Discurso durante a 173ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do 218º Círio de Nazaré.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do 218º Círio de Nazaré.
Publicação
Publicação no DSF de 29/09/2011 - Página 39309
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • CUMPRIMENTO, SENADOR, AUTORIDADE, PRESENÇA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, FESTA, IGREJA CATOLICA, MUNICIPIO, BELEM (PA), ESTADO DO PARA (PA), COMENTARIO, TRADIÇÃO, MANIFESTAÇÃO, CULTURA, POVO.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente Marinor Brito, Revmº Sr. Dom Alberto Taveira Corrêa, Sr. Cesar Neves, Coordenadora representante Desirre Tozi, paraenses e brasileiros que acompanham esta sessão especial, primeiro, quero dizer da minha honra de estar nesta tribuna vivenciando este momento, de estar vendo bem de perto a minha querida Mãe. É um momento ímpar nesta Casa - desculpe-me, minha querida Senadora Marinor -, e o Presidente deveria ter dispensado os Senadores de todas as atividades desta manhã para que aqui estivessem, próximos à Virgem de Nazaré.

            Eu lhe devo muito, Mãe; devo minha vida a ti. Nasci numa vila muito pobre, uma vila de pescadores. Meu pai era um taberneiro - era como chamavam naquela época -, um pequeno taberneiro. Lá poucas oportunidades havia para se estudar. Minha mãe, fervorosa, adorava-te e, tenho certeza de que, no céu, ainda a adora e está próxima de ti, Mãe. Meu pai era um fervoroso lutador.

            Aos dez anos de idade vim à capital só, sempre pedindo a ti, desde jovem. Só, lutei, estudei e me formei, sempre sob tua proteção, Mãe, sempre pedindo que tu nunca me abandonasses.

            A homenagem é para todos os Círios da minha terra - e é bom lembrar aqui que não é só Belém, mas é todo o Estado do Pará que tem seus Círios em homenagem a esta querida Nossa Senhora de Nazaré.

            Formei-me, empresário, político, cheguei ao Senado, aqui exerço a função de líder da Oposição deste Brasil, sempre com a tua proteção, Mãe querida. Sei da minha tarefa, sei da minha responsabilidade, sei do meu amor a minha Nação e a minha terra querida, que é o Pará, mas sei que sempre Tu estás ao meu lado, a me proteger.

            Poucas vezes falei o que vou falar nesta tribuna, mas Tu protegeste a minha família, quando, na garagem da minha casa, soltaram uma bomba, e a minha filha de quatro anos de idade estava perto, Mãe querida.

            As ameaças que já me chegaram oficialmente, através do Ministério Público Federal, ameaças de morte a minha pessoa, tenho certeza de que nenhuma delas me atingirá, minha querida Mãe, porque Tu me proteges.

            Falar do Círio. Todos no Brasil sabem o momento mais singular da religiosidade mundial. O que me chama a atenção, o que me chama mais a atenção no Círio de Nazaré é o pagamento das promessas. Ela é muito bondosa, Ela atende a todos. São milhares e milhares e milhares de graças alcançadas, ó, Mãe bondosa! É por isso, Mãe, que os paraenses e o Brasil Te adoram.

            Procurei saber outro dia, há dois meses, se ainda conseguia hotel para um amigo meu na capital paraense. Todos os hotéis lotados para o dia 9. A festa é dos brasileiros. Todos querem sentir, todos querem ver, todos querem tocar.

            Pensei eu, outro dia, meu querido Dom Alberto, pensamos todos nós que, na hora exata, naquele momento mais singular, em que Dom Alberto pega a imagem desta querida protetora dos brasileiros e dos paraenses e a ergue, mostrando para aquela multidão, Dom Alberto, calcule se suas palavras primeiras àquele povo fossem estas: “Podem tocar nesta imagem!”. O que seria desse momento? Porque todos, ao mesmo tempo, pretenderiam tocá-la.

            Pela primeira vez, quando a toquei, era eu Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará. Lá fizemos o nosso Círio e eu, como Presidente, pude tocá-la. Minhas primeiras palavras, como Marinor, nossa querida Senadora, fez agora, com lágrimas nos olhos, foi agradecer tudo que Ela tem feito por mim, por minha família e pelo povo do meu Estado e do meu País.

            Minha querida Santa Padroeira dos paraenses, já deveriam ter erguido, em tua homenagem, o maior pedestal deste Brasil para uma imagem de santo, na grande capital. E que todos os Poderes participassem para que se erguesse a maior imagem do mundo naquela cidade de Belém, em homenagem a Ti, Santa Padroeira. Mas até hoje não o fizeram.

            Já deveriam inclusive ter mudado o nome da capital do Estado. Por que Belém do Pará e não Belém de Nazaré? Perdi essa oportunidade quando estive na Assembleia. É polêmico; eu sei que é polêmico. Mas não se pode ter tanta devoção e se chamar aquela terra de Belém do Pará. Tem que se chamar Belém de Nazaré.

            Tenho, Mãe querida - já vou descer, minha querida Presidenta -, andado nesse Estado inteiro, como sempre fiz na minha carreira pública. Fiz centenas de igrejas. A última que estou inaugurando, e convidando a todos, em homenagem a Ti, querida Mãe - eu e o povo, eu e a comunidade, só nós -, é uma bela igreja na vila dos pescadores, na cidade de Salinas, Vila de Cuiarana. É uma bela igreja.

            Meu nobre diretor, que já esteve lá, permita que esta imagem querida e adorada, que mexe com os corações de todos os paraenses e brasileiros, possa estar, por uma única vez, sendo olhada por aquele povo pobre, aqueles pescadores artesanais.

            Ao descer desta tribuna, Brasil, ao descer desta tribuna, Pará, quero pedir a Ti, Mãe protetora, minha Mãe querida, que tanto fizeste por mim, protege este País. Protege aqueles que precisam de saúde, Mãe. Protege aqueles que precisam de uma boa educação, Mãe. Protege os brasileiros, Mãe, da violência que toma conta deste País. Dá a tua benção a este País que ainda tem milhares e milhares de brasileiros sem educação e passando fome. Protege, Mãe querida. E tenho certeza, minha Mãe de Nazaré, que Tu sempre vais proteger a Nação e o povo do meu querido Pará. A tua benção.

            Muito obrigada, Senadora. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/09/2011 - Página 39309