Discurso durante a 171ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração aos 33 anos da fundação da Comunidade Canção Nova.

Autor
Geovani Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Geovani Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração aos 33 anos da fundação da Comunidade Canção Nova.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2011 - Página 39103
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, COMUNIDADE, IGREJA CATOLICA, EMPRESA DE RADIO E TELEVISÃO, ELOGIO, QUALIDADE, PROGRAMAÇÃO, TELEVISÃO, UTILIZAÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, DIFUSÃO, DOUTRINA, RELIGIÃO, RELATORIO, HISTORIA, FUNDAÇÃO.

            O SR. GEOVANI BORGES (Bloco/PMDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador José Sarney primeiro signatário da presente sessão; Exmo Sr. Senador Antonio Carlos Valadares, lá do nosso querido Estado de Sergipe - nossas homenagens! -; Exmo Sr. Senador Gim Argello, daqui da Capital do nosso País, o Distrito Federal; cofundador da Comunidade Canção Nova e Presidente da Fundação João Paulo II, Sr. Wellington Silva Jardim; cofundadora da Comunidade Canção Nova e Vice-Presidente da Associação Privada Internacional de Fiéis, Srª Luzia Santiago; Deputado Federal e apresentador do Programa Mais Brasil na TV Canção Nova, Exmo Sr. Deputado Eros Biondini; Deputado Federal e apresentador também do Programa Papo Aberto na TV Canção Nova, Exmo Sr. Deputado Gabriel Chalita; Vigário-Geral da Arquidiocese de Brasília, Revmo Sr. Padre George Tajra, representando o arcebispo de Brasília, Revmo Sr. Dom Sérgio da Rocha - é Tajra, desculpe a pronúncia, já corrigi, muito obrigado -; demais autoridades; nosso Embaixador do Equador, Exmo Sr. Horacio Sevilla-Borja; o Padre da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, Revmo Sr. Geraldo Martins Dias; Primeiro Conselheiro da Nunciatura, Revmo Sr. Monsenhor Piergiorgio Bertoldi, representando Núncio Apostólico, Sr. Dom Lorenzo Baldisseri; intérpretes das canções "Um Consagrado para Amar" e "Compromisso", Srª Eliana Ribeiro e Sr. Márcio Valério Mendonça Tomaz; interpretando o Hino Nacional, nosso Coral do Senado, sob a regência de Glicínia Mendes e, ao piano, Ana Gomide; demais membros da Comunidade Canção Nova; senhoras e senhores.

            A Comunidade Canção Nova comemora 33 anos de existência e merece dos brasileiros católicos - no meu caso, sou católico - e dos não católicos uma saudação especial pela data. A bem da verdade, a maioria de nós tomou conhecimento desta comunidade por meio da exibição de sua grade televisiva na rede fechada de TV.

            Tal modernização tem lhe rendido novos adeptos, demonstrando que a Igreja Católica entendeu o recado do novo século, expandindo seu rebanho em direção a novas searas.

            A rede televisiva Canção Nova ocupa, aqui em Brasília, por exemplo, o canal 25 e transmite uma variedade de programas hegemonicamente relacionados às práticas e aos debates da juventude católica brasileira.

            Na condição de fio condutor da programação, invoca-se a linguagem musical como veículo privilegiado da propagação da mensagem divina, do processo inexaurível da evangelização.

            E o resultado não poderia ser mais abençoado, visto que sua programação tem atraído jovens de diversas faixas etárias, seja pela qualidade da produção musical, seja pela seriedade da mensagem evangélica ali compartilhada. Ao contrário do que poderia transparecer, a simplicidade dos estúdios e dos equipamentos exprime uma modéstia material bem harmonizada com a singeleza da filosofia cristã, que prega o desapego material em favor da assistência altruísta e solidária aos mais necessitados.

            Nesse ambiente de despretensão exibicionista - tão rara no showbiz da televisão brasileira -, um dos mais notáveis âncoras da TV Canção Nova tem sido o talentoso Padre Fábio, cuja bela voz e meditação densa irradiam ânimo, fé e coragem. Ao lado dele, por diversas vezes, o nosso Deputado Gabriel Chalita acompanha os acordes evangelizadores, compartilhando experiências diárias que unem, em um só diapasão, o compromisso religioso com a missão política.

            Sr. Presidente, Senador José Sarney, nesse compasso de fé, não me surpreende a palavra de ordem adotada pela Canção Nova em sua fundação. "Faça alguma coisa": eis o lema por detrás dessa força que move tal corrente religiosa do catolicismo. Trata-se de um grito de apelo tão ecumênico, que, há mais de três décadas, ecoa forte nas ações abençoadas do Monsenhor Jonas Abib, dentro e fora da Igreja.

            Não fortuitamente, a história da Canção Nova se instaura em 1978, por 12 jovens seminaristas liderados pelo mesmo Padre Jonas Abib, salesiano de vida exemplar. Naquela ocasião, mal se podia vislumbrar que tal afinidade e vibração religiosa iriam arrebatar corações e mentes da comunidade local, chegando até a viajar para muito além dos limites geográficos da Chácara Santa Cruz. Era lá que o grupo se reunia na condição de sede dessa comunidade ligada ao Movimento Católico Carismático, situada entre o Rio de Janeiro e São Paulo, no Município de Cachoeira Paulista.

            De fato, Sr. Presidente, a ênfase criativa deve recair sobre o papel do Padre Jonas no erguimento da Canção Nova. Seminarista salesiano em Lorena, São Paulo, sempre demonstrou especial vocação pela expressão musical religiosa. Cantor, músico e compositor de inegável competência, Padre Jonas converteu sua dádiva artística em produtiva ferramenta de transmissão e propagação da palavra divina.

            A história da Canção Nova, não por acaso, confunde-se com a vida e com o ministério desse líder religioso. Desde cedo, dotado dos predicados musicais, dedicou-se à evangelização de jovens na função de animador em retiros espirituais. Fundador e o grande timoneiro espiritual dessa comunidade católica atuante, o Padre Jonas energizava a vida de pessoas de diferentes estados de espiritualidade, vivendo em sadia convivência com a missão de evangelizar.

            E a vigília evangelizadora musical não cessou mais. Ela continua em construção todos os dias por mais de mil membros - a maioria anônima -, entre sacerdotes, seminaristas, leigos, celibatários, casados, homens, mulheres, pais, mães e filhos de diferentes idades, profissões, origens e nacionalidades.

            Mais especificamente, foi a partir de um encontro, em 1976, com Dom Antônio Afonso de Miranda, na época Bispo de Lorena (SP), que surgiram as bases evangelizadoras da Canção Nova. Naquela oportunidade, convocado ao escritório episcopal, Padre Jonas, então, com 37 anos, recebeu a missão de pôr em prática a exortação apostólica intitulada Evangelização no Mundo Contemporâneo, assinada pelo Papa Paulo IV, em 1975. Naquele documento, o Santo Padre reconhecia que nem todos os batizados estavam sendo devidamente evangelizados.

            À luz dessa exortação, Padre Jonas e seus companheiros da Canção Nova foram convidados a trabalhar com jovens, levando em consideração a recomendação papal de realizar os trabalhos de evangelização com os recursos modernos dos meios de comunicação de massa. Foi inspiração suficiente para que emergisse o Sistema Canção Nova de Comunicação.

            Durante os anos de 1976 e 1977, Padre Jonas oferecia encontros denominados Catecumenatos. Tratava-se de um curso de catequese para jovens, por influência do qual os pais passaram a participar diante da santificadora transformação dos filhos. Dessa forma, acontecia ao pé da letra o que declarava o documento apresentado por Dom Antônio Afonso de Miranda ao Padre Jonas: "[...] Tocados pela graça, descobrem pouco a pouco o rosto de Cristo e experimentam a necessidade de a Ele se entregar".

            Transcorrido algum tempo, o próprio Padre Jonas sentiu a necessidade de lançar um novo desafio à juventude. Por que não iniciar um catecumenato interno, no qual os jovens deixariam a família, a casa e os estudos para se entregarem ao Espírito Santo? Dito e feito. Em 1978, inaugurava-se a Comunidade Canção Nova com seu primeiro compromisso de inspirar jovens para uma experiência, ainda que temporária, de entrega absoluta a Cristo.

            Mas ainda não era suficiente. Deus queria muito mais desse profeta da modernidade e inoculou fortemente em seu coração o próximo empreendimento. Em uma era tão marcada pelos meios de comunicação social, o aprofundamento interior da fé não poderia prescindir dos serviços midiáticos. Com efeito, quando destinados ao serviço do Evangelho, tais meios são suscetíveis de ampliar, quase até o infinito, o campo para poder ser ouvida a palavra de Deus. Neles encontra uma versão moderna e eficaz do púlpito, graças ao qual consegue falar às multidões.

            Sr. Presidente, nesse contexto, emerge, em 1989, a TV Canção Nova, emissora católica da Fundação João Paulo II, transmitindo a celebração de uma Santa Missa inaugural, por meio de uma retransmissora da TV Educativa do Rio de Janeiro. Baseada em Cachoeira Paulista, seu alcance não ultrapassava o território local e cidades vizinhas.

            Anos depois, a programação foi também divulgada por outros canais, até começar a ser exibida via satélite através da TV Executiva Embratel. Em 1997, formou-se a Rede Canção Nova de Televisão com a aquisição da TV Jornal em Aracaju, Sergipe - Estado do nosso querido signatário do requerimento para realização desta homenagem, Senador Valadares -, gerando a programação para toda a região Nordeste. Em 2007, com apenas dez anos de formação de rede, a TV Canção Nova estabeleceu-se como a maior emissora de televisão finalmente católica do Brasil. Já fazia tempo!

            É por isso minha emoção e é essa a razão pela qual estou me aprofundando no tema desta tribuna. Peço perdão por ter me alongado um pouco, além dos termos do nosso Regimento.

            Para se ter uma ideia de sua expansão, a TV Canção Nova possui em sua sede, em Cachoeira Paulista, cinco estúdios e três espaços para eventos, o maior dos quais com capacidade aproximadamente para cem mil pessoas. Apontado como o maior vão livre coberto da América Latina, tem servido de cenário para a diversificada programação diária, ancorada em uma área sonorizada e equipada com tecnologia de vídeos e telões.

            Para encerrar, Sr. Presidente, devemos reiterar nossas congratulações por mais um aniversário da Canção Nova, desejando a toda a Igreja Católica muito sucesso no exaustivo, mas gratificante processo de evangelização dos jovens brasileiros.

            Por fim, à comunidade religiosa que opera mais de perto toda essa engenharia evangelizadora com os recursos desafiantes da mídia moderna, parabenizamos, pela entrega incomensurável de todos em prol de um mundo mais cristão.

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2011 - Página 39103