Discurso durante a 201ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Relato histórico do surgimento e da evolução da televisão no Estado de Sergipe; e outro assunto. (como Líder)

Autor
Eduardo Amorim (PSC - Partido Social Cristão/SE)
Nome completo: Eduardo Alves do Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL. SAUDE.:
  • Relato histórico do surgimento e da evolução da televisão no Estado de Sergipe; e outro assunto. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 08/11/2011 - Página 45946
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL. SAUDE.
Indexação
  • REGISTRO, HISTORIA, CRIAÇÃO, PROGRESSO, TELEVISÃO, ESTADO DE SERGIPE (SE).
  • CONGRATULAÇÕES, HOSPITAL, URGENCIA, ESTADO DE SERGIPE (SE).
  • AGRADECIMENTO, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DE SERGIPE (SE), RELAÇÃO, APOIO, CAMPANHA, DEFESA, HOSPITAL, TRATAMENTO, CANCER, REGIÃO.

            O SR. EDUARDO AMORIM (Bloco/PSC - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, em novembro de 1971, iniciava-se a transmissão televisiva no meu Estado e, desde então, há exatos 40 anos, a TV Sergipe, com muito trabalho e perseverança, vem retratando o cotidiano da nossa gente.

            E falar da história da TV Sergipe é falar de Nairson Menezes, um sergipano nascido na cidade de Laranjeiras, dono de uma bela, forte e cristalina voz, que, no Sudeste do País, trabalhava no rádio e que, ao conhecer a televisão, encantou-se pelo veículo.

            Funcionário da extinta TV Excelsior de São Paulo, trabalhou ao lado de grandes nomes do teatro e da televisão brasileira e, ao retornar a Sergipe, com a bagagem recheada de conhecimentos, foi em busca de parceria para a realização de seu grande sonho: a implantação de uma estação de TV no Estado e encontrou no empresário Francisco Pimentel Franco o entusiasmo de que necessitava para ver seu sonho tornar-se realidade.

            Apesar de o poder político e econômico do grupo que apoiava a ideia não ser grande, os empresários Francisco Pimentel Franco, Josias Passos, Getúlio Passos, José Alves, Hélio Leão, Augusto Santana, Paulo Vasconcelos, Lauro Menezes e Luciano Nascimento não desanimaram. Na ocasião, estavam todos contagiados pelo idealismo de Nairson Menezes, que enxergava na televisão o caminho perfeito para ajudar o desenvolvimento econômico, político e sociocultural da nossa gente.

            Os empresários então decidiram que trariam o povo para participar daquele momento histórico e, dessa maneira, 900 ações foram vendidas em pouco tempo. Assim, a TV Sergipe foi a única emissora do País que nasceu com a participação popular e foi também a primeira emissora montada com equipamentos produzidos no Brasil, Sr. Presidente.

            Em 1967, começaram a ser realizadas algumas transmissões experimentais e esporádicas. E, graças às autorizações temporárias, em 1969, os sergipanos puderam assistir, ao vivo, à chegada do primeiro homem à Lua e, em 1970, à conquista do tricampeonato mundial de futebol, na Copa do México. A partir de maio de 1971, a Televisão de Sergipe entra, definitivamente, na sua fase experimental e, em novembro desse mesmo ano, o sonho virou realidade. Foi ao ar, agora para valer, o sinal da TV Sergipe.

            A emissora iniciou suas operações como afiliada da Rede Tupi de Televisão. Entrava no ar no final da tarde e encerrava as suas transmissões por volta da meia noite, algo impensável hoje em dia, Sr. Presidente. Na sua grade, além de programas locais, eram exibidos noticiários e filmes.

            A chegada da máquina de videoteipe permitiu que os telespectadores sergipanos pudessem acompanhar a exibição de programas e novelas que eram exibidos no Sudeste do País.

            Mas a nossa produção de programas locais marcou a história da TV Sergipe.

            O primeiro telejornal da emissora foi apresentado por Acival Gomes e a primeira equipe de telejornalismo, montada por Sérgio Gutemberg, era formada por profissionais vindos do rádio e das redações de jornais, onde a falta de experiência com o novo veículo foi superada, com brilhantismo, pela força de vontade e pela dedicação.

            Já o primeiro programa de auditório, ao vivo, foi apresentado por Nelson Souza. Mas um fato interessante marcou, especialmente, a história dos programas de auditório na TV Sergipe e, por isso mesmo, merece ser relembrado. O programa Domingo Alegre, apresentado por José Raimundo Ribeiro, o cabo Zé, meu amigo, teve uma estreia inusitada: deveria ter duas horas e durou mais de seis, Sr. Presidente! E muitos outros programas fizeram grande sucesso, como o Sábado Geral, com apresentação do meu amigo Reinaldo Moura, hoje Conselheiro do Tribunal de Contas e pai do meu amigo e irmão, Deputado Federal André Moura.

            Em 1973, a TV Sergipe passa a ser afiliada da Rede Globo de Televisão, que exige investimentos na qualificação de pessoal e na compra de novos equipamentos. Diante dessas exigências e das dificuldades financeiras, a sociedade anônima é desfeita e a TV Sergipe é vendida para o grupo Aratu, da Bahia.

            A compra da emissora sergipana faz parte de um projeto ambicioso: formar uma equipe de televisão no Nordeste. E, apesar de todos os investimentos que foram feitos, o projeto para a formação de uma nova rede de televisão no Nordeste, com sede em Salvador, não se concretizou, e a TV Sergipe foi comprada pela família Franco.

            Aqui, eu gostaria de enaltecer e homenagear o trabalho empreendedor do patriarca da família, o saudoso Dr. Augusto Franco, homem de visão, que sempre se empenhou em favor do desenvolvimento da comunicação no nosso Estado.

            Não posso deixar de ressaltar a continuação do trabalho pró-comunicação em nosso Estado, por intermédio de competentes empresários, como, então, Albano do Prado Franco e do seu irmão, o saudoso Augusto César Franco, proprietários da nobre emissora.

            Com essa nova gestão, portanto, a TV Sergipe não parou mais de crescer e de se modernizar. No ano passado, foi a primeira no Estado a produzir, editar e exibir um programa em HDTV (TV de alta definição), o Terra Serigy, sobre o cânion do rio São Francisco.

            O fato é que o tempo passou e a Rádio e Televisão de Sergipe S/A, que nasceu de um ideal progressista, manteve sua trajetória de empresa líder de mercado, baseada sempre em princípios éticos e na alta qualidade de sua programação. E, gostaria de parabenizar a todos que fizeram e que fazem a história desta emissora, que, definitivamente, faz parte da vida do povo sergipano.

            Srªs Senadoras, Srs. Senadores, Sr. Presidente, gostaria, ainda de parabenizar o Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho, principal casa de saúde do nosso Estado, última porta para muitos, maior esperança para muitos, onde muitas vidas são salvas, desde os que são atendidos na urgência e emergência até mesmo daqueles que são cuidados e tratados de doenças como os diversos tipos de câncer, pelos seus mais de 25 anos de prestação de serviços à população sergipana.

            Esse hospital foi construído ainda no mandato do ex-governador João Alves Filho, que, sem dúvida nenhuma, teve uma grande visão na época. Ainda hoje, esse hospital persiste como a principal casa de saúde do povo sergipano.

            Somos cientes das dificuldades por que o hospital passa, mas não podemos ignorar que o Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho é o maior e mais bem equipado hospital público do nosso Estado.

            Sr. Presidente, era só.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/11/2011 - Página 45946