Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração ao Dia da Independência da Bahia.

Autor
Wilson Santiago (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: José Wilson Santiago
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração ao Dia da Independência da Bahia.
Publicação
Publicação no DSF de 06/07/2011 - Página 26881
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA, INDEPENDENCIA, ESTADO DA BAHIA (BA).

            O SR. PRESIDENTE (Wilson Santiago - PMDB - PB ) - Cabe-me encerrar esta sessão. Antes, eu queria agradecer a presença do Governador da Bahia, Dr. Jaques Wagner. Eu queria agradecer também aos Senadores Lídice da Mata, João Durval e Walter Pinheiro o requerimento para esta sessão, sendo primeira signatária a Senadora Lídice da Mata. Eu quero agradecer a presença do Sr. Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e do Ministro das Cidades, Negromonte. Eu quero também agradecer, com muita honra para esta Casa, a presença do Sr. Ministro José de Castro Meira, do Superior Tribunal de Justiça. Também quero registrar a presença nesta sessão da Srª Alice Portugal e do Sr. Geraldo Simões, Deputados Federais pela Bahia; do José Carlos Araújo; do Luiz Argolo; do Márcio Marinho; do Secretário para Assuntos Internacionais da Bahia, Exmº Sr. Fernando Schimitt; do 2º Secretário da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores da Bahia, Vereador Moisés Rocha; do Diretor-Geral da Fundação Pedro Calmon, Sr. Ubiratan Castro de Araújo, que honra também esta Mesa com sua presença; da Prefeita do Município de Governador Mangabeira, Exmª Srª Domingas Souza da Paixão - cuja história é muito bonita, e por ela quero homenagear também todos que aqui se encontram como representantes da Bahia -; do Sr. Saul Quadros, Presidente da Ordem dos Advogados da Bahia; do Presidente do Olodum, tão conhecido do povo brasileiro, Sr. João Jorge; do Presidente do Ielayê, Sr. Antônio Carlos; e dos intérpretes dos Hinos Nacional e ao 02 de Julho, Márcia Short e Clodoaldo Lima.

            Minhas senhoras e meus senhores, ao encerrar esta sessão, devo dizer que a Senadora Lídice da Mata teve uma grande ideia, que deve ser imitada: de nós não esquecermos as grandes datas deste País. E uma das grandes datas que a memória histórica guarda como memorável na independência do Brasil é, sem dúvida alguma, o 02 de Julho.

            A minha geração lembrava-se do 02 de Julho, imortalizado no poema de Castro Alves, Hino ao 02 de Julho:

Era no dois de Julho.

A pugna imensa

Travara-se nos cerros da Bahia...

O anjo da morte pálido cosia

Uma vasta mortalha em Pirajá.

            E ele segue, terminando naqueles dois versos extraordinários:

O pugilato da razão - com os erros,

O duelo da treva - e do clarão!...

            A adesão da Bahia à independência, certamente um ato consolidador da independência do Brasil, uma vez que, proclamada a independência, restavam os focos que os portugueses ainda mantinham da Bahia, de Pernambuco, do Ceará e do Maranhão. Sem a Bahia aderindo à independência, ela ainda não estava consolidada. E o Imperador, então, contrata um almirante inglês, chamado Lord Cochrane, que já tinha vindo do Chile, para que ele ajudasse a realmente afastar a esquadra portuguesa que nessas cidades dava cobertura aos movimentos que ali recusavam ainda a independência do Brasil. Lord Cochrane vai à Bahia e, em uma manobra extraordinária, à noite, invade a esquadra que ali se encontrava, que era para apoiar os que desejavam que a Bahia permanecesse portuguesa, e, com esse gesto, ele expulsa a esquadra portuguesa e, ao mesmo tempo, dá cobertura aos libertadores da Bahia. Mas quando ele chega e faz isso, já o povo baiano, vindo do interior, com o sentimento de nacionalidade que ali cresceu desde a Revolução dos Alfaiates, como aqui falou o Senador João Durval, realmente chega-se àquela batalha final de Pirajá, quando devemos ressaltar as figuras que derrotaram o governador Madeira de Mello. E, sem dúvida alguma, dentre elas não podemos esquecer as mulheres que aqui foram citadas e que fazem parte do imaginário brasileiro, como aquela freira abadessa do Convento da Lapa, que era Angélica, a ser morta pelos soldados do governador Madeira de Mello. E também essa Maria Quitéria, que até hoje permanece no imaginário popular do Brasil.

            Portanto, o 02 de julho tem, sem dúvida alguma, uma significação extraordinária, porque é o que consolida a independência do País.

            José Bonifácio dizia que a independência não se completou - não digo que não se consolidou - porque não foi aproveitada para se fazer a abolição da escravidão e a libertação dos índios. Era ele quem dizia isso, que nós hoje reconhecemos como extremamente verdadeiro.

            Depois da independência da Bahia, Lorde Cochrane passa por Pernambuco, passa pelo Ceará e chega ao Maranhão, onde também já as forças de libertação vinham desde o interior do Piauí, nas lutas pela independência do Brasil, na Batalha do Jenipapo, resistindo ao Fidié, nas lutas da cidade de Caxias, e chegam até São Luís do Maranhão, onde o Lorde Cochrane mancha a sua carreira pilhando a cidade de São Luís e saindo para a Inglaterra. Mesmo assim, Dom Pedro I ainda lhe deu o título de Marquês do Maranhão.

            Essa é a história do Brasil. Mas o 02 de Julho ficará indelével como o consolidador da Independência, onde começamos a construir a unidade nacional em torno do grande País, que foi feito por todos que nos antecederam, que está sendo construído por todos nós e para o qual, sem dúvida alguma, vemos um grande futuro.

            Quando me perguntaram, outro dia - todo mundo afirma isso -, “o século XXI será o século da China?”, eu dizia: “Não, o século XXI será o século do Brasil e do povo brasileiro.”

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/07/2011 - Página 26881