Brasil afora. Segundo o atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, a obra de Furtado pode ser considerada como a passagem do pensamento econômico brasileiro da pré-história para a história: "Anteriormente, já haviam sido produzidos trabalhos importantes nessa área de conhecimento [...], mas nenhum deles conseguiu definir um método analítico e amarrar com tanta pertinência os determinantes da dinâmica econômica brasileira".

            Neste dia, portanto, homenageamos todos os economistas brasileiros e a memória deste homem que foi um dos mais importantes economistas que o Brasil teve e um dos mais reconhecidos internacionalmente, pela sua história, pelo seu trabalho, pelo seu conhecimento, pela sua inteligência e por tudo que aprendeu e deixou como ensinamentos para todos nós brasileiros.

            Ademais, quero agradecer, Sr. Presidente, a V. Exª, especificamente, que teve a ideia marcante de convocar, registrar e digo até de provocar esta Casa no sentido de celebrarmos, neste dia, o Dia do Economista. Espero que esse exemplo de V. Exª, Senador Inácio Arruda, seja repetido por tantos outros companheiros que virão no futuro, marcando, comemorando e registrando nesta Casa o Dia do Economista, pela importância que esta classe tem para a vida brasileira, para todos nós brasileiros e por que não dizer para o nosso próprio futuro.

            Muito obrigado a V. Exª e agradeço a atenção. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/09/2011 - Página 38208