Discurso durante a 164ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Dia do Economista.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Dia do Economista.
Publicação
Publicação no DSF de 21/09/2011 - Página 38213
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, ECONOMISTA, REGISTRO, IMPORTANCIA, PROFISSÃO.

            O SR. JOSÉ AGRIPINO (Bloco/DEM - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Inácio Arruda, gostaria de cumprimentar, nas pessoas do Dr. Waldir Pereira Gomes, Presidente da Cofecon, e do Dr. Jusçânio, Presidente do Corecon, todos os economistas que, nesta tarde, participam da solenidade dos 60 anos do economista no Brasil.

            Presidente, eu não me contive em trazer uma palavra pelo fato de hoje o Senado receber economistas do Brasil para comemorar os 60 anos, certamente da entidade máxima, do Conselho Federal de Economia. Eu precisava fazer algumas revelações, vou abrir um pouco meu coração.

            Se os senhores observarem a imprensa do Brasil ao longo dos últimos 30 anos, se pegarem edições do Correio da Manhã ou do Jornal do Brasil, vão observar que as notícias de economia eram incipientes. Caderno de economia, nem pensar! Talvez tenha sido a época do Dr. Barnard, que fez o primeiro transplante de coração e que notabilizou a África do Sul, quando o país não era o que é hoje.

            O tempo passou e a economia passou a ser uma coisa importante no Brasil, a começar pelos agentes da imprensa. A imprensa, no campo da economia do Brasil, é primorosa, porque avalia o fato econômico com precisão, com competência. Isso vem de longe. Não se constrói um fato como este da noite para o dia. Isso vem desde o tempo de Octávio Gouveia de Bulhões, de Roberto Campos, de Mário Henrique Simonsen, de Celso Furtado, homens tidos como de direita, de centro ou de esquerda, mas que construíram a macroeconomia no Brasil, com acertos e com equívocos. Em termos de macroeconomia, que assistiu à crise de 2008 e está assistindo agora à crise de 2011.

            A crise de 2008, que eu tenho a consciência absoluta, foi uma crise meramente bancária, é diferente da crise de hoje. Mas a crise de 2008, que foi uma crise do subprime, dos empréstimos sem lastro, das irresponsabilidades financeiras, pelas quais o mundo hoje paga um preço muito alto, produziu uma constatação. A iliquidez do sistema financeiro de 2008 produziu uma constatação muito evidente: quem não for competitivo não vai sobreviver daí para frente.

            Em 2011, estamos vivendo uma crise que não é financeira, é de Estados. Mais do que bancos, são Estados que estão falindo. Ela é muito mais séria, porque, enquanto Lehman Brothers ou o banco a, b, c, d, os grandes bancos dos Estados Unidos e do mundo puderam ser socorridos por Estados que estavam capitalizados ou Estados que tinham a capacidade de emitir notas de dólares, hoje quem está comprometido é o Estado grego, é o Estado espanhol, o Estado português, o Estado da Irlanda, e Deus nos livre, da Itália e etc.

            A competitividade, tanto hoje, como daqui para frente, vai ser fundamental para a sobrevivência e para a geração de empregos. E aí é onde entra o economista.

            O médico, Presidente Inácio Arruda, tem o seu papel, o dentista tem o seu papel na sociedade. O advogado cuida de leis, o médico cuida da saúde, o engenheiro cuida de construir, o arquiteto de projetar, o economista é o métrico da competitividade. São os senhores, no dia a dia, assim como o médico cuida do cidadão, os senhores que cuidam da capacidade de competir de um setor que gera emprego para milhares de pessoas. A consciência que o Brasil tem hoje de que a economia move montanhas talvez seja, na minha opinião, o grande fato a ser refletido no dia em que se comemoram os 60 anos do Conselho Federal de Economia: a responsabilidade do economista no contexto brasileiro da competitividade.

            São os senhores que fazem a avaliação. Quem é que tem a legislação trabalhista mais correta, mais atual, mais moderna? O que é preciso mudar? Os enfoques são, em grande medida, fornecidos pelo economista em busca da competitividade para gerar emprego. A infraestrutura está correta para gerar boa competitividade? A carga tributária é civilizada? Os elementos que produzem competitividade existem e têm de ser compilados. Alguém faz essa métrica, a métrica é feita pelo economista.

            Sou engenheiro de formação. Tenho uma profunda identidade com o Confea, Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, mas tenho um enorme respeito e procuro estudar e aprender economia porque entendo que economia é a ferramenta moderna da competitividade para garantir emprego e para garantir desenvolvimento para qualquer país, passando pelo Município e pelo Estado.

            Não me contive e resolvi trazer essa minha palavra de aplauso ao economista, porque entendo que o Conselho Federal é o órgão que promove o encontro dos economistas e a difusão do conhecimento. Hoje é dia de prestigiar o economista, é dia de prestigiar a produtividade, a competitividade e a capacidade do brasileiro de imaginar coisas modernas para gerar emprego. Para sermos melhores do que a Argentina, para sermos melhores do que a Índia, do que a Rússia, do que a China, se possível, pela capacidade dos brasileiros, mas pela métrica que o economista sabe fazer e que, no Brasil, faz com maestria.

            Parabéns! Essas são as palavras do meu Partido, o Democratas, nesta tarde de homenagem aos economistas do Brasil. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/09/2011 - Página 38213