Pronunciamento de Romero Jucá em 07/11/2011
Discurso durante a 201ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Homenagem a todos os trabalhadores do comércio pelo transcurso do seu dia, comemorado em 30 de outubro.
- Autor
- Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
- Nome completo: Romero Jucá Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.:
- Homenagem a todos os trabalhadores do comércio pelo transcurso do seu dia, comemorado em 30 de outubro.
- Publicação
- Publicação no DSF de 08/11/2011 - Página 46057
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ORADOR, REFERENCIA, DIA, TRABALHADOR, COMERCIANTE, REGISTRO, HISTORIA, EMPREGADO, COMERCIO, BRASIL.
O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, a historiografia contemporânea tem mostrado que, desde os tempos coloniais, o imenso território brasileiro tem sido cortado, de norte a sul, de leste a oeste, por comerciantes pioneiros. Com efeito, os vendedores itinerantes, mascates, caixeiros, mercadores e muleiros constituiam-se, muitas vezes, em desbravadores dos ignotos sertões brasileiros, levando gêneros indispensáveis a populações remotas ou isoladas, contribuindo, dessa maneira, para a integração nacional.
Nas primeiras décadas do século XX, a urbanização e a crescente complexidade das relações sociais fomentaram o rápido desenvolvimento do comércio, em moldes que hoje reconhecemos como moderno. Estava, portanto, fundado o sistema de trocas em bases capitalistas, com emprego de mão de obra, em estabelecimentos fixos e cada vez mais especializados.
Nesse contexto, as relações de trabalho eram profundamente desequilibradas, com pagamento de salários ínfimos, longas jornadas de trabalho e condições sanitárias lúgubres. Frequentemente, os trabalhadores labutavam mais de doze horas diárias, sem descanso semanal, alimentação adequada ou condições de higiene, obtendo como paga quantia insuficiente para a subsistência de sua família.
Em inícios da primeira década do século passado, em diversas localidades do País, em especial no Rio de Janeiro, os empregados do comércio perceberam a necessidade de se unirem e lutar por melhores condições laborais. Foi o que se deu em 1908, quando grande número de comerciários criou a União dos Empregados no Comércio do Rio de Janeiro, reunindo os chamados caixeiros, juntamente com escriturários, guarda-livros e outros.
Com o tempo, os proto-sindicatos se fortaleceram e, percebendo a ambiência política favorável, após a Revolução de 30, passaram a exercer uma pressão política maior. No ano de 1932, no dia 29 de outubro, comerciários das ruas Carioca, Gonçalves Dias, Largo de São Francisco, Rua do Ouvidor e adjacências reuniram-se no Largo da Carioca, com o objetivo de traçar uma estratégica para levar suas reivindicações ao Presidente Getúlio Vargas.
Senhoras e Senhores Senadores, consta que mais de cinco mil trabalhadores - incluindo, além de comerciários, também marítimos, ferroviários, professores e bancários - chegaram ao Palácio do Catete. O governo popular de Vargas produziu, então, o Decreto-lei, nº 4.042/32, que regulamentou a jornada de oito horas de trabalho diárias.
Senhor Presidente, esse contingente imenso de trabalhadores, os comerciários, ainda hoje luta bravamente por bandeiras tão significativas como aquelas da década de 1930. Porém, na atualidade, modificações substanciais aconteceram. O setor de serviços responde pela fatia maior da economia nacional, e a pujança do setor se deve, em grande medida, ao trabalho dos comerciários.
Aos milhões de trabalhadores e trabalhadoras do comércio devemos, Senhoras e Senhores Senadores, o reconhecimento irrestrito, o aplauso generoso a quem contribui, de maneira decisiva, para fazer girar a roda da economia nacional.
A todos os trabalhadores do comércio reitero os meus parabéns pela passagem de seu dia, comemorado em 30 de outubro!
Era o que tinha a dizer. Muito obrigado, Senhor Presidente!