Discurso durante a 183ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Participação de S.Exa. na 107ª Sessão do Conselho da Organização Internacional do Café, em Londres.

Autor
Ricardo Ferraço (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/ES)
Nome completo: Ricardo de Rezende Ferraço
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • Participação de S.Exa. na 107ª Sessão do Conselho da Organização Internacional do Café, em Londres.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2011 - Página 41158
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, SESSÃO, CONSELHO, ORGANISMO INTERNACIONAL, CAFE, COMENTARIO, IMPORTANCIA, ELEIÇÃO, BRASILEIRO NATO, DIREÇÃO, REPRESENTAÇÃO CLASSISTA.

            O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente desta sessão, Senadora Vanessa Grazziotin, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, como representante do Senado Federal, participei, em Londres, da 107a sessão do Conselho da Organização Internacional do Café.

            Uma organização com mais de 50 anos de existência, que reúne 77 países membros. Lá estão praticamente mais de 90% dos países produtores de café e 80% dos países consumidores de café. É, portanto, a Organização Internacional do Café o fórum das principais diretrizes da política cafeeira para o mundo.

            É, portanto, da maior importância para o nosso País que tenhamos reconquistado a liderança da Organização Internacional do Café, que, há quase 10 anos, era dirigida pela Colômbia. Os países produtores e consumidores elegeram o economista Robério Oliveira Silva, atual diretor do Departamento Nacional do Café do Ministério da Agricultura, profissional de renomada experiência e qualificação, com uma vida dedicada às causas da cafeicultura nacional. Portanto, foi da maior importância que pudéssemos, na condição de observador, acompanhar, inclusive, a forma exitosa, competente, com que nosso corpo diplomático, tendo à frente o competente e dedicado Embaixador Valdemar Carneiro Leão, conduziu as negociações na 107ª sessão do Conselho Internacional do Café; não apenas o Embaixador Valdemar Carneiro Leão, mas também o Embaixador Pinta Gama.

            Na condição de observador deste Senado, do nosso Senado, pudemos fazer esse relato, em função da importância da vitória de termos reconduzido um brasileiro à frente da OIC.

            Desde que foi criada como braço das Nações Unidas para o café, essa é uma atividade das mais importantes, não apenas do ponto de vista econômico, mas do ponto de vista social para o nosso País pelas oportunidades que gera em diversos Estados da Federação, a começar por Minas Gerais, o maior produtor brasileiro. Cito também o meu Estado, o Espírito Santo, que é, hoje, o segundo produtor brasileiro de café, tendo como característica marcante a diversidade em sua produção. Produz na terra baixa, na terra mais quente, o café Conilon; e, na terra alta, o café Arábica.

            Essa é uma atividade, Senador Mozarildo, que gera em meu Estado mais de 340 mil postos de trabalho durante o processo de colheita, em função da pequena propriedade familiar, que lidera o processo de produção em meu Estado, e também pela forma como o nosso território está ocupado por pequenas propriedades. Por isso, dos nossos 78 Municípios, o café é a mais importante atividade econômica para pelo menos 70% dos nossos Municípios. O café tem, de longe, uma importância muito grande na formação e na construção do nosso País. 

            O sucesso da candidatura brasileira confirma, de fato, a liderança do nosso País à frente do setor. Somos o maior produtor mundial de café. Proporcionamos pelo menos 1/3 de toda a oferta que o mundo demanda e somos o segundo consumidor de café, caminhando para sermos, em três ou quatro anos, o principal consumidor de café.

            Além do peso significativo do Brasil no mercado global, é importante destacarmos a necessidade de estarmos também agora sob a liderança e a coordenação do economista Robério Oliveira Silva. Estarmos reinventando a Organização Internacional do Café, porque, até 1989, essa entidade, que reúne, como eu disse e reafirmei aqui, os países produtores e consumidores, também determinava cláusulas econômicas. Com a economia de mercado, a Organização Internacional do Café deixou de se estabelecer por cláusulas econômicas e passou a ter uma agenda mais delicada, mais sensível, porque tem, por parte dos produtores, como principal tarefa, conseguir preços remuneradores para os nossos produtores de café. Essa não é a segunda ou a terceira mais importante atividade da Organização do Café; é, seguramente, a mais importante atividade, porque somente remunerando adequadamente os nossos produtores de café é que estaremos ampliando a nossa competitividade, estaremos ampliando a nossa participação no mercado internacional de café.

            Portanto, faço este registro para o conjunto dos nossos Senadores e Senadoras dessa importante vitória do nosso País. Na condição de representante do Senado, estive na Organização Internacional do Café, observando essa importante passagem e a recuperação do Brasil, no sentido de voltar a ter a direção-geral pelo seu papel estratégico e por sua hegemonia, liderando novamente o debate em relação às políticas ...

(Interrupção do som.)

            O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PMDB - ES) - ... focadas no café. Com toda essa retomada (fora do microfone), na prática, isso também reforça a nossa responsabilidade, porque, se voltamos a liderar a Organização Internacional do Café, também se amplia a nossa responsabilidade não apenas com a política nacional, mas também com a política mundial.

            Portanto, desejei fazer esta comunicação inadiável para que pudesse constar dos Anais desta Casa a importante reunião ocorrida agora, no final do mês de setembro.

            Muito obrigado, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2011 - Página 41158