Pela Liderança durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do lançamento do filme “Tancredo, a travessia”, com a produção de Roberto D’Ávila. (como Líder)

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Registro do lançamento do filme “Tancredo, a travessia”, com a produção de Roberto D’Ávila. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2011 - Página 44768
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ELOGIO, FILME DOCUMENTARIO, ASSUNTO, VIDA PUBLICA, TANCREDO NEVES, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Clésio Andrade, Sras Senadoras, Srs. Senadores, senhores telespectadores da TV Senado, senhores ouvintes da Rádio Senado, demais presentes no plenário desta Casa. Eu gostaria de começar parabenizando os nossos servidores que amanhã terão seu dia, desejando a eles, do fundo do meu coração, toda sorte de sucesso.

            Sr. Presidente, eu gostaria apenas de ocupar a tribuna hoje para fazer menção de um filme a que assisti ontem chamado Tancredo, a Travessia, com a produção de Roberto D’Ávila, que me impressionou pela beleza, pelas memórias, pela vida destacada de um dos brasileiros mais ilustres da sociedade são-joanense e que, com a sua índole, com a sua vocação de servir o povo, com idealismo e renúncia, nos deu lições extraordinárias.

            Aqueles que puderem assistir ao filme, Tancredo, a Travessia, não irão se arrepender, porque ali verão nomes tutelares da Pátria, vultos, brasileiros que foram, na sua época, supliciados, como é o caso de Juscelino Kubitschek de Oliveira, João Goulart, Getúlio Vargas... Momentos trágicos da nossa história nesse dilúvio de ódios e paixões que é a vida pública, mas vão ver também exemplos extraordinários de pessoas que construíram, com muita renúncia, com muito idealismo, as páginas mais belas de nossa história.

            O Vereador, o Deputado Federal, o Senador, o Governador de Minas e o Presidente eleito, Tancredo de Almeida Neves, é, sem sombra de dúvida, um vulto na política nacional. Nomeado Ministro da Justiça de Juscelino... Aliás, Ministro da Justiça de Getúlio Vargas, esteve ao lado do Presidente durante todos os momentos e foi quem, nos últimos instantes, pôde dar o conforto espiritual quando Getúlio, já decidido, resolveu... Não é diante daqueles discursos, de um outro mineiro, chamado Afonso Arinos que, da tribuna desta Casa, clamava do Congresso, clamava sobre um mar de lamas, numa visita que Getúlio fez a Minas Gerais, e Afonso Arinos ficou muito indignado,

            Então, Getúlio reuniu seu Ministério... Vocês vão ver uma encenação no filme que trata sobre isso. Mas, na solidão do seu quarto, lá no Catete, ele tirou a própria vida. Em suas palavras, “saía da vida para entrar na história.” Tancredo esteve ao lado dele.

            Tancredo sofreu um revés eleitoral numa derrota, que ninguém acreditava, para Magalhães Pinto, mas de lá ressurgiu para ser o Primeiro-Ministro de João Goulart. E foi ele, com a sua maneira cordata, com o seu espírito pacificador, de encontrar, para todas as controvérsias, o caminho pacífico da solução, que acabou sendo aclamado no Congresso para ocupar o cargo de Primeiro-Ministro.

            Renunciou, concorreu às eleições, venceu, fundou o partido. Um dos discursos mais lindos, pronunciados da tribuna do Congresso brasileiro, é o discurso de Tancredo Neves na morte de Juscelino. E me disse Célio Borja, que é um Ministro do Supremo aposentado, um Deputado aposentado que mora no meu Estado do Rio de Janeiro. Ele me disse que foi declamado, um discurso de 40 minutos, com toda a emoção por ele, Tancredo. Célio Borja, que também era do PMDB, pediu que ele fizesse essa homenagem a Juscelino. E ali ele fez uma homenagem das mais lindas, um momento mais belo das páginas da nossa história.

            Pois é essa vida de Tancredo, esse exemplo extraordinário, esse político de Minas e do Brasil, que foi celebrado no filme a que assistimos ontem.

            Eu não poderia deixar de subir à tribuna para parabenizar, para aplaudir, para desejar todo sucesso a Roberto D’Ávila, à família de Tancredo, e dizer ao povo brasileiro: se vocês quiserem ter um momento cívico; se vocês quiserem prestar homenagem a um dos nomes mais honrados e dignos da política brasileira, compareçam, prestem essa homenagem a esse grande e ilustre político da nossa terra que o destino levou e não permitiu que assumisse a nossa Presidência, cargo que ele merecia por tudo o que construiu na sua vida.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2011 - Página 44768