Discurso durante a 188ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração aos 94 anos de nascimento do Professor Afonso Pereira e o Dia do Professor.

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. EDUCAÇÃO.:
  • Comemoração aos 94 anos de nascimento do Professor Afonso Pereira e o Dia do Professor.
Publicação
Publicação no DSF de 18/10/2011 - Página 41592
Assunto
Outros > HOMENAGEM. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, PROFESSOR, HOMENAGEM POSTUMA, VIDA PUBLICA, PERSONAGEM ILUSTRE, ESTADO DA PARAIBA (PB).
  • REGISTRO, EMPENHO, ORADOR, DESTINAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, VALORIZAÇÃO, PROFESSOR, INVESTIMENTO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO.

            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, associo-me a todos os que, neste Plenário, saúdam os professores brasileiros pela passagem do dia a eles consagrado.

            Nada mais justo que, nesta oportunidade, o Senado Federal, refletindo o sentimento de toda a Nação, celebre a data e enalteça o excepcional trabalho desenvolvido por esses profissionais.

            Entre as grandes conquistas da civilização contemporânea, advindas das transformações substanciais trazidas pela Revolução Francesa e pelos movimentos revolucionários que a ela se seguiram, está o surgimento de um verdadeiro sistema educacional.

            A escola, a começar pela pública, passa a se constituir no espaço privilegiado para a preservação e a transmissão do saber.

            Esse foi e sempre será o sentido mais profundo da educação: formar cidadãos para o mundo, prepará-los para a vida, seja em termos pessoais, seja como profissionais.

            Para tanto, a escola toma-se a instituição especializada em acolher o enorme legado cultural produzido pela Humanidade e preparada para disseminar esse conhecimento.

            Essa missão jamais seria cumprida a contento, Senhor Presidente, sem o concurso dos professores.

            Abnegados, com excepcional capacidade de doação, esses profissionais optaram por aprimorar inteligências, abrir caminhos e apontar rumos.

            Além do saber propriamente dito, que lhes exige anos de preparação e um permanente acompanhamento das novidades que não param de surgir em suas respectivas áreas de atuação, os docentes são decisivos para a formação da personalidade de seus alunos.

            Isso é verdade para todas as faixas de aprendizagem, mas toma-se ainda mais relevante para aqueles que se dedicam a lecionar nos primeiros anos de escolaridade.

            Sejamos honestos: o Brasil ainda tem muito o que aprender - e agir! - quanto ao reconhecimento da importância desses profissionais.

            Só recentemente o País tem demonstrado o quanto é necessário fazer para ter uma educação de qualidade e colocá-la à disposição de todos, sem qualquer forma de exclusão.

            Trata-se, por certo, de uma exigência da cidadania, além de vincular-se às próprias circunstâncias do mundo atual.

            Afinal, nesta ordem global em que hoje nos situamos, na qual a interdependência se faz acompanhar por feroz competitividade, o domínio do conhecimento é condição primordial para o desenvolvimento.

            Não há avanço científico nem inovação tecnológica, que são exigências da economia mundial contemporânea, sem educação de qualidade.

            Ora, é impossível pensar em educação professores condignamente de qualidade sem capacitados, remunerados e respeitados em sua dignidade profissional.

            Nessa perspectiva, Sr. Presidente, o Poder Público tem a obrigação, inclusive moral, de oferecer aos nossos docentes a imprescindível formação acadêmica - tanto inicial quanto continuada - e de assegurar-lhes a remuneração justa, capaz de atrair e premiar pessoas capazes e comprometidas com o verdadeiro sentido da educação.

            Mais: respeitar o trabalho docente também pressupõe a existência de escolas em bom estado de funcionamento.

            Das instalações físicas ao mobiliário, dos laboratórios às essenciais bibliotecas dignas do nome, há que se oferecer à comunidade escolar o ambiente adequado e estimulante ao aprendizado.

            Ao saudar a todos esses formidáveis profissionais da educação de nosso País, lanço meu olhar à querida Paraíba.

            Lá se encontram homens e mulheres que fizeram e fazem do magistério a sacrossanta opção de vida e a ele se dedicam com esmero, competência e, acima de tudo, com a sensibilidade que só os verdadeiros mestres podem apresentar.

            São professores que se desdobram para dar conta da árdua missão que assumiram, não raro tendo de superar ou de contornar sérios obstáculos para a execução de seu trabalho.

            Com intuito de minimizar esses obstáculos é que neste ano, já na condição de senador, busquei via Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), a liberação do repasse de mais verba para aquisição de notebooks que estão sendo cedidos aos professores de Campina Grande, de Patos no Sertão, Alagoa Nova no Brejo paraibano, e de Cajazeiras, no sertão do Estado.

            Além disso, tenho me desdobrado para conseguir recursos para a para ampliação e reformas de escolas e creches por todo o Estado da Paraíba.

            Ao mencionar a Paraíba e o mais que meritório trabalho de seus professores volto minha atenção para a figura exponencial de um verdadeiro mestre, cuja trajetória de vida é reverenciada, neste momento, pelo Senado da República.

            Refiro-me ao Professor Afonso Pereira da Silva, nascido em 1917, em Bonito de Santa Fé.

            Poucos, muito poucos, podem a ele se equiparar quando se fala em educação identificada com as mais diversas manifestações culturais e com as necessidades vitais da população, especialmente das pessoas mais humildes.

            Homem de teoria e de ação, Afonso Pereira da Silva notabilizou-se pela esmerada formação acadêmica, sempre propenso ao aperfeiçoamento e a submeter-se à necessária especialização.

            Humanista na mais perfeita acepção da palavra, lecionava idiomas - grego, latim, português e francês -, além de disciplinas de Direito, de Economia e de Pedagogia.

            Por compreender a fundamental importância da cultura para a educação do povo, Afonso Pereira da Silva desdobrou-se para oferecer aos paraibanos centros de referência nesse setor.

            Assim, idealizou a fundação do Teatro do Estudante da Paraíba, além de ter sido responsável pela criação do Conservatório de Música da Paraíba.

            Aliás, foi ele quem se ocupou da organização, em 1949, do Primeiro Congresso de Música do Nordeste.

            Seu nome está também ligado à criação da Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba.

            Além de funções políticas, como o mandato de Deputado Estadual que exerceu com proficiência, o Professor Afonso Pereira da Silva teve ativa presença na imprensa estadual.

            Seus indiscutíveis méritos o levaram à Academia Paraibana de Letras, da qual foi Presidente, reeleito várias vezes.

            De propósito, deixo para o fim aquilo que me parece a marca mais definidora do Professor Afonso Pereira da Silva, o de semeador do saber.

            Assim, ele foi multiplicando escolas pela Paraíba afora e distribuindo livros para todos, sobretudo para os habitantes de áreas periféricas.

            O grande semeador teve na Fundação Padre Ibiapina, por ele criada, o instrumento por meio do qual pôde desenvolver extraordinário trabalho de cunho filantrópico.

            Essa Fundação, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nasceu com o propósito de oferecer às comunidades mais carentes serviços nas áreas da saúde e da educação.

            Em meio às múltiplas atividades às quais se dedica, a Fundação Padre Ibiapina responsabilizou-se pela disseminação de incontável número de escolas pelo interior da Paraíba.

            Ao encerrar este breve pronunciamento, reitero minha calorosa saudação aos professores brasileiros, muito especialmente aos valorosos docentes paraibanos.

            Desejo sinceramente que, para além dos justos cumprimentos, eles recebam o reconhecimento por parte da sociedade e, do Poder Público, a efetiva dignificação de seu trabalho.

            É o mínimo que se pode exigir para aqueles que são, direta e indiscutivelmente, os maiores responsáveis pela formação dos brasileiros de todas as gerações e de todas as regiões.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/10/2011 - Página 41592