O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, fiquei extremamente preocupado, estarrecido, decepcionado, minha cara Senadora amazonense, com a notícia de que o ProJovem acabou.

            Por que o ProJovem acabou? Um programa de governo fundamental para a formação dos jovens brasileiros. É verdade, jovens brasileiros, o ProJovem acabou! Li a notícia: o programa ProJovem, programa federal de mais de três bilhões, para o resgate de jovens que estão fora da escola e desempregados. Vejam a gravidade dos fatos. Vejam o direcionamento desse programa. Vejam a importância desse programa. E, antes do final da minha leitura, brasileiros e brasileiras, sabem por que o ProJovem acabou? Não é difícil de responder: pelo mal da corrupção que se alastra e corrói a sociedade brasileira.

            Um programa federal de mais de três bilhões para o resgate de jovens que estão fora da escola e desempregados acumula, em seis anos, um histórico de fracasso, descontrole financeiro. Seu eixo principal, o ProJovem Urbano, custou 1,6 bilhão em seis anos e diplomou 209 mil alunos - menos da metade dos participantes, apenas 38%. O programa foi cancelado este ano; a coordenadora, demitida; e 87% das prestações de conta já entregues ainda não foram analisadas. Na sua versão do campo, em quatro anos, só 1% dos 59 mil jovens matriculados foram diplomados. Que decepção!

            Aliás, população brasileira, tudo aquilo que o PT diz hoje que fez a história desmente. É só lembrarmos um pouquinho - e isso eu vou fazer daqui para frente em todos os meus pronunciamentos, em quase todos. Em 1985, população brasileira, o PT é contra a eleição de Tancredo Neves e expulsa os Deputados que votaram nele. Em 1988, o PT vota contra a nova Constituição, que consolidou a democracia no País.

            Em 1989, o PT defende o não pagamento da dívida brasileira, o que transformaria o Brasil em um caloteiro mundial; em 1994...

            (A Srª Presidenta faz soar a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Já vou descer!

            Em 1994, o PT vota contra o Plano Real e diz que a medida é eleitoreira; em 1996, o PT vota fechado contra a Lei que criou o Fundep. É verdade, brasileiros, como é bom recordar, Brasil. Em 1997, o PT vota contra a reeleição, o que hoje defende, minha nobre Presidenta - Já vou terminar - em 1998...

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP. Fazendo soar a campainha.) - Para concluir, Senador!

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Já vou terminar, faltam poucos. Aliás, tem umas quatro páginas para lembrar. Mas, como eu sei que a Senhora é exigente no Regimento, eu vou ler apenas mais umas quatro e deixar para a outra sessão ler o restante.

            Em 1998, o PT vota contra a privação da telefonia; em 1999, vota contra a votação do câmbio flutuante; em 2000, o PT luta ferozmente contra a criação da Lei da Criação de Responsabilidade Fiscal - pasmem, Srªs e Srs. Senadores -, que obriga os governantes a gastar contra o que arrecadam; em 2001, o PT vota contra a criação dos programas...

(Interrupção do som.)

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Mais um minuto para concluir e vai ser o terceiro minuto a mais.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA) - Minha nobre Presidenta, em 2001, o PT vota contra a criação dos programas sociais do Governo Fernando Henrique Cardoso. Vou repetir Brasil, e com esse aqui eu desço da Tribuna agora: Em 2001, minha Presidenta, o PT vota contra a criação dos programas sociais do Governo Fernando Henrique Cardoso, o Bolsa Escola, Vale Alimentação, Vale Gás, o PETI, o Trabalho Infantil etc etc etc.

            Eu leio o resto no próximo pronunciamento, minha Presidenta.

            Muito obrigado, era o que tinha a dizer.