Discurso durante a 171ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização de audiência pública, hoje, no âmbito da Comissão de Assuntos Econômicos, para discutir os desafios e as perspectivas da economia brasileira.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Registro da realização de audiência pública, hoje, no âmbito da Comissão de Assuntos Econômicos, para discutir os desafios e as perspectivas da economia brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 28/09/2011 - Página 39184
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, PARTICIPAÇÃO, PRESIDENTE, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), DISCUSSÃO, SITUAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, DEFESA, DECISÃO, GOVERNO, REDUÇÃO, TAXAS, JUROS.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Presidenta Marta Suplicy. Quero agradecer a V. Exª e comunicar aqui, do plenário desta Casa, Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, que hoje, pela manhã, tivemos uma importante audiência pública, em que V. Exª estava presente inclusive, com a participação do Presidente do Banco Central, Dr. Alexandre Tombini, que fez uma exposição acerca dos desafios e perspectivas da economia brasileira, audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos. Foi uma reunião em que o Presidente do Banco Central pôde tratar de questões relacionadas à economia brasileira, Srª Presidente.

            Quero, desde já, destacar que entendo e concordo com muitos economistas que têm publicado fartamente matérias, análises, pelos meios de comunicação, revistas e jornais brasileiros, dando conta de análises que fazem acerca dos rumos econômicos e da mudança dos rumos econômicos que o Brasil vem adotando, especialmente a partir da última reunião do Copom, quando a taxa de juros oficial, a Taxa Selic, foi diminuída de 12,5% para 12%.

            Nós temos tido, a partir dessa decisão do Governo brasileiro, a oportunidade de participar de um debate nacional entre correntes diferentes: aqueles que criticam a medida do Governo, dizendo que não haverá mais a possibilidade de se manter o ajuste fiscal e principalmente de se controlar a inflação e o outro grupo, ao qual eu me associo, que fala da necessidade e da importância dessas mudanças na macroeconomia brasileira para colocar o Brasil no caminho do desenvolvimento, Senadora Marta. Repito: eu me associo a essa segunda corrente do pensamento econômico - e não só econômico, mas social e político -, porque temos o entendimento de que é hora de o Brasil mudar a política que busca a estabilidade econômica, uma política, na nossa avaliação, ultrapassada e que não responde mais aos desafios do momento.

            Para que V. Exªs tenham uma ideia, todos nós sabemos que o Brasil é o campeão mundial no que diz respeito ao tamanho, ao percentual da taxa de juros. Somos o campeão, somos o Brasil, que ainda disponibiliza a maior taxa de juros do Planeta, e também somos o País que mais gasta recursos, exatamente por essa razão, com o pagamento dos serviços da dívida brasileira.

            Somente no primeiro semestre deste ano, Senadora Marta, foram quase R$50 bilhões para pagamento da dívida brasileira. Quase R$50 bilhões! E há uma expectativa de que, até o final do ano, esses recursos ultrapassem a casa dos R$100 bilhões. Significa dizer que toda a economia feita, através do superávit, será insuficiente para pagar as taxas de juros. Não há justificativa para isto, para juros tão altos, mesmo porque o Brasil não está entre as nações que têm a maior proporção de endividamento em relação à produção nacional, em relação ao Produto Interno Bruto.

            Para que tenhamos uma ideia, o Japão tem uma dívida que deverá chegar, no ano de 2011, ao correspondente a 233% do Produto Interno Bruto daquele país. Mas o Japão gasta menos de 1,5% do seu PIB com pagamento de juros.

            Estados Unidos: uma dívida proporcional ao PIB que deverá chegar a 100% do seu PIB, agora, no final deste ano de 2011, mas gasta também menos de 1,5% com pagamento de juros, Senador Armando.

            O Brasil tem uma dívida bruta de 56% - eu já falei disso da tribuna - e gasta com juros, aproximadamente, 5,5%. Ou seja, é hora de mudar esse paradigma, e o Governo brasileiro, com muita coragem...

(Interrupção do som.)

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Conclua, Senadora.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Fora do microfone.) - Menos de um minuto para concluir: e o Governo da Presidente Dilma tem tido muita coragem de mudar esses paradigmas, de mudar a orientação macroeconômica do Brasil, porque aí, sim, nós poderemos vislumbrar o crescimento nacional com geração de emprego e, dessa forma, sim, segurar a inflação.

            Então, penso que está na hora de todos comemorarmos: não apenas o povo brasileiro, os trabalhadores, mas também o empresariado nacional, que há muito, há muito reclama da necessidade de um movimento que baixe, que diminua, efetivamente, as taxas de juros de nosso País.

            Aqui da tribuna, cumprimento não apenas a direção do Banco Central, toda a sua diretoria, através do Presidente Alexandre Tombini, mas, sobretudo, a coragem da Presidenta Dilma de promover mudanças tão importantes e necessárias para o nosso País.

            Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/09/2011 - Página 39184