O SR. CIRO NOGUEIRA (Bloco/PP - PI. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, o Piauí celebra hoje o aniversário de sua adesão à causa da independência do Brasil. Um dia histórico para um Estado que três vezes celebra seu amor à liberdade, já que em 24 de janeiro de 1923 Oeiras levantou-se contra o colonialismo português e em 13 de março daquele mesmo ano as terras de Campo Maior foram molhadas pelo sangue dos bravos na Batalha do Jenipapo.

            A celebração do 19 de outubro é justa como Dia do Piauí por ter sido a data inaugural em que os piauienses da Vila de São João da Parnaíba aderiram à causa da independência do Brasil - ato pacífico, justo e cívico que foi combatido a ferro e a fogo pelas tropas portuguesas.

            É importante lembrarmos que o gesto dos paraibanos foi importante demais para que houvesse o 24 de Janeiro, quando Oeiras aderiu à causa da independência e ainda para que as tropas da Coroa Portuguesa fossem contidas pela bravura dos Heróis do Jenipapo.

            Orgulha a nós piauienses saber que a luta pela independência do Brasil espalhou-se pelo nosso Estado nos anos de 1822 e 1823 como um vento de boas novas, como um sopro de liberdade, como uma brisa leve que espalhou a esperança de dias melhores, de paz e progresso.

            Hoje, passados 189 anos da bravura do povo de Parnaíba, contemplamos um futuro grandioso para nosso querido Piauí. Somos, certamente, movidos pelos mesmos ideais de esperança, fé na liberdade, crença no futuro, vontade de trabalhar, desejo de acertar, necessidade de construir um futuro melhor para as novas gerações.

            As ideias e os propósitos que movem os piauienses estão presentes no que diz o poeta amarantino Francisco da Costa e Silva, ao nos fazer cantar com fé e confiança:

            Possas tu, no trabalho fecundo

            E com fé, fazer sempre melhor,

            Para que, no concerto do mundo,

            O Brasil seja ainda maior.

            Eis um verso que mostra bem o que somos nós, piauienses: uma massa de três milhões, cento e dezoito mil pessoas. Homens, mulheres, crianças, jovens, idosos. Somos uma gente que trabalha muito para fazer sempre o melhor, conforme preconiza em nosso hino o grande poeta Da Costa e Silva.

            Fazer sempre o melhor representa muito mais do que trabalhar; fazer o melhor é também sonhar e suar a camisa para tornar o sonho realidade.

            É o que a imensa maioria dos piauienses faz o tempo todo: dar tudo de si para que o Piauí siga em frente, para que no concerto do mundo o Brasil seja ainda maior.

            É com trabalho e fé que iremos fazer com que o Piauí seja parte importantíssima de um Brasil mais rico e respeitado no cenário global, que poeticamente Da Costa e Silva chama de "concerto do mundo".

            Nesse sentido, vejo que nosso estado pode e deve evoluir para melhor exploração de suas potencialidades econômicas, fazendo com que deixem de ser oportunidades para se transformarem em riqueza.

            Contudo, precisamos lembrar que o desenvolvimento econômico que advirá da exploração dos recursos da terra, do mar, do sol, das águas e do subsolo piauienses deve ocorrer sem que percamos de vista que o amor à nossa terra representa fazê-Ia crescer com garantias de preservação ambiental, respeito às culturas e tradições, cuidado social.

            Cada um de nós piauienses tem papel no cenário de futuro mais rico, socialmente mais justo e ambientalmente mais equilibrado.

            Como um congressista que representa o Estado no Senado, meu papel ganha relevo porque não é apenas meu, pessoal, de cidadão. Represento um papel coletivo de trabalhar muito e sem esmorecer para assegurar que os interesses do Piauí e dos piauienses estejam garantidos, sobretudo quando se sabe que nosso Estado se mostra como uma área de grande interesse econômico.

            Sigo o caminho dos que acreditam no trabalho e, como recomendou nosso poeta Da Costa e Silva no Hino do Piauí, tenho em mim a convicção de que estou obrigado, por mandado do povo piauiense, a produzir um trabalho fecundo e com fé fazer sempre melhor.

            Somente assim, o Piauí será grande, rico e justo, como certamente será o Brasil também, com nosso trabalho e nosso suor.

            Parabéns ao Piauí e aos piauienses pelo dia que celebramos a nossa independência.

            Porém, mais do que comemorar, devemos refletir sobre a necessidade de trabalhar sempre para sermos mais independentes: sem trabalho, não podemos fazer melhor, tampouco poderemos manter nossa liberdade, nosso progresso, nossa paz.

            Trabalho e trabalharei sempre para que minha terra querida, filha do Sol do Equador, não somente tenha de mim o meu sonho, o meu amor.

            Meu esforço sempre será para que o Piauí seja, como bem disse Da Costa e Silva, um lugar onde se conserve a pureza para fazer nosso povo leal progredir, “envolvendo na mesma grandeza, o passado, o presente e o porvir”.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.