Discurso durante a 197ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Ansiedade em virtude da primeira etapa do tratamento contra o câncer do ex-Presidente Lula.

Autor
Walter Pinheiro (PT - Partido dos Trabalhadores/BA)
Nome completo: Walter de Freitas Pinheiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Ansiedade em virtude da primeira etapa do tratamento contra o câncer do ex-Presidente Lula.
Publicação
Publicação no DSF de 01/11/2011 - Página 44819
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, SOLIDARIEDADE, EXPECTATIVA, TRATAMENTO, DOENÇA GRAVE, CANCER.

            O SR. WALTER PINHEIRO (Bloco/PT - BA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje todos nós nos irmanamos, nos solidarizamos e, ao mesmo tempo, Senador Jorge Viana, de forma muito disposta, diria, do ponto de vista da nossa fé, aguardamos com ansiedade a primeira etapa do tratamento, que se inicia no dia de hoje, do nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do nosso partido, Presidente de honra do PT, ex-Presidente da República e, mais do que isso, a figura Luiz Inácio Lula da Silva. Todos nós desejamos e nos empenhamos nessa corrente, meu caro Acir Gurgacz, de fé por um início de tratamento que, efetivamente, conhecendo a figura, o seu compromisso, a sua relação de fé, a sua disposição de enfrentar duras batalhas, com certeza, será mais uma batalha que o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva há de vencer na sua vida. Creio que todos nós, diferentemente de tratar da figura pública que Lula exerceu, estamos tratando da figura humana que é o Luiz Inácio Lula da Silva. Este é o momento em que todos nós, mesmo de forma apreensiva, também depositamos muita confiança nesse tratamento, na expectativa positiva que, de certa forma, foi apresentada no dia de hoje pelos primeiros boletins e pelas declarações dos médicos, meu caro Acir, quando tratam dessa questão como sendo de início, como sendo algo com um nível de localização e tamanho do ponto de vista da descrição do que significa o tumor. Isso traz também para todos nós mais uma dentre as diversas expectativas positivas que nós temos acerca do acompanhamento dessa etapa de vida do companheiro Luiz Inácio Lula da Silva.

            Mas, mais do que falar da doença, é importante que falemos aqui, na tarde de hoje, da figura desse companheiro que é o nosso companheiro Luiz Inácio Lula da Silva.

            É importante lembrar, meu caro Acir, as jornadas, quando diversas vezes o Lula sempre nos dizia que, mais do que companheiro, ele tinha em cada um do Partido dos Trabalhadores como seu irmão, e fez isso no exercício da Presidência da República, tratando das grandes batalhas neste País e do povo brasileiro.

            Assim, Lula enfrentou o preconceito; assim, Lula enfrentou toda sorte de dificuldades que sempre eram lançadas contra a sua jornada, desde a caminhada de São Bernardo à própria caminhada para chegar à Presidência da República. Mas eu não vi em hora nenhuma, mesmo nas maiores dificuldades, em nenhum momento, o Lula cabisbaixo; em nenhum momento, o Lula raivoso; em nenhum momento, o Lula falando de ira. Era sempre na linha da frente, sempre falando das coisas de forma positiva, sempre na linha de que era possível derrotar, vencer e ultrapassar todas as coisas difíceis que se apresentavam, mas sempre também conclamando, esse nosso companheiro, líder de todas as nossas jornadas, para uma jornada, eu diria, unitária, uma jornada com mais pessoas, sempre trabalhando na primeira pessoa do plural, meu caro Acir: “nós” e não “eu”, como muita gente faz ao longo de toda essa trajetória.

            A capacidade de transformar, sempre dizia Lula, não será só a partir de um único homem. Ainda que um represente, ainda que um conduza, ainda que um até apareça mais do que os outros, sempre Lula dizia: “Somos nós que haveremos de fazer as grandes transformações na sociedade brasileira”.

            Portanto, acho que isso é importante. É uma lição de vida. Assim, o velho Lula construiu aquela caminhada, com esse “nós”, portanto, sendo utilizado permanentemente por ele para enfrentar as dificuldades da década de setenta e consolidar o Sindicato dos Trabalhadores de São Bernardo como uma das grandes referências em nosso País e no mundo. Assim, ele também foi ajudando a construir uma das maiores referências partidárias no mundo, o Partido dos Trabalhadores. Assim, ele consolidou uma das maiores referências no mundo, consolidando a sua gestão de oito anos, instituindo, Jorge Viana, um dos programas mais ousados, mais ousados, que foi o Programa de Combate à Fome e à Miséria. Portanto, indo ao encontro das necessidades do povo brasileiro. Como ele sempre dizia, não é possível que um brasileiro não tenha a oportunidade de se alimentar três vezes por dia. Portanto, tratou disso como quem trata da própria vida; cuidou dessa gente, como quem cuida de si, nesse apego ao outro, nesse amor ao outro, nesse desafio de consolidar uma gestão neste País capaz de incluir milhões e milhões de brasileiros, retirar milhões e milhões de brasileiros da periferia da sociedade, colocar este País no rumo do crescimento, colocar este País no rumo do desenvolvimento social, olhar cada cidadão.

            É importante, meu caro Acir, eu hoje estava vendo os dados da questão dos investimentos, da arrecadação versus investimentos, quando se faz uma crítica enorme dizendo que do que se arrecada somente 8,6% são efetivamente aplicados em investimento e o restante terminou indo para a máquina pública, para pessoal, mas, se pegarmos, principalmente, os quatro últimos anos do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, vamos encontrar uma média, Jorge Viana, de 80 bilhões de aplicação/ano em investimento e infraestrutura neste País, investimento de modo geral - escolas, hospitais, estradas -, numa demonstração clara e numa visão de um sujeito que enxergava a necessidade de colocar este País diante não só das potências, mas diante do seu próprio povo, como alternativa, como local ideal para vivermos.

            E foi assim que o velho Lula enfrentou a crise internacional de 2008, apostando, efetivamente, no crescimento interno, apostando no consumo interno, mas cada vez mais se preocupando com as pessoas, com o ser humano, com o cidadão. O maior investimento nessa estrutura é na estrutura social. Esse é o maior investimento que temos que comemorar nesse período. Agora, retomamos esse processo com a nossa Presidenta Dilma, tendo claro que é importante consolidar um caminho para um Brasil sem miséria, para um Brasil em desenvolvimento.

            Por isso, quero concluir, meu caro Acir, dizendo que para nós é muito tranquilo quando recebemos centenas, milhares e milhões de manifestações do povo brasileiro, que se preocupa com a saúde dessa figura pública.

            Ontem, meu caro Acir, um pai de família me dizia: “Pinheiro, o meu filho tem cinco anos, mas ele sabe, tranquilamente, quem é Luiz Inácio Lula da Silva, as quatro letrinhas, as duas sílabas, a forma de pronunciar.” E ele me dizia assim: “Todas elas até são simples, muito simples, de qualquer criança falar esse nome.” Mas o mais importante foi essa complexidade toda que tinha no País e que, de forma muito simples, direta e firme, esse companheiro cujo nome tem duas sílabas, um nome simples de se pronunciar, foi capaz de enfrentar e resolver.

            Com fé em Deus, esse mesmo sujeito, com essa simplicidade, mas com essa tenacidade, esse mesmo sujeito, com a simplicidade das suas ações, com a coragem empreendida ao longo de sua trajetória, enfrentará mais uma batalha e continuará conosco firme e forte nesta caminhada para consolidar esta Nação chamada Brasil.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/11/2011 - Página 44819