Discurso durante a 204ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância do Código Florestal Brasileiro.

Autor
Jayme Campos (DEM - Democratas/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CODIGO FLORESTAL.:
  • Considerações sobre a importância do Código Florestal Brasileiro.
Publicação
Publicação no DSF de 11/11/2011 - Página 46949
Assunto
Outros > CODIGO FLORESTAL.
Indexação
  • COMENTARIO, REFERENCIA, IMPORTANCIA, VOTAÇÃO, SENADO, CODIGO FLORESTAL, OBJETIVO, SEGURANÇA, JURISPRUDENCIA, PRODUTOR RURAL.

            O SR. JAYME CAMPOS (Bloco/DEM - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, prezado Senador Gim Argello, que ora preside esta sessão; Srªs e Srs. Senadores, o que me traz a esta tribuna na tarde de hoje é para falarmos sobre o futuro da agricultura, da pecuária e, sobretudo, do Código Florestal brasileiro.

            Se olharmos para o futuro com a lente da desconfiança, certamente encontraremos um cenário desolador. Se, de um lado, existe o temor de que a crescente pressão pelo consumo precipite a devastação e o desequilíbrio do meio ambiente. de outro, há uma suspeita de que a filosofia preservacionista possa produzir um mundo de fome e miséria.

            Ainda no séc. XVIII, o economista britânico Thomas Malthus previa um cenário sombrio para os anos seguintes. Pelos seus cálculos, a população progrediria em ritmo geométrico, em contraposição ao crescimento aritmético da produção agrícola, causando um inevitável déficit no estoque mundial de alimentos.

            Em parte, as teorias de Malthus se concretizaram. Quando ele fez suas projeções, em 1798, o mundo ainda não somava um bilhão de pessoas. Nos tempos atuais, o Planeta conheceu o habitante de número sete bilhões. Pelas estimativas da ONU, esse indivíduo nasceu em Manila, no dia 31 de outubro deste ano, ou seja, a população cresce, e as demandas por comida aumentam.

            Porém, Mato Grosso está invertendo essa equação pessimista, porque, entra ano e sai ano, a produção agrícola do nosso Estado coleciona recordes. Agora mesmo, o setor primário da região atingiu a marca de US$9,23 bilhões em exportação de commodities, entre janeiro e outubro deste ano. Um índice de 9,2% superior ao embarque alcançado no exercício anterior.

            Esses números colocam Mato Grosso no patamar de maior exportador da região Centro-Oeste do nosso País, posição que ostenta há 15 anos. E, atualmente, ocupa o 8º posto brasileiro neste ranking.

            Não é exagero dizer que Mato Grosso, com sua pujança, começa a alimentar uma grande parcela do mundo, observando que 50% da nossa produção se destina ao mercado asiático e outros 46%, aos consumidores da União Europeia.

            Nesse sentido, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, faz-se mister reconhecer a enorme contribuição do homem do campo à economia brasileira, não apenas como agente do desenvolvimento mercantil, não somente como promotor das transformações econômicas e multiplicador de oportunidades na área social, mas, principalmente, como o semeador da esperança de um futuro mais próspero.

            Tenho orgulho de ver os índices produzidos em nossas lavouras, mas tenho mais orgulho ainda em saber que nossos agricultores e pecuaristas são tenazes e independentes, porque se impõem diante das adversidades de uma legislação confusa e punitiva aos produtores, e da apatia dos governantes que pouco fazem para proteger e incentivar esta atividade. Produzem porque lidar com a terra é o trabalho mais ético e honesto que há. Sujar as mãos com o húmus da terra significa limpar a alma com a seiva da prosperidade.

            A própria evolução do ser humano como espécie tem sua essência fincada no solo, pois diz a liturgia que foi do barro que Deus concebeu a sua criatura mais perfeita.

            Digo isso, Srªs e Srs. Senadores, visto que, nestes dias, o Plenário desta Casa votará o novo Código Florestal brasileiro. O peso de cada voto decidirá o destino desse setor da economia que, a despeito de tudo, continua plantando e alimentando o mundo. A prova são os crescentes índices das exportações de commodities em Mato Grosso.

            Repito, Srªs e Srs. Senadores, com o esforço e a coragem dos nossos agricultores, Mato Grosso alimenta uma parcela da população mundial.

            Somos produtores de alimentos, saciamos a fome dos nossos semelhantes, nosso ofício é gerar paz e fartura. Os agricultores são, portanto, missionários da prosperidade. Essa é uma atividade tão antiga quanto a própria história.

            Portanto, votar um novo Código Florestal, preservando a dignidade desse trabalho, significa respeitar a nossa essência como civilização.

            E, para finalizar, meu caro Senador Jorge Viana, Relator de uma das Comissões mais importantes desta Casa, que relata também o Código Florestal brasileiro, a nossa missão, meu caro, ilustre Governador e Senador Jorge Viana, é muito importante, à medida que particularmente tenho a sensação de que nós estamos trabalhando um Código Florestal não para hoje, não para amanhã, mas para as futuras gerações deste País; certamente é um Código Florestal para dar segurança jurídica àquele que produz, que contribui com a balança comercial, que gera emprego e renda neste País.

            Certamente, V. Exª tem essa missão importante, no sentido de buscarmos efetivamente um Código Florestal moderno, avançado, mas que, sobretudo, respeite aqueles que produzem e que constroem a grandeza deste País, para o qual, não tenho dúvida nenhuma, antevejo uma perspectiva das melhores possíveis, pela fertilidade de suas terras, pela riqueza do seu subsolo, mas, acima de tudo, pela perseverança, pela garra, pela confiança e otimismo do povo brasileiro.

            Para finalizar, minha cara Presidente Lídice da Mata, eu gostaria de parabenizar o setor produtivo mato-grossense, que se tem esforçado para produzir e manter viva a ideia de que trabalhar faz bem para o espírito e para a Nação.

            Era o que tinha a dizer no momento.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/11/2011 - Página 46949