Discurso durante a 200ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da paralisação, na última semana, dos profissionais de saúde que atendem pelo SUS, alertando quanto à necessidade de reflexão sobre a situação destes profissionais.

Autor
Geovani Borges (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AP)
Nome completo: Geovani Pinheiro Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Registro da paralisação, na última semana, dos profissionais de saúde que atendem pelo SUS, alertando quanto à necessidade de reflexão sobre a situação destes profissionais.
Publicação
Publicação no DSF de 05/11/2011 - Página 45886
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, PARALISAÇÃO, MEDICO, SISTEMA UNICO DE SAUDE (SUS), OBJETIVO, MELHORIA, SALARIO, CONDIÇÕES DE TRABALHO, NECESSIDADE, ATENÇÃO, REIVINDICAÇÃO, CLASSE PROFISSIONAL.

            O SR. GEOVANl BORGES (Bloco/PMDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, peço o registro nos Anais desta Casa acerca de um manifesto que, mais uma vez, põe o país em estado de alerta e, minimamente deveria servir para repensarmos a situação dos profissionais de saúde que atendem pelo SUS.

            Tivemos, na última semana, nova paralisação de médicos que atendem no Sistema Único de Saúde, em ocasião que marcou o dia da mobilização nacional dos profissionais da categoria por melhores condições de trabalho e contra a precariedade da assistência prestada à população.

            Agora neste mês de novembro em que acontece a Conferência Nacional de Saúde e, cujo tema, é justamente o SUS - tido como patrimônio de nosso povo - a mobilização dos médicos e a pauta de suas reiteradas reivindicações, precisam ser olhadas com mais carinho e decisão de agir.

            A Federação Nacional dos Médicos estimou em 85% a parcela de médicos que atendem pelo SUS e que puseram os braços em 21 estados, o que equivale a 120 mil médicos.

            São 120 mil vozes uníssonas, clamando por melhores salários e melhores condições de trabalho,

            São 120 mil vozes pedindo a atenção da população e das autoridades. É de fazer pensar.

            Segundo Márcia Rosa de Araújo, presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, entre as principais reivindicações da categoria, estão à convocação imediata dos aprovados em concursos públicos ainda válidos, a realização de novos concursos com salário de R$ 9.188,72 - piso defendido peia Federação Nacional dos Médicos - e uni aumento da tabela de repasse do SUS aos hospitais conveniados.

            Senhores, a situação é aflitiva e se manifesta no descontentamento da população.

            Unia insuficiência vai juntando-se a outra... No meu Estado, a situação não é diferente. A história se repete.

            Quando o paciente encontra o médico na rede pública de saúde, não encontra o tomógrafo; quando encontra o tomógrafo, não encontra o médico.

            É só um caso a citar.

            Não se pode negligenciar apelo de tão importante e necessária categoria. Porque olvidar esses apelos implica em ignorar o próprio clamor da população.

            Foi, portanto, uma paralisação de alerta.

            Os médicos de nosso País estão desestimulados, cansados. Quem tiver ouvidos, ouça. Quem tiver olhos, veja. Quem tiver coragem que se empenhe. Quem tiver poder de decisão, que haja.

            E para eles que corremos quando nosso maior patrimônio - a vida - está em jogo.

            Sabemos dos esforços do governo Dilma para atender aos clamores da classe, entre outras vicissitudes da área de saúde. E queremos somar nesse empenho.

            Fica, pois, este nosso registro.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/11/2011 - Página 45886