Discurso durante a 173ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do 218º Círio de Nazaré.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do 218º Círio de Nazaré.
Publicação
Publicação no DSF de 29/09/2011 - Página 39307
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, SENADOR, AUTORIDADE, PRESENÇA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, FESTA, TRADIÇÃO, IGREJA CATOLICA, MUNICIPIO, BELEM (PA), ESTADO DO PARA (PA), COMENTARIO, VIDA, ORADOR, REGIÃO AMAZONICA, AGRADECIMENTO, POPULAÇÃO, REGIÃO, ACOLHIMENTO.

            O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Senadora Marinor, quero dizer que V. Exª até ofereceu ao Senador Mário Couto a oportunidade de falar antes de mim. S. Exª é paraense por inteiro, e eu sou paraense só pela metade.

            Quero cumprimentar a Mesa na pessoa da Senadora Marinor, que foi a primeira signatária desse requerimento; o Arcebispo Metropolitano de Belém, Revmº Sr. Dom Alberto Teixeira de Corrêa; o Diretor-Geral da Festa do Círio de Nazaré, Sr. César Neves; a Coordenadora Substituta de Apoio e Sustentabilidade do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Srª Desirre Tozi - desculpe-me se não pronuncio o nome corretamente -; e as demais autoridades aqui presentes.

            Tive o prazer de tirar do site ciriodenazare.com.br a história do Círio de Nazaré. Porém, tanto a Senadora Marta Suplicy quanto a Senadora Marinor fizeram uma bela e completa exposição sobre o Círio, sobre sua origem, sobre as razões desse evento. De qualquer forma, eu a trouxe aqui e vou pedir para constar como parte integrante do meu pronunciamento.

            Mas, conforme eu disse, quero falar como meio paraense. Fui para Belém com 16 anos de idade, indo para os 17 anos, para fazer o 3º Ano do curso científico à época, que era o último ano do atual ensino médio. Por que fui para lá? Porque eu queria fazer Medicina, e onde eu estudava, em Manaus, não havia tal curso. Então, fui para Belém, para estudar no Colégio Paes de Carvalho, e fiz o vestibular para Medicina. Quando eu estava fazendo o vestibular, já tendo vivido, portanto, um ano em Belém, vi a beleza do Círio e a devoção daquele povo à Nossa de Senhora do Nazaré e fiz uma promessa: pedi a graça de passar no vestibular. Se isso acontecesse, eu acompanharia o Círio com as apostilas do vestibular na mão. Alcancei essa graça e cumpri a promessa. Então, na verdade, vivi essa emoção do Círio.

            Devo dizer - a Senadora Marinor Brito sabe disto - que, com essa história de eu ir para Belém para estudar, meus irmãos também tiveram de ir para lá, e, depois, meus pais também foram para lá. Meu pai morreu em Belém. Minha mãe está lá, com 87 anos de idade. Duas irmãs moram lá, bem como alguns sobrinhos meus. De fato, Belém é uma cidade que faz parte da minha vida.

            Mas o Círio de Nazaré não se realiza só em Belém. Na capital do meu Estado de Roraima, Boa Vista, a colônia paraense, que é grande, começou a promover o Círio naquela cidade. E, para não coincidir com a data do Círio de Belém, o Círio de Boa Vista acontece no último domingo de outubro. E há uma procissão, terminando em uma grande confraternização na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré, em Boa Vista. Também há outro Município do Estado, Normandia, cuja padroeira é Nossa Senhora de Nazaré e que também tem o seu Círio.

            Então, a tradição paraense já se espalhou por vários pontos da Amazônia. Fico, portanto, muito feliz em ver que o povo paraense é um povo altamente religioso, que tem muito fé.

            Há outro detalhe da minha vida: eu me casei em Belém não com uma paraense, mas com uma roraimense, como eu. Combinei com ela que ela iria a Belém, para casar comigo lá. Então, em vez de eu ir para onde ela morava, ela foi para Belém. Por quê? Porque eu queria casar na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. E tive de negociar muito, pois eu queria casar no dia 25 de dezembro. Não consegui marcar o casamento nessa data, porque a data era muito especial. Mas consegui marcar o casamento no dia 23 de dezembro. Casei, portanto, na antevéspera do dia em que eu queria casar. E lá fui muito feliz. Casei com essa mulher com quem vivo há 43 anos. Realmente, foi um amor consolidado não só pela nossa convivência, mas, com certeza, pela benção de Nossa Senhora de Nazaré.

            Senadora Marinor Brito, fico muito feliz de dar este testemunho. Quero dizer a todo o povo paraense que conheço Belém, Santarém, Marabá, mas, realmente, Belém sempre foi a capital da Amazônia. Embora a Amazônia ocidental já esteja se desenvolvendo muito, como o caso de Manaus, Belém ainda é referência para muita gente não só na Amazônia, mas também fora da Amazônia.

            A minha turma de médicos - formamos em 1969 - foi uma turma grande, pois era formada pelos chamados excedentes: éramos 118 formandos. No ano passado, comemoramos 43 anos de formados. Encontramo-nos e fizemos uma confraternização muito bonita. Um dos pontos foi justamente a visita à Igreja de Nossa Senhora de Nazaré.

            Portanto, quero parabenizar o povo do Pará e cumprimentar todos os paraenses.

            Peço, ao final, novamente, Senadora, que autorize a transcrição desta matéria que fala sobre o Círio de Belém, para que conste como parte de meu pronunciamento.

            Muito obrigado. (Palmas.)

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MOZARILDO CAVALCANTI EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

- Círio de Belém.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/09/2011 - Página 39307