Pronunciamento de Ana Amélia em 17/10/2011
Discurso durante a 187ª Sessão Especial, no Senado Federal
Comemoração do 2011 - Ano Mundial da Medicina Veterinária.
- Autor
- Ana Amélia (PP - Progressistas/RS)
- Nome completo: Ana Amélia de Lemos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
POLITICA SANITARIA.:
- Comemoração do 2011 - Ano Mundial da Medicina Veterinária.
- Publicação
- Publicação no DSF de 18/10/2011 - Página 41565
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. POLITICA SANITARIA.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, ANO INTERNACIONAL, MEDICINA, VETERINARIA, REGISTRO, IMPORTANCIA, VETERINARIO, SEGURANÇA, NATUREZA ALIMENTAR, ERRADICAÇÃO, DOENÇA ANIMAL, PECUARIA, AUMENTO, PRODUÇÃO, EXPORTAÇÃO, CARNE, PAIS.
- DEFESA, PROJETO DE LEI, AUTORIA, BENEDITO DE LIRA, SENADOR, ESTADO DE ALAGOAS (AL), ASSUNTO, PRODUÇÃO, MEDICAMENTOS, PRODUTO GENERICO, MEDICINA, VETERINARIA.
A SRª ANA AMÉLIA (Bloco/PP - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Caro Presidente, amigo, colega, Senador Geovani Borges; caro Presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Benedito Fortes de Arruda; Presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária, Josélio de Andrade Moura; Dr. René de Dubois, representante da Federação Nacional dos Médicos Veterinários; Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Alagoas, José Heriberto de Albuquerque; Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso, Verton Silva Marques; Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul, Cibele Luzia de Sousa Cação; Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Rondônia, Rodrigo Bueno Loyo Cadete; Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo, Francisco Cavalcanti de Almeida; Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Tocantins, Marcelo Aguiar Inocente; representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná; senhoras e senhores membros do Conselho Federal de Medicina Veterinária; membros dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária; membros do Corpo Diplomático, senhoras e senhores telespectadores da TV Senado.
O cenário de oportunidades que o Brasil vislumbra no mercado mundial de alimentos somente se tornará realidade com a ajuda dos profissionais que, hoje, estão reunidos neste plenário, para comemorar os 250 anos da fundação da primeira Escola de Veterinária do mundo, que aconteceu em Lyon, na França, no ano de 1761, por solicitação de Claude Bourgelat, Hipiatro e Patrono da Veterinária Universal.
Ao eleger 2011, ano em curso, o Ano Mundial da Medicina Veterinária, a Organização Mundial de Saúde Animal conclama a comunidade internacional a dar maior apoio e visibilidade ao trabalho meritório, importantíssimo, relevante dos médicos veterinários como prestadores de um serviço público essencial, de alta relevância, para a alimentação e para a saúde pública.
E foram esses motivos que me levaram a requerer ao Senado Federal esta sessão especial de homenagem a todos os médicos veterinários brasileiros, especialmente do meu Estado, o Rio Grande do Sul.
Os profissionais de medicina veterinária são fundamentais para a estratégia de desenvolvimento nacional, tanto do ponto de vista da segurança alimentar dos brasileiros, quanto da sua perspectiva econômica.
A evolução do trabalho dos médicos veterinários, no Brasil, tem proporcionado o aumento da produção de alimentos de origem animal, através do intenso esforço empregado nas pesquisas de melhoria genética.
Ressalto, também, o trabalho incansável que é desempenhado pelos veterinários na vigilância sanitária dessa mesma produção, o que garante a saúde da mesa dos brasileiros e atesta a qualidade dos nossos produtos no exterior. A esse respeito, aliás, gostaria de mencionar a grata satisfação de saber que o atual Ministro Mendes Ribeiro Filho, que todos nós desejamos se recupere prontamente de uma cirurgia que fez em São Paulo, tem dado uma prioridade ao serviço de defesa sanitária animal. Isso é fundamental para o nosso País, que é um dos líderes no protagonismo internacional na exportação de toda a cadeia produtiva da carne.
Esses exemplares servidores da medicina veterinária, ao longo do tempo, fizeram reivindicações, tiveram que recorrer a greves, inclusive para valorizar a importância da sua atividade para o interesse nacional, para o interesse dos consumidores brasileiros, num País em que ainda os abates clandestinos representam um sério risco à saúde pública, danos à economia, com sonegação e uma série de outros prejuízos advindos da clandestinidade do abate. Algumas audiências públicas foram realizadas nesse aspecto, mostrando a gravidade desses problemas.
Por isso a defesa sanitária animal ganha a cada dia maior relevo em nosso País, até porque quando se fala no mercado internacional se imagina que toda a produção de carnes, suína, bovina e de frango, seja dedicada ao mercado externo. Ao contrário, a maior produção nessa cadeia produtiva é destinada ao mercado interno brasileiro, que absorve o seu maior percentual.
Ressalto também o trabalho incansável, como disse, e o empenho desses profissionais dedicados à defesa sanitária animal. A crescente demanda mundial por alimentos saudáveis torna a missão do médico veterinário cada vez mais importante, como uma das profissões essenciais para o futuro não só do Brasil, mas de toda a humanidade.
Estudos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação - FAO indicam que, para que a população mundial possa permanecer consumindo alimentos na mesma proporção da primeira década do século XXI, será necessário incrementar a produção de alimentos em 40% até 2030 e em 70% até 2050.
Nas mãos dos senhores e das senhoras está um enorme desafio, o desafio de que a gente possa continuar produzindo com qualidade, segurança e cuidado com a saúde, não só a saúde dos animais, mas, sobretudo, a saúde das pessoas que consomem as carnes que nós produzimos.
O Brasil e seus veterinários têm um papel muito importante a desempenhar nesse cenário. Nosso País é hoje o segundo maior exportador mundial de carne bovina e de frangos e tem condições de se tornar também o maior exportador mundial de carne suína.
A exportação desses produtos tem contribuído de forma considerável para o superávit da balança comercial brasileira e para o aumento de nossas reservas internacionais.
Nosso sucesso na exportação de alimentos só é possível devido à competência desses profissionais no controle sanitário dos animais que entram e que saem de nosso País, garantindo que estejamos cada vez mais distantes de pragas como a febre aftosa, praga essa que esperamos erradicar agora, em 2012. Pelo menos, esse é um compromisso do nosso Ministro Mendes Ribeiro Filho, um compromisso de Governo. Nós, aqui, com uma atuação independente no Senado Federal, estamos apoiando essas iniciativas, porque elas são fundamentais para toda a cadeia produtiva, para a defesa de nossa fronteira agropecuária e para a saúde de nossos consumidores e de nosso rebanho.
Nos últimos anos, a eficiência desse trabalho tem aberto mercado para os produtos brasileiros em todo o mundo. Eu gostaria de lembrar dois casos recentes que demonstraram a segurança sanitária dos produtos brasileiros: a decisão da China de abrir o seu mercado à carne suína brasileira e o caso da Rússia, que aplicou embargos à carne bovina brasileira. Eu gostaria de enfatizar também a importância das garantias da vigilância sanitária brasileira para o comércio da carne de frango com o Oriente Médio, que é o nosso principal mercado consumidor ou, pelo menos, um dos mais importantes.
Aliás, Srªs e Srs. Senadores, caros homenageados, médicos veterinários de todos os cantos do nosso País e do meu Estado, o Rio Grande do Sul, não fosse o trabalho cotidiano dos médicos veterinários em todo o mundo, todos nós estaríamos correndo um permanente risco de contrair as mais variadas doenças transmitidas aos homens pelos animais.
A aftosa novamente ronda nossas fronteiras, representando um risco para a produção e a exportação de carne em toda essa cadeia produtiva. Devemos aumentar a vigilância na fronteira - é o que o Ministério da Agricultura vem fazendo - e reforçar os acordos de cooperação bilateral ou multilateral, no âmbito do Mercosul e também na região da América Latina, com países que não têm, na produção de carne, Senador Antonio Russo, o mesmo significado e a mesma importância que tem o Brasil no cenário internacional. Todo o esforço para erradicar e para evitar a entrada da aftosa no mercado brasileiro ainda é pouco, porque esse é um grave problema. Qualquer sinal de contaminação representa um fechamento das portas do mercado internacional a todas as demais carnes por causa da aftosa no rebanho bovino. Portanto, é relevante o trabalho de vigilância que os nossos veterinários fazem.
Num mundo que busca a redução da pobreza, o combate à fome e à desnutrição e a incorporação de grandes contingentes populacionais às classes de renda mais elevada, torna-se mais importante a participação do veterinário nessa nova economia mundial.
Sr. Presidente, Senador Geovani Borges, Srªs e Srs. Senadores, a Sociedade Brasileira de Medicina Veterinária e o Conselho Federal de Medicina Veterinária programaram diversas solenidades e eventos técnicos e científicos em comemoração ao Ano Mundial da Medicina Veterinária. Essas entidades vêm desempenhando relevante papel no desenvolvimento da medicina veterinária brasileira, juntamente com a Federação da Medicina Veterinária, que é integrada pelos sindicatos da categoria.
No Brasil, muito já se fez em termos de segurança alimentar. No entanto, ainda podemos progredir e melhorar em diversas áreas, como as estruturas públicas relacionadas com o ensino, a pesquisa científica e tecnológica, a vigilância sanitária, a produção de vacinas e medicamentos e a cooperação internacional para a prevenção de doenças contagiosas. Nesse particular, defendo a produção de medicamentos genéricos na área da medicina veterinária, matéria já submetida à apreciação na Câmara dos Deputados, onde se iniciou o projeto de autoria do meu agora colega Senador Benedito de Lira, e que, com o substitutivo feito nesta Casa, retornou à Câmara Federal. Esperamos que, o mais breve possível, também a medicina veterinária possa, como no caso dos medicamentos destinados às pessoas, dispor dos medicamentos genéricos para a área da veterinária.
Eu gostaria de encerrar este pronunciamento ressaltando esse importante trabalho e saudando a todos os veterinários do Brasil, em particular, do meu Estado, o Rio Grande do Sul, especialmente as mulheres que se dedicam a esta exemplar e importantíssima atividade. Tenho plena convicção de que os nossos médicos veterinários continuarão a cumprir com grande empenho a importante missão que realizam em benefício de nossa população, em benefício de nossa economia, de nossa agropecuária, de nossa saúde e do nosso Brasil.
Aproveito esta oportunidade, nesta segunda-feira, em nome da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado da República, comandada exemplarmente pelo Senador Acir Gurgacz e tendo como Vice-Presidente o Senador Waldemir Moka, do Mato Grosso do Sul, de que faço parte como membro titular, para cumprimentar todos os médicos veterinários, através de suas entidades aqui representadas, pelo relevante papel que têm desempenhado no fortalecimento do nosso País e no papel protagônico que o Brasil tem representado no cenário internacional na produção de alimentos, cada vez mais respeitado por seus cientistas que fazem clone de uma bezerra, no caso da nossa Embrapa, e por tantos outros distribuídos por este País enorme, gigantesco, de dimensão continental, nos centros acadêmicos de pesquisa, nos centros particulares, oficiais, públicos. Tudo isso é relevante para que o Brasil continue nessa posição destacada, mas isso se deve muito ao exemplar empenho de todos os senhores médicos e médicas veterinárias.
Fico muito feliz de ter proposto este requerimento e de esta sessão estar sendo realizada, celebrando não apenas o trabalho dos senhores, mas, especialmente, o Ano Mundial da Medicina Veterinária.
Muito obrigada. (Palmas)