Discurso durante a 188ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Referência aos Requerimentos 1.255 e 1.258, de 2011, apresentados por S.Exa. na presente sessão.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Referência aos Requerimentos 1.255 e 1.258, de 2011, apresentados por S.Exa. na presente sessão.
Publicação
Publicação no DSF de 18/10/2011 - Página 42451
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, VOTO DE PESAR, FUNDADOR, FESTIVAL, AMBITO INTERNACIONAL, CINEMA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), HOMENAGEM POSTUMA, VIDA PUBLICA, VOTO, CONGRATULAÇÕES, INSTITUIÇÃO BENEFICENTE, ISRAELITA, BRASIL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, HOSPITAL, RELATORIO, HISTORIA, QUALIDADE, SERVIÇO DE SAUDE.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, acho importante que o Senador Inácio Arruda tenha feito esse pronunciamento, no sentido de procurar esclarecer inteiramente e colocando-se à disposição do próprio Ministro Orlando Silva, como também do partido que representa, para esclarecer inteiramente os episódios.

            O Senador Alvaro Dias, como Líder da oposição, do PSDB, colocou a necessidade de informações que, de pronto, S. Exª disse que...

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - Senador Suplicy, da mesma forma como espero que, se alguém estiver caluniando, dê a mão à palmatória, o nosso partido também fará a mesma coisa. Muito obrigado.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP) - Muito bem.

            Sr. Presidente, quero requerer, nos termos regimentais, a inserção em Ata, primeiro, de voto de pesar pelo falecimento do crítico de cinema e fundador da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Leon Cakoff, ocorrido no último dia 14, aos 63 anos, vítima de um câncer de pele diagnosticado em 2002, bem como a apresentação de condolências à sua mulher, Renata Almeida e aos quatro filhos - Pedro, Laura, Jonas e Thiago.

            Leon Chadarevian (seu nome verdadeiro) nasceu na Síria, em 25 de junho de 1948. Veio para o Brasil com a família aos oito anos, formou-se pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Por problemas com o regime militar, adotou o pseudônimo Cakoff.

            Começou a trabalhar como jornalista em 1969 e seguiu como crítico de cinema nos Diários Associados.

            Desde 1974, dirigia o Departamento de Cinema do Museu de Arte de São Paulo, onde organizava eventos de cinema, até chegar ao que seria o seu maior feito: a mostra internacional desenvolvida em homenagem aos 30 anos da construção feita pela arquiteta Lina Bo Bardi, cartão-postal de São Paulo.

            Cakoff dirigiu o curta-metragem Volte Sempre, Abbas, de 1999, em parceria com a esposa, Renata de Almeida. O filme acompanha a visita do cineasta iraniano Abbas Kiarostami à mostra e foi exibido na mostra “Novos Territórios”, no Festival de Veneza.

            Cakoff esteve, ainda, entre os organizadores do longa-metragem Bem-vindo a São Paulo, em 2004. No filme, diretores mostram uma visão da capital paulista.

            Quatro anos depois, produziu e protagonizou o curta Do Visível ao Invisível, do português Manoel de Oliveira, também selecionado para o Festival de Veneza. Cakoff voltou a trabalhar com Oliveira ao produzir o filme O Estranho Caso de Angélica, de 2010.

            Em 35 anos, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo trouxe ao Brasil diretores como Manoel de Oliveira, hoje com 102 anos, que se tornou amigo de Cakoff.

            Ao longo desses anos, participaram da mostra os iranianos Abbas Kiarostami e JafarPanahi, o israelense Amos Gitai, o espanhol Pedro Almodóvar, os americanos Quentin Tarantino e Dennis Hopper, o alemão Wim Wenders, o sérvio Emir Kusturica, o finlandês Ari Kauristämi, entre tantos outros.

            A Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, enviou um comunicado à imprensa lamentando a morte do crítico de cinema Leon Cakoff, com o seguinte teor: "Estou chocada, é uma perda irreparável. Em toda minha vida e formação, ele foi nome de referência. Acompanhei as suas mostras, ele orientava para o que havia de mais importante no cinema do mundo todo”.

            A 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo começa, oficialmente, na próxima sexta-feira, dia 21, ocasião em que a ausência de Leon Cakoff será profundamente sentida.

            Sr. Presidente, caro Senador Paulo Paim, quero, também, apresentar outro requerimento, neste caso, para inserção em Ata de voto de congratulações à Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, pela passagem dos 40 anos do Hospital Israelita Albert Einstein, comemorados no dia 15 de outubro último, em solenidade na qual estive presente.

            Lá estavam também o Governador Geraldo Alckmin, o Prefeito Gilberto Kassab, ex-presidentes da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, o diretor Raul Cutait, ex-presidente Raul Cutait, do Hospital Sírio Libanês que, numa mostra de companheirismo, de união nos aspectos de benefícios à saúde pública, à excelência. Achei muito bonito que lá estivesse aquele que foi diretor por mais de dez anos, Raul Cutait, além de seu pai, do Hospital Sírio Libanês, na homenagem pelos 40 anos do Hospital Israelita Albert Einstein, que teve também a presença tão bela, nas palavras, que aqui mencionarei, de Claúdio Lottenberg:

            A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE), nascida na década de 50, resultou do compromisso da comunidade judaica em oferecer à população brasileira uma referência de qualidade na prática médica.

            Mas só esse objetivo não era o suficiente. Era necessário ir além da simples construção de um hospital. E assim foi feito. Construído com recursos provenientes de doações e do trabalho de um grupo de pessoas dedicadas, o Hospital Israelita Albert Einstein, foi inaugurado em 1971. A partir de então, tornou-se referência em tratamentos com tecnologia de ponta e atendimento humanizado e expandiu suas fronteiras com ações de responsabilidade social e atividades de ensino e pesquisa.

            O Hospital Israelita Albert Einstein é um dos mais conceituados da América Latina, capaz de atender a todas as demandas da cadeia de valor de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação da saúde. O Einstein destaca-se pelo seu desempenho em procedimentos de alta complexidade, tendo sido certificado pela Joint Commission International três vezes consecutivas. Além disso, dispõe de certificações ISO em diversas áreas.

            Essa excelência é resultado da constante busca pelo melhor atendimento, com foco nos seguintes diferenciais:

            - Atendimento humanizado, com programas específicos para aproximar o paciente e sua família do hospital;

            - Os melhores profissionais clínicos e de assistência, atualizados continuamente; e

            - Constante investimento em tecnologia: o Einstein possuía, já na década de 1970, os dois primeiros equipamentos de ressonância magnética da América Latina. E continua na liderança, tendo adquirido, em julho de 2007, um sistema que traduz, em tempo real, os movimentos das mãos de um cirurgião.

            Para exemplificar a eficiência do Hospital Albert Einstein, cito alguns dados, de 2010, que demonstram seu trabalho em números:

            - 8.655 funcionários, dos quais, aproximadamente, 40% têm ensino superior;

            - 60% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres;

            - A idade média de seus funcionários é de 34 anos;

            - O tempo médio dos funcionários na instituição é de cinco anos;

            - Possui cerca de 6.000 médicos cadastrados;

            - Realizou mais de 1.900 transplantes, sendo 97% feitos pelo SUS, desde 2002;

            - Possui 129.757 profissionais treinados em cursos e eventos nacionais e internacionais e 1.470 alunos matriculados nos cursos técnicos e de complementação, de graduação e de pós-graduação lato sensu;

            - Seus profissionais publicaram 380 artigos em revistas científicas indexadas;

            - O Hospital possui cerca de 50 pesquisadores envolvidos em mais de 100 projetos de pesquisa.

            Por fim, ao apresentar este requerimento exaltando os 40 anos de excelentes serviços prestados pelo Hospital Albert Einstein à comunidade brasileira, gostaria de aqui inserir em Ata as palavras do presidente, Dr, Claudio Luiz Lottenberg, proferidas por ocasião das comemorações do aniversário dessa Instituição. Nela, o Dr. Cláudio Luiz Lottenberg ressalta:

O hospital, que hoje completa 40 anos, é fruto do sonho de uma comunidade, a comunidade judaica brasileira. Perseguida que foi, encontrou neste país todas as oportunidades para se desenvolver e retribuiu a generosidade do povo brasileiro na melhor das formas, trabalhando em favor do maior bem que o ser humano possui, que é a vida.

Nascia a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein, pautada pelos valores judaicos refuá, tzedaká, Mitzvá e chinuch. Foram anos de muito trabalho e extrema dedicação, reuniões, encontros e visitas para arrecadações de fundos, o que culminou com a abertura deste hospital no ano de 1971. Nascia para permanecer buscando a perenidade. Nestes anos esta organização jamais abriu e jamais abrirá mão de seus valores e, na forma expressa por Albert Einstein , quando se referia à educação como sendo aquilo que permanece quando alguém esquece tudo que aprendeu no colégio, nós seremos sempre uma organização de saúde, pautada pela tradição judaica, na busca incessante da excelência, com respeito à meritocracia e desenhada para exercer no discurso e na prática os valores éticos focados na necessidade de nossos pacientes.

Este povo generoso, que nos acolheu de braços abertos, e ao qual orgulhosamente nos integramos, despertou em nossa comunidade a mais irrestrita gratidão. E foi este o vetor afetivo que levou à criação da Sociedade Beneficente.

Desde muito cedo aprendemos a estimar a solidariedade. O moderno conceito de cidadania pressupõe o reconhecimento dos próprios direitos. Mas o conceito milenar de solidariedade vai além, reconhecendo os direitos do próximo. Este quadragésimo aniversário do Hospital Israelita Albert Einstein é um marco da presença judaica no Brasil. Essa presença - vale lembrar - vem de longa data e confunde-se com a própria história do País. Gaspar da Gama, tradutor oficial da esquadra de Pedro Álvares Cabral, era judeu. E, ao desembarcar nesta terra, em 1500, estabeleceu um vínculo que os séculos só fizeram fortalecer. Para este espaço de tolerância, acolhimento e oportunidades, nossos antepassados migraram em tempos de grandes dificuldades, afastando-se do ódio, da miséria e da falta de horizontes que os oprimiam no Velho Mundo. Aqui encontraram as condições ideais para honrar seu passado e projetar seu futuro, desenvolvendo-se plenamente como grupo humano.

Os primeiros passos surgiram no modelo assistencial e o termo qualidade, a visão paradigmática e a importância da tecnologia desde o primeiro momento se fizeram presentes, e é novamente em Einstein que encontramos os princípios desta postura visionária quando ele mesmo menciona que a mente humana tem que primeiro construir formas, independentemente, antes de poder encontrá-las nas coisas. Este Einstein que vocês aqui vivem e conhecem já estava presente no sonho do grupo que o fundou antes mesmo de sua materialização

Quem sabe por isso é que visionários como Manoel Tabacow Hidal, tido como sonhador, Joseph Féher, percebido como um apaixonado pela tecnologia, e Reynaldo André Brandt, cuja sensibilidade frente à qualidade como elemento de gestão, mereçam sempre, em todas as minhas menções, o reconhecimento institucional e comunitário.

São essas pessoas que proporcionaram o arcabouço estruturado de uma instituição cujo legado nos foi passado, e que nos permitiu nos últimos dez anos levá-la a condição que hoje aqui comemoramos.

Diria que os passos dessas pessoas nos transferiram um ensinamento, e quando recebemos um ensinamento devemos recebê-lo como um valioso

presente e não como uma dura tarefa. Eis aqui a diferença que transcende.

Temos imenso prazer em assumir cada uma das tarefas desta instituição. Temos imenso prazer de, ao lado de uma comunidade, saber que muito daquilo que acontece aqui passa a ser uma referência para nosso meio e, em algumas circunstâncias, para o nosso País. Temos imenso prazer de saber que esta instituição nunca para.

Os primeiros anos foram extremamente difíceis, mas, desde o princípio, um grupo valoroso de profissionais contratados, voluntários e pessoas da comunidade assumiram este desafio como sendo parte de suas vidas. O Morumbi era uma região distante. A vinda de pacientes e de médicos era um verdadeiro sacrifício. As condições de acesso eram precárias e o estabelecimento de políticas ainda prematuro.

Nada, porém, era mais forte que o desejo verdadeiro de se criar um paradigma. Hidai plantou este caminho e o colocou para funcionar. Alguns poucos anos depois, Hidal, vinha a falecer repentinamente, e seu sucessor, Josef Feher, soube continuar e aperfeiçoar. Anos difíceis, pois os financiamentos ainda dependiam da generosidade de pessoas que acreditavam num sonho um pouco mais real, mas ainda distante de uma estrutura autossuficiente. O Hospital partiu entusiasticamente e de pronto assumiu o papel da liderança tecnológica. Um jovem neurocirurgião vislumbrou a necessidade de se estabelecerem métricas e, junto com uma geração, questionando um modelo de sucesso, plantou a semente da qualidade, que culmina com a Certificação da Joint Commission, a primeira em caráter internacional que essa organização validou - hoje são mais que 500.

Quem olha o Einstein imagina uma realidade. Este conjunto arquitetônico que aqui se apresenta é parte de um complexo de saúde e, portanto, por mais grandioso que seja ele, quem sabe não reflita que este Einstein atende hoje a mais de um milhão de brasileiros.

De fato, temos uma planta física significativa, e nela permeiam processos, programas certificados, estruturas organizadas, mas, sobretudo, um capital humano invejável. Hoje, trabalham perto de dez mil pessoas dentro dessa frente, caminhamos para mais de 700 leitos, cuidamos de um hospital público, lideramos o programa de transplante hepático do País e somos percebidos como um hospital de excelência. São mais de 40 iniciativas na área social, e quem sabe possamos falar de nossas ações em Itinga, no Haiti, mas podemos ir mais longe e lembrar que, na década de 70, antes mesmo de cuidarmos deste hospital, já interagíamos com a comunidade carente de Paraisópolis e participávamos do combate à epidemia de meningite na cidade de São Paulo. Este é o Einstein que nunca para. Este é o Hospital das gentes.

            Eu sou, Presidente Paulo Paim, testemunha desse trabalho junto à comunidade de Paraisópolis. Inclusive, estava ali o Vereador Rolim, morador de Paraisópolis, que foi Presidente da Associação de Moradores.

            Mas, muitas vezes, ali visitando a ex-Presidente Betânia, da Associação de Moradores, em tantas outras ocasiões, tive oportunidade de ver a interação tão positiva do Hospital Einstein com a comunidade de Paraisópolis, que constitui a segunda maior favela de São Paulo, ali incrustada no Morumbi, mas hoje já um bairro com características de uma cidade que avança rumo à sua melhoria de condições.

            Prossegue Cláudio Lottenberg:

Pretendo lhes falar do futuro. O passado existe, ele é importante, nos ensina, mas vamos falar do futuro. Vamos falar do Einstein que nunca para.

E não se trata de um desejo meu pessoal, de minha diretoria, de nossos conselhos ou de nossos associados. O Einstein que nunca para é o Einstein de nossos pacientes,

O Einstein que nunca para é o Einstein de nossos pacientes, é o Einstein de nossos colaboradores. Estamos crescendo, pois mais gente nos procura, mais inovação se faz necessária, mais espaço devemos criar no sentido de ofertar para cada um que aqui trabalha uma oportunidade de crescimento. O crescimento é fruto de uma oportunidade gerada por demandas de quem consome, mas se apoia no patrimônio de uma reputação. Em todos estes anos, para todos os desafios, jamais me foi negado em nenhuma esfera todo e qualquer tipo de apoio. Nossos colaboradores nunca param. Nossos voluntários nunca param. Nossos parceiros nunca param de nos solicitar e, num ritmo de Brasil moderno, queremos e iremos fazer muito mais. Uma instituição de saúde vive em plena sinergia com a sua comunidade médica. Um corpo clínico diferenciado, quem sabe, tenha sido a alma do sucesso de todos estes anos e quero aqui registrar o meu mais profundo agradecimento a cada um destes profissionais, que, com confiança mútua, espírito colaborativo e conceito de trabalho em equipe, nos ajudaram a criar este Einstein que nunca para. No conceito da liderança, trabalhar em equipe é o mantra do sucesso e da conquista. Resgato o valor deste entendimento multiprofissional, este desprendimento individual em prol do coletivo, a sensibilidade de profissionais ligados à assistência em colocar o paciente acima de tudo, como sendo os pilares para este Einstein que nunca para.

Estamos construindo: unidades avançadas, ampliações físicas, reformas permanentes, incrementos tecnológicos, mas o que me chama atenção é a permanente firmeza de nossos profissionais no entendimento processual de todos estes recursos. A visão fragmentada gera desperdício e não agrega valor, e o desafio da saúde envolve uma visão sofisticada na tecnologia com apropriação racional e equilibrada. Crescer para nós significa muito disto, pois estamos conscientes de que os desafios do envelhecimento estão dentro da perspectiva da ciência, mas envoltos no mundo da sustentabilidade. E esta sustentabilidade não se faz só no marco econômico, mas também com políticas responsáveis na questão do meio ambiente. Neste Einstein que nunca para isto já é pauta de nossos desafios, pois não acreditamos que construir uma base física seja o suficiente para uma instituição que se autodesafia. Para isto, ao lado deste grande Hospital, estamos investindo cada vez mais em nossas plataformas de pesquisa, ensino e desenvolvimento. Nos moldes dos grandes centros de saúde, onde, além da qualidade, a geração de conhecimento é fator diferencial, antevemos um grande centro de pesquisas médicas e, para tanto, temos investido e investiremos cada vez mais na construção de uma referência tão forte quanto a de nosso hospital. Protocolos têm sido criados e cada dado aqui colhido se transforma em informação a ser levada em forma de conhecimento. Um conhecimento democrático que beneficie o paciente do hoje e do amanhã e que não se restrinja ao âmbito daqueles que nos procurem diretamente. Quem sabe por isto, neste Einstein que nunca para tenha nascido este forte envolvimento com a área social. Ampliar significa levar a assistência e o cuidado de forma melhor e com maior equidade. E, é nisto que acreditamos ao olhar cada um de nossos braços de atuação.

O Einstein tem responsabilidade que transcende suas áreas físicas e suas

limitações geográficas O Einstein que nunca para quer mais. Ele deseja ser não somente o Einstein Tratador e o Einstein Diagnosticador. O Einstein que nunca para, trabalha para ser o Einstein Cuidador. O Einstein que se preocupa com cada uma das pessoas que lhe procura e vive ao lado delas justamente para que dele não necessitem Quem sabe por isto que nossa exposição se faça de maneira educativa e institucional Quem sabe por isto que nossa forma de se aproximar não seja pelos indivíduos, mas sim pelas causas. Quem sabe por isto que nossa ação de divulgação não se faça pelos pacientes, mas sim pelas ações que balizem exemplos e defendam modelos de atendimento.

A vida tem nos dado grandes oportunidades de servir.

Em Deuteronômio surge a menção:

Ponho diante de ti a vida e a morte, a benção e a maldição.

A decisão dos caminhos, as opções, as atitudes, elas derivam de nosso real desejo em fazer e atuar. E, é em Einstein que novamente nos inspiramos Existem duas formas de viver a vida:

Uma como se tudo fosse um milagre e outra como se nada fosse um milagre.

Nossa opção parte de uma religiosidade que nos leva a acreditar, mas que inicia um caminho que nos leva a trabalhar. Temos que subir, a montanha como se fôssemos velhos e chegar ao topo como se fôssemos jovens. Segundo Dante Aligheri, a maturidade e o equilíbrio nos levando ao vigor e a energia para os desafios.

E, por tudo isto é que agradeço muito a todos. Aos fundadores, aos voluntários, aos profissionais, ao generoso povo brasileiro e as autoridades deste país. Agradeço, sobretudo, a Deus e em particular a minha família que me permite abrir mão de nossa convivência para viver este mundo, o mundo do Einstein que nunca para.

Muito obrigado!

            Assim concluiu o Dr. Claudio Luiz Lottenberg, num memorável discurso que comoveu a todos os presentes, num auditório lotado.

            Senador Paulo Paim, quero aqui fazer um agradecimento especial a todos aqueles no Hospital Albert Einstein que já trataram de meus netos, de meus filhos - meu filho André -, da Mônica Dallari, ao Dr. Macedo, a tantas pessoas queridas, inclusive muitos membros do Congresso Nacional que ali estiveram também hospitalizados e que foram atendidos com muita atenção, com muito carinho e com um nível de excelência formidável.

            E gostaria de concluir, porque vejo no Dr. Claudio Luiz Lottenberg uma pessoa muito preocupada também em ter, em nosso mundo, não apenas no Brasil, mas também no Oriente Médio e nas relações de Israel com a Palestina e com os países Árabes, um diálogo em que se possa construir instituições que signifiquem a realização de justiça para todos, e de tal maneira que construam a paz. E um sinal disso - aliás, lembrado pelo Presidente Lula em um pronunciamento também comovente que ele fez no Dia da Comunidade Árabe, ali no Hospital Sírio Libanês, há pouco mais de um ano, de que fui testemunha - foi quando ele disse, Senador Paulo Paim, que quando o Presidente Lula ia ao Hospital Sírio Libanês, ele observava a interação e a colaboração entre médicos judeus e árabes; quando ia ao Hospital Albert Einstein, via também a colaboração entre judeus, árabes e palestinos. Ele citava isso como um sinal de que o Brasil dá o exemplo de como será possível, ali no Oriente Médio, entre Israel e Palestina, a partir de dificuldades tão grandes, haver agora sinais positivos. O fato da troca, nesses dias, de mais de mil prisioneiros palestinos por um prisioneiro judeu de grande significado para Israel é um caminho, um passo de entendimento que me parece muito esperançoso para que novos passos venham a ser dados.

            Assim, Presidente Paulo Paim, como V. Exª também é um construtor de pontes com vistas à realização de justiça que possa proporcionar a paz, é que vejo na visita de sábado, por ocasião dos quarenta anos do Hospital Albert Einstein, do médico e ex-responsável pelo Hospital Sírio-Libanês, junto ao Dr. Lottenberg e toda a comunidade de pessoas que trabalham no Hospital Albert Einstein, como um sinal alvissareiro de como o Brasil constitui um exemplo de promoção da paz para israelenses, palestinos e árabes.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/10/2011 - Página 42451