Discurso durante a 166ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos 86 anos de fundação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem aos 86 anos de fundação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 23/09/2011 - Página 38680
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, INSTITUIÇÃO ARTISTICA, ENSINO SUPERIOR, MUNICIPIO, SÃO PAULO (SP), ESTADO DE SÃO PAULO (SP).

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PC do B - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada Senadora Marta Suplicy, que dirige a bela sessão do dia hoje em homenagem ao Centro de Ensino Belas Artes e cumprimento V. Exª, Senadora Marta Suplicy, assim como o Senador Cristovam e demais Senadores signatários do requerimento que propôs, sugeriu a realização desta sessão de homenagem.

            Cumprimento o Exmº Sr. Professor Paulo Gomes Cardim, Magnífico Reitor do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo; a Srª Maria Lúcia Cardim Avena, Diretora Financeira do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo; assim como as Srªs Priscila Gomes Cardim Avena e Patrícia Gomes Cardim Anastasi, respectivamente Diretoras Administrativa e de Planejamento do mesmo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Cumprimento também os ilustres convidados que estão entre nós: o Exmº Sr. Professor Clóvis Eduardo Pinto Ludovice, Chanceler da Universidade de Franca (UNIFRAN); o Sr. Roberto Dornas, Presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino; o Sr. Raimundo Soares Figueiredo, Presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Estado do Maranhão; e todos os companheiros e todas as companheiras que compõem o corpo docente e discente desse importante centro universitário de São Paulo.

            Quero dizer, Srª Presidenta Marta Suplicy, às Senhoras e aos Senhores, ao Senador Cristovam Buarque, um dos Parlamentares brasileiros mais dedicados à educação, inicialmente, que gostaria de agradecer não apenas por esta Sessão de Homenagem a um centro educacional ligado às artes tão importante para o Brasil, mas por permitir que o Plenário deste Senado reflita por alguns minutos a mais acerca da questão da educação, da importância, da necessidade, da formação da nossa juventude, seja na área de tecnologia, seja nessa área tão importante ligada às artes.

            Quando falamos em educação, falamos muito em Engenharia, falamos muitos nos setores ligados à saúde, às ciências exatas, mas falamos pouco da importância da educação na formação daqueles que, desenvolvendo a arte, ajudam a construir uma sociedade melhor.

            O Centro de Belas Artes de São Paulo completa amanhã, Magnífico Reitor, 86 anos, uma data muito cara e importante para todas as senhoras e todos os senhores. Aqui estamos reverenciando uma entidade que, como disse, não é só voltada à educação, tema tão caro ao Senador Cristovam, à Senadora Marta, a todos nós, os Parlamentares brasileiros, mas também pela particularidade de tal entidade dedicar-se ao ensino das artes ou, para utilizar as palavras exatas com que ela define a sua missão, a "criar, produzir e difundir conhecimento por meio das artes, da cultura e das ciências humanas e sociais, visando a formação humanística e despertando em seus alunos o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional nessas áreas".

            Como se vê, uma missão das mais nobres, das mais instigantes, das mais desafiadoras.

            Missão delineada no já distante 23 de setembro de 1925, quando a São Paulo “de tijolos”, erguida pelo fortalecimento do comércio e da indústria, com decisiva participação do sangue imigrante, começava a conviver com a São Paulo “do concreto armado” para moldarem, juntas, os contornos de uma grande metrópole.

            Ainda no século XIX, tinham sido criadas a Faculdade de Direito e a Escola Politécnica. Mais adiante, em 1912, fora criada a Faculdade de Medicina. Providenciava-se, assim, o suporte de formação técnica em nível superior necessário ao vigoroso desenvolvimento econômico que se podia antever.

            Mas a cidade, Srª Presidente Marta, naqueles idos de 1925, também fervilhava no campo cultural. Três anos antes, a Semana de Arte Moderna de 1922, ainda que alvo de críticas, ainda que não muito bem compreendida, revolucionara a forma como se via e se fazia cultura em nosso País.

            Nessas circunstâncias, avultou a visão de futuro de Pedro Augusto Gomes Cardim, um idealista que antes já se envolvera ativamente na criação, entre outras instituições, do Teatro Municipal, do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e da Academia Paulista de Letras.

            Um visionário pragmático que, ao fundar a Academia de Belas Artes de São Paulo, manifestou a plena convicção, expressa em sua até hoje célebre frase, de que "uma academia não é fábrica de produtos cerebrais, morais ou artísticos, nem de aptidões e talentos, mas sim o centro cultivador das aptidões naturais, que nela são desenvolvidas e se tornam aptas para frutificar".

            Foi esse espírito, Srª Presidente, que Pedro Augusto Gomes Cardim levou para a instituição recém-criada. De modo que a abertura de seu primeiro curso - Artes, Pintura e Escultura - e logo a seguir, em 1928, a do segundo curso - Arquitetura - representaram muito mais do que a oferta de duas novas possibilidades de formação profissional, ainda que as duas, em si mesmas, de grande relevância.

            Na verdade, senhoras e senhores, o empreendedorismo do fundador da Academia evidenciava - ao mesmo tempo em que estimulava - a consolidação de uma urbe cosmopolita, vanguardista, com uma vida cultural que extrapolava os limites do provinciano, rumo a um plano muito mais rico e universal.

            É essa configuração de metrópole pujante que vem se afirmando ao longo dos últimos 86 anos, com a importantíssima contribuição da entidade criada naquele dia 23 de setembro. Seja com a denominação original - Academia de Belas Artes de São Paulo -, seja com aquelas que vieram depois - Escola de Belas Artes de São Paulo, Faculdade de Belas Artes de São Paulo e, a partir de 2002, Centro Universitário Belas Artes de São Paulo -, o papel desempenhado pela instituição foi sempre marcante, sempre fundamental.

            E são essas quase nove décadas de história, Srª Presidente - ou seja, é todo o trabalho desenvolvido ao longo desse período por um sem número de cidadãs e cidadãos da mais valiosa cepa -, que permitem ao Centro Universitário Belas Artes de São Paulo oferecer, hoje, prestigiados cursos de graduação nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, Artes Visuais, Design de Interiores, Design de Moda, Design de Produto, Design Gráfico, Publicidade e Propaganda, Programa Especial de Formação de Docentes, Rádio e TV, Relações Públicas e Relações Internacionais.

            Oferecer, também, quase duas dezenas de cursos de pós-graduação, em níveis de formação que vão de Arquitetura, Cidade e Sustentabilidade a Cinema, Vídeo e Fotografia; de Comunicação, Redes Sociais e Opinião Pública a Design Automotivo; de Direitos Humanos, Artes e Inclusão a Documentação, Preservação e Conservação do Patrimônio Arquitetônico Moderno.

            E oferecer, ainda, cursos livres nas áreas de Arquitetura e Urbanismo, Artes, Comunicação e Cultura, Design, Design de Interiores, Maior Idade, Moda e Relações Internacionais.

            Por tudo isso, Srªs e Srs. Senadores - pelo passado grandioso, pelo presente exuberante e por um futuro que se anuncia extremamente promissor -, quero aqui manifestar o meu reconhecimento a todos aqueles que, na condição de dirigentes, funcionários, professores ou alunos, contribuíram e seguem contribuindo para a grandeza do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Sua atuação tem sido muito importante para o progresso do nosso País. E não só para o progresso, mas para um progresso mais bonito, mais alegre, mais colorido.

            Senadora Marta, quero concluir minhas palavras dizendo exatamente o que V. Exª iniciou no seu pronunciamento.

            Muitas são as instituições que nascem, mas muitas também são aquelas que morrem. Então, homenagear 86 anos de uma instituição de ensino tão importante não só para São Paulo, mas também para o Brasil - porque não são todos os Estados que têm a possibilidade de ter faculdades, instituições de ensino que se dediquem às artes. Porque um carro se faz muito com mecânica, mas se faz também com muita beleza, com o design que se desenvolve. E desenvolver o Brasil nesse setor, o Brasil que é um País de tantos talentos, de tanta diversidade, é algo que todos devemos comemorar, e não apenas São Paulo, Estado representado tão bem pela Senadora Marta Suplicy, mas deve ser homenageado pelo Brasil inteiro.

            Então, eu venho do Norte, venho do Amazonas também para render minhas homenagens a esta importante instituição de ensino.

            Muito obrigada. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/09/2011 - Página 38680