Discurso durante a 183ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do transcurso do 147º aniversário de Campina Grande/PB.

Autor
Cícero Lucena (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PB)
Nome completo: Cícero de Lucena Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Registro do transcurso do 147º aniversário de Campina Grande/PB.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2011 - Página 41202
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • REGISTRO, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, CAMPINA GRANDE (PB), ESTADO DA PARAIBA (PB).

            O SR. CÍCERO LUCENA (Bloco/PSDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na qualidade de representante do Estado da Paraíba nesta ilustre Casa, não poderia deixar transcorrer a oportunidade de registrar neste Plenário mais um aniversário da cidade paraibana Campina Grande.

            Reconhecido como Município no dia 11 de outubro de 1864 - há exatos 147 anos, portanto -, o núcleo populacional que se tornou a Campina Grande de hoje já tem nada menos do que 314 anos de história, uma história, Sr. Presidente, riquíssima em cultura, em desenvolvimento, em conquistas sociais e em superação de dificuldades.

            Ao louvar essa importante cidade da Paraíba, eu poderia optar pela recuperação de dados importantes do seu passado, como sua condição de estratégico entreposto de tropeiros em viagem pelo sertão nordestino, em seus primórdios, ou pela sua produção de algodão, que, nos anos 40 do século passado, elevou Campina Grande ao segundo lugar entre os exportadores mundiais de algodão, atrás apenas da cidade inglesa de Liverpool. Prefiro, contudo, Srªs e Srs. Senadores, enaltecer o presente de Campina Grande, um presente que, mais do que se sustentar sobre glórias passadas, aponta para um futuro brilhante, em que a tecnologia de ponta se combina com tradições culturais riquíssimas, numa mistura que é hoje a principal característica dessa bela cidade.

            Há tempos que Campina Grande faz jus ao adjetivo que carrega em seu nome. Com mais de 400 mil habitantes, é a segunda maior cidade da Paraíba, atrás apenas da capital, João Pessoa. Sua zona metropolitana, porém, é a maior não apenas da Paraíba, mas de todo o Nordeste, com quase 700 mil habitantes vivendo nos Municípios que têm em Campina Grande sua principal referência regional.

            Esses números, porém, não traduzem isoladamente o que Campina Grande representa não apenas para a Paraíba, não apenas para o Nordeste, mas para todo o Brasil.

            Esses números não mostram, por exemplo, que Campina Grande é uma cidade universitária, uma das principais do Nordeste, com nada menos que 16 universidades, sendo que três delas são universidades públicas.

            Os números tampouco revelam que Campina Grande é um dos maiores polos industriais do Nordeste, que contribui com quase 15% do PIB paraibano, que a qualidade de vida da cidade é uma das maiores entre os Municípios do interior brasileiro e que o Município é considerado o mais dinâmico do Nordeste e um dos dez mais dinâmicos do País.

            Todos esses fatores combinados são parte da explicação para o fato de Campina Grande ser o maior polo tecnológico da América Latina.

            Quem estuda a história de Campina Grande enquanto cidade tecnológica registra o ano de 1967 como o marco dessa vocação que acabou tomando conta da cidade nos anos seguintes. Foi naquele ano que o Campus II da Universidade da Paraíba, que, em 2002, tornou-se a Universidade Federal de Campina Grande, recebeu o primeiro computador do Nordeste brasileiro.

            A partir de então, a comunidade universitária, os empreendedores e o povo de modo geral souberam, a partir da semente representada por aquele computador IBM de 500 mil dólares, transformar a região metropolitana de Campina Grande no "Vale do Silício brasileiro" e numa das principais referências em tecnologia e informática do mundo.

            A indústria de tecnologia da informação responde por um quinto da receita de Campina Grande e fatura, anualmente, cerca de R$25 milhões naquela cidade. Portanto, respira inovação tecnológica. São dezenas de empresas e milhares de empregados envolvidos, direta ou indiretamente, na produção de softwares e no desenvolvimento de tecnologias voltadas, por exemplo, para a plantação de algodão, eterna vocação do solo campinense desde os primórdios de sua história.

            Esse dinamismo educacional, econômico e tecnológico não se dá, absolutamente, em detrimento da herança cultural da cidade. Antes o contrário, Sr. Presidente, Campina Grande é dona de algumas das tradições culturais mais antigas e mais ricas do Brasil, tradições das quais seu povo é extremamente orgulhoso.

            A mais conhecida dessas tradições, evidentemente, é a renomadíssima festa de São João de Campina Grande, a maior do Brasil, que dura todo o mês de junho e atrai turistas de todo o mundo. Impossível deixar de mencionar esse grandioso evento, que congrega, anualmente, cerca de dois milhões de pessoas e que é, provavelmente, a mais longa festa popular do País, talvez do mundo.

            É assim, portanto, Srªs e Srs. Senadores, que Campina Grande combina, com maestria, seu passado, seu presente e seu futuro em uma mistura tipicamente nordestina e tipicamente brasileira. Cidade das mais representativas da modernidade do nosso País, Campina Grande, ao mesmo tempo em que respeita e valoriza suas tradições, investe em seu crescimento econômico e na exploração de sua vocação de polo industrial e de centro tecnológico.

            O segredo para esse sucesso, a chave para o espetacular desenvolvimento de Campina Grande, Sr. Presidente, não poderia ser outra: a força, a criatividade e a capacidade de trabalho dos homens e das mulheres campinenses. Essa maravilha de cidade que é Campina Grande, que completa 147 anos, mais bela e mais dinâmica do que nunca, é evidência inequívoca do valor do povo nordestino, da importância do Nordeste para o Brasil e, principalmente, de como é possível combinar o respeito pelo passado com a vocação para o futuro.

            Esta Casa mesmo já abrigou vários Senadores oriundos da cidade de Campina Grande, como Argemiro de Figueiredo, Milton Cabral, Ivandro Cunha Lima, Ronaldo Cunha Lima e, atualmente, Vital do Rêgo e também o Senador - eleito sub judice - Cássio Cunha Lima.

            Parabéns, povo de Campina Grande! Parabéns, Paraíba, por tê-la como cidade!

            Muito obrigado e que Deus proteja a todos!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2011 - Página 41202