Discurso durante a 171ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração aos 33 anos da fundação da Comunidade Canção Nova.

Autor
Antonio Carlos Valadares (PSB - Partido Socialista Brasileiro/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Valadares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração aos 33 anos da fundação da Comunidade Canção Nova.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2011 - Página 39094
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, COMUNIDADE, IGREJA CATOLICA, EMPRESA DE RADIO E TELEVISÃO, COMENTARIO, ATUAÇÃO, INSTITUIÇÃO ASSISTENCIAL, AMBITO, ESTADO DE SERGIPE (SE), PAIS, EXTERIOR, DIFUSÃO, DOUTRINA, RELIGIÃO, REALIZAÇÃO, PROGRAMA ASSISTENCIAL, EDUCAÇÃO, JUVENTUDE, ASSISTENCIA SOCIAL, POPULAÇÃO CARENTE, RELATORIO, HISTORIA, FUNDAÇÃO.

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Sem revisão do orador.) - Exmo Sr. Presidente desta sessão, Senador Gim Argello; Exmo Sr. Presidente da Fundação João Paulo II, Dr. Wellington Silva Jardim; Exmo Sr. Vice-Presidente da Associação Privada Internacional de Fiéis, aqui representada pela Srª Luzia Santiago; Exmo Deputado Federal e apresentador do programa Mais Brasil, na TV Canção Nova, Deputado Eros Biondini; Revmo Sr. George Tajra, representando o Arcebispo de Brasília; Embaixador do Equador, Exmo Sr. Horácio Sevilla Borja; Revmo Sr. Geraldo Martins Dias, representando o Presidente Cardeal Raymundo Cardeal Damasceno Assis; Revmo Monsenhor Piergiorgio Bertoldi, representando o Núncio Apostólico Dom Lorenzo Baldisseri; intérpretes das canções Um Consagrado para Amar e Compromisso, Srª Eliana Ribeiro e também nosso Deputado Federal, que também nos brindou com essa canção maravilhosa, que nos emocionou a todos; demais membros da Comunidade Canção Nova; Coral do Senado, sob a regência de Glicínia Mendes; e, ao piano, Ana Amélia Gomide; meus senhores e minhas senhoras, jornalistas, Senadores e Senadoras presentes, a convocação de sessões solenes no Congresso Nacional, na Câmara ou no Senado, obedece a um mesmo rito e propósito: homenagear pessoas ou entidades cujo trabalho tenha relevância para o conjunto da sociedade brasileira, contribuindo para aprimorá-la do ponto de vista social, moral e intelectual. Desnecessário dizer que a presente sessão, que homenageia os 33 anos da Comunidade Canção Nova, enquadra-se plenamente nessa premissa.

            Trata-se de trabalho de profundo alcance social, que envolve, hoje, milhares de pessoas no Brasil e no exterior e que, sem descurar do seu sentido religioso, transcende-o largamente. Dá conteúdo e concretude à expressão bem comum, que tão fielmente resume os propósitos e os ideais da doutrina cristã de amor ao próximo.

            É, pois, com muita honra que tomei a iniciativa, ao lado de outros tantos Senadores, de me associar a esta homenagem dos 33 anos.

            Creio que, mais do que os adjetivos, a própria história dessa entidade, escrita com sacrifício e dedicação, sem expectativas de ganhos materiais, serve de testemunho da sua relevância. A Canção Nova é, hoje, um braço ativo a serviço da sociedade brasileira. Ergueu um poderoso e eficaz sistema de comunicação, que potencializa o alcance do seu trabalho beneficente, levando instrução e amparo a jovens carentes de todo o País e também do exterior.

            Suas missões estrangeiras estão, hoje, presentes na América do Sul, França, Itália, Portugal, Israel e nos Estados Unidos.

            O Sistema Canção Nova de Comunicação, comandado pela Fundação João Paulo II, possui canais de rádio, de televisão, edita uma revista e dispõe de uma distribuidora de produtos audiovisuais. Promove, com isso, a difusão de valores éticos e morais universais, veiculando informações de utilidade pública a amplos segmentos da população.

            A TV Canção Nova completa 21 anos. Tem audiência estimada em 50 milhões de pessoas. Atinge a maior parte do território brasileiro, além de diversos outros países latino-americanos, como Paraguai, México, Honduras, Guatemala e Nicarágua. Seu sinal é transmitido por mais de 80 operadoras de televisão a cabo no Brasil, e o sinal de satélite cobre todo o continente americano, da Patagônia ao Alasca, bem como toda a Europa e circunvizinhanças na África e Ásia. Tem uma amplitude incrível a divulgação dos trabalhos da Canção Nova, a nossa Canção Nova. É um orgulho para todos nós.

            Ressalvo mais uma vez, por julgar relevante, que não se trata de um trabalho voltado apenas para a evangelização - o que, por si só, já seria meritório -, mas vai além. Há nele um sentimento humanista e ecumênico, decorrente das obras sociais que, hoje, beneficiam dezenas de milhares de pessoas.

            O Instituto Canção Nova, por exemplo, atua no âmbito do ensino e oferece vagas para alunos de todo o ciclo de educação básica, do ensino infantil ao médio, além de um sem-número de atividades extraclasse, disponibilizadas não somente aos estudantes, mas a toda a comunidade de Cachoeira Paulista.

            Por isso, como disse o Senador Gim Argello, o Papa abençoa essa instituição meritória, porque ela é voltada para a formação da juventude e para o atendimento aos mais necessitados.

            O projeto da Casa do Bom Samaritano, iniciado em 2002, promove a reintegração social de imigrantes, moradores de rua e famílias de baixa renda na região do Vale do Paraíba.

            O projeto atende, normalmente, mais de 50 mil pessoas e oferece apoio em alimentação, higiene, educação, encaminhamento a serviços públicos e disponibilidade de vagas em oficinas profissionalizantes.

            Esse projeto é reforçado com a ação do Posto Médico Padre Pio, que fornece, gratuitamente, assistência médica, odontológica e de farmácia básica. O Projeto Geração Nova, por sua vez, promove, por meio de trabalho voluntário, a formação de jovens entre 12 e 18 anos, em cursos de artesanato, dança, música, rádio, televisão, informática, inglês, espanhol e língua brasileira de sinais.

            O Centro de Evangelização Dom João Hipólito de Moraes, inaugurado em 2001, é uma das maiores áreas cobertas do País, com capacidade para receber 70 mil dos participantes dos encontros periódicos patrocinados pela Comunidade.

            Dotado de área para acampamento, serviços de alimentação e de apoio, o Centro recebe nada menos que 550 mil visitantes anuais em sua sede, em Cachoeira Paulista.

            De minha parte, posso dar testemunho dos imensos benefícios que a Comunidade Canção Nova produz em meu Estado, Sergipe. Isso que me inspirou à apresentação desse requerimento.

            Em Aracaju, a capital do meu Estado, banhada pelo rio Sergipe - há tantas belezas naturais que o Brasil inteiro precisava conhecer mais! -, a exemplo do que ocorre em diversas outras cidades brasileiras, há um núcleo atuante da TV Canção Nova, que produz conteúdos muitos dos quais de autoria da própria comunidade sergipana, transmitidos em sinal aberto, em conjunto com transmissoras de Cachoeira Paulista, Curitiba, Belo Horizonte e Florianópolis.

            A unidade de Aracaju promove ainda cursos, grupos de oração e serviços de atendimento pessoal, além de atividades de lazer diversificadas. Conta com uma livraria, um escritório do Clube do Ouvinte, que atende sócios e arrecadadores que diariamente levam doações a projetos sociais. Um bazar da providência destinado a angariar recursos a pessoas carentes, além de atividades ligadas ao tradicional Ministério de Música, em Aracaju.

            É um trabalho que honra o País e que serve de exemplo aos que estão conscientes do resgate da dívida social brasileira, negligenciada por muitos governos e gerações. Só a partir de algum tempo é que essa dívida social vem sendo paga aos poucos.

            Mas ainda não foi paga totalmente. Isso não depende apenas do Estado, mas também da sociedade. E isso está implícito na própria origem da Comunidade Canção Nova. Tudo começou com uma palavra de ordem, motivada pela sensibilidade social e vocação de servir: "Faça alguma coisa", disse, naquela ocasião, o Bispo emérito de Taubaté, Dom Antônio Afonso de Miranda ao monsenhor Jonas Abib.

            Num País de tantas carências, materiais e espirituais, não foi preciso traduzir o apelo, prontamente atendido por Monsenhor Abib. A partir desse sinal, reuniu um grupo de 12 jovens e deu início a esse belíssimo trabalho, que, hoje, aqui, com muita honra e satisfação, o Senado Federal reconhece e homenageia. Um trabalho que, em pouco tempo, transbordou para muito além dos limites geográficos da pequena Chácara Santa Cruz, sede e ponto de origem dessa Comunidade, ligada ao Movimento Católico Carismático.

            Ressalto, mais uma vez, o caráter não sectário da Comunidade Canção Nova, que, em coerência com o princípio cristão de "fazer o bem sem olhar a quem", estende a mão aos necessitados, independentemente de crenças, raças, gênero ou nacionalidade. Com isso, afirma e fortalece na prática, e não apenas na teoria, os valores humanistas da fraternidade universal.

            Viva a nossa Canção Nova! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2011 - Página 39094