O SR. CASILDO MALDANER (Bloco/PMDB - SC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente e nobres colegas, quero fazer uma pequena análise, aproveitando o momento, sobre um resultado de pesquisa em que Santa Catarina, pelo sexto ano consecutivo, é considerada o melhor Estado para se visitar, no campo do turismo, pela sua variedade.

            Vamos aos dados.

            O Ministério do Turismo divulgou ontem, em Paris, a informação de que as atividades características do turismo corresponderam a 3,6% do PIB brasileiro, quase 4% em relação ao PIB nacional, produzindo R$168,8 bilhões.

            Os dados são de 2007, fruto de cooperação técnica entre o Ministério do Turismo e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números aumentarão, não tenho dúvida, com o advento de grandes acontecimentos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, porque esses dados, segundo o IBGE, são de 2007 e representam o turismo no Brasil em 3,6% do PIB nacional. Agora, desses anos para cá, com mais infraestrutura, com mais essas demandas que ocorrerão, essa porcentagem vai passar, com certeza, dos 4% do PIB. Mas, se tomarmos as atitudes corretas, o crescimento, como disse, será muito superior. Santa Catarina sabe disso, e tem feito sua parte.

            Na semana passada, a revista Viagem e Turismo, uma das mais importantes publicações do setor no País, divulgou os vencedores da 11ª edição do Prêmio Viagem e Turismo, à escolha do leitor. Foi o leitor que votou. E Santa Catarina recebeu, pela sexta vez consecutiva, o prêmio de melhor Estado para turismo no País.

            O reconhecimento é fruto das preferências de consumo dos turistas brasileiros, e, pela primeira vez, a eleição contou com a participação do Ibope, que desenvolveu a metodologia do processo de votação e contagem dos votos, conferindo ainda mais precisão aos dados apurados.

            Ademais, outra pesquisa, recentemente divulgada pelo Ministério do Turismo, corrobora a importância de Santa Catarina no cenário turístico nacional; se não, vejamos: o Estudo de Demanda do Turismo Internacional no Brasil revelou que, depois de São Paulo e do Rio de Janeiro, Santa Catarina é o Estado mais visitado na Federação.

            Um detalhe interessante: quando a pesquisa restringe-se aos visitantes que buscam apenas lazer, Santa Catarina é a segunda colocada, atrás apenas do Rio de Janeiro; porque São Paulo não ganha, fica em segundo, em função do turismo de negócios. Aí ganha Santa Catarina.

            Destaco ainda a presença da capital catarinense, Florianópolis, como a quarta cidade mais visitada por turistas internacionais. À frente está São Paulo, Rio de Janeiro e Foz do Iguaçu.

            Essas láureas e o reconhecimento do turista decorrem, obviamente, da riqueza ambiental e cultural de Santa Catarina, que consegue conjugar perfeitamente as belas praias com o frio da serra, a ostra e o vinho, os descendentes açorianos do litoral com os alemães, italianos, austríacos, ucranianos e japoneses, num rico mosaico de atrativos ao turista.

            Mas não podemos ignorar o esforço desenvolvido pelo Governo do Estado para a estruturação e profissionalização da atividade, em especial na administração do Senador e então Governador Luiz Henrique da Silveira e com o competente prosseguimento do Governador Raimundo Colombo.

            O governo catarinense atuou sob a égide de um novo paradigma, tratando o turismo como setor estratégico, por seu enorme potencial de gerador de emprego e renda, de forma totalmente sustentável. Atuamos, destinando investimentos à infraestrutura e treinamento, essencial para o desenvolvimento da atividade.

            Outro foco importante tem sido a captação de eventos nacionais e internacionais para nossos Municípios, apostando nessa modalidade turística para eliminar problemas de sazonalidade. Foram construídos, por exemplo, uma série de centro de eventos regionais, arenas multiuso, em Municípios como Concórdia, Chapecó, Piratuba, São José, entre outros.

            V. Exª, que preside esta sessão, preste atenção, Senador, até porque Tocantins é um Estado extraordinário, e eu lembro bem que aquele capim fio de ouro, que é próprio da região, na região de Jamelão, se não me engano... Jalapão - rima com Jamelão -, é uma preciosidade. Fazem colares, pulseiras, e é conhecido não só no Brasil como até no exterior. Eu sei dessas belezas regionais que o Tocantins também ostenta.

            A criação de roteiros regionais que valorizem a variedade geográfica e cultural do Estado foi outra aposta que se mostrou bem-sucedida. Podemos falar no Caminhos da Neve; no Caminho dos Príncipes; no Vale do Contestado; no Grande Oeste, que vai à fronteira com a Argentina; na Costa Verde e Mar; na Rota da Cerveja, no Vale Europeu, só para citar alguns. A segmentação de público também foi ressaltada, com valorização do ecoturismo, das festas de outubro, do turismo rural e do religioso.

            Apesar de tudo isso, nobres colegas, não posso me render à tentação ufanista e afirmar que tudo está perfeito em nosso Estado. Não posso afirmar isso. Ainda temos muitas dificuldades e buscamos, diariamente, superá-las. Podemos citar algumas carências na área de segurança pública e saneamento básico, por exemplo.

            A infraestrutura de transportes é, no entanto, nosso calcanhar de Aquiles. Nessa área, não temos recebido a devida atenção do Governo Federal - e não me refiro unicamente à atual administração, não. Precisamos de investimentos em nossos aeroportos, extremamente acanhados para nossas necessidades, mas talvez o maior problema resida em nossa malha rodoviária. Aguardamos, há mais de uma década, a conclusão da duplicação do trecho sul da BR-101, que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul. A BR-470, de vital importância. Está em estado deplorável, trazendo riscos e causando vítimas diárias, enquanto aguarda sua duplicação. Situação semelhante ocorre com as BRs 282 e 280, que necessitam de atenção urgente.

            Vejam bem, nunca é demais lembrar que essas obras não servem unicamente ao turismo, mas, principalmente, aos setores produtivos, como a indústria ou o agronegócio. Melhores condições logísticas significam custos de produção menores, facilidade de escoamento e distribuição e, ao fim, mais geração de renda e emprego.

            Então, cito essas estradas federais, essa questão de logística e de infraestrutura, como aeroportos e essas BRs, porque o Estado catarinense...

(O Sr. Presidente faz soar a campainha.)

             O SR. CASILDO MALDANER (Bloco/PMDB - SC) - Vejo que meu tempo está se esgotando, mas vou para a conclusão, Sr. Presidente. O Estado catarinense, no tamanho geográfico, é pequeno. Ele significa 1,3% do território nacional, mas ele tem uma diversificação no campo turístico.

            As quatro estações do ano são muito claras, existentes e marcantes em Santa Catarina. Quem quiser neve, temos a época da neve, temos a época do gelo, temos a época do frio; na época do verão, nós temos as praias, mais de 500 quilômetros de costa atlântica; temos a primavera, com suas floradas maçãs, os nossos vinhedos, vinhos de altitude e de qualidade; temos as estações de águas termais muito claras; nós temos o ecoturismo.

            (Interrupção do som.)

            O SR. CASILDO MALDANER (Bloco/PMDB - SC. Fora do microfone.) - Temos as questões dos hotéis-fazenda; os cânions de Santa Catarina são extraordinários.

            Então, as quatro estações do vale europeu são muito nítidas no nosso Estado, e é bom dizer também que o nosso Estado é característico, porque, dos seus 295 Municípios, praticamente todos eles têm seu acesso asfaltado. Até Entre Rios, há poucos dias, era uma das que faltavam; Anitápolis vai ser no próximo dia 29 de dezembro, que é o seu aniversário. A comissão ainda esteve em nosso gabinete nesta manhã.

            Então, em todos eles, essas condições de estrutura são importantes, por isso destaco isso.

            Concluindo, Sr. Presidente, agradeço mais uma vez a permuta que o Senador Pedro Taques fez comigo, e eu pude trazer a esta Casa essas belezas e estes momentos por que passa Santa Catarina no contexto nacional.

            Apesar de precisarmos de algumas infraestruturas logísticas, orgulhamo-nos com esses dados que nos colocam num patamar elevado no contexto de melhor Estado para se visitar, pela sexta vez consecutiva, em nível nacional.

            Muito obrigado, Sr. Presidente e nobres colegas.