O SR. ALVARO DIAS (Bloco/PSDB - PR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, volto à tribuna para falar da segunda Marcha Contra a Corrupção que aconteceu no dia 12 de outubro.

            No começo, eram três pessoas de Brasília que conversavam indignadas pelas redes sociais. Depois, se tornaram 50 pessoas indignadas nas redes sociais que resolveram somar esforços para levar sua indignação às ruas.

            No dia 7 de Setembro, já foram 25 mil pessoas, apenas em Brasília, que saíram em marcha pela Esplanada dos Ministérios, em protesto contra a corrupção.

            No dia 12 de outubro a Marcha Contra a Corrupção voltou às ruas reunindo população de 26 cidades de 19 Estados.

            A segunda marcha defendeu três pontos principais: a regulamentação da Ficha Limpa STF; a aprovação do PEC que institui o voto aberto no Congresso; e a preservação dos poderes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de órgão de controle externo do Judiciário.

            A intenção da marcha, que possui entre suas características a articulação pelas redes sociais da internet, é o apartidarismo e a não promoção midiática de seus integrantes, é sensibilizar os ministros do STF de que o povo brasileiro deseja a aplicação da Ficha Limpa nas eleições municipais de 2012.

            Desta vez, além da divulgação da iniciativa em redes sociais houve distribuição de panfletos para que as pessoas tomassem conhecimento do movimento.

            Durante a manifestação foram colhidas assinaturas para um abaixo-assinado em defesa da Lei do Ficha Limpa.

            É uma manifestação do povo, do cidadão que está indignado com a corrupção, com a falta de segurança, de educação e de saúde.

            Todos estão cansados de pagar tantos impostos, já que o Brasil tem a maior carga tributária do mundo e não tem retorno dos serviços por parte do governo.

            É bom que vire moda esse tipo de manifestação.

            Estamos passando por um momento histórico no país e avançamos muito na construção da democracia, mas ainda temos um grande mal que assola nossa sociedade, que é a corrupção.

            Não podemos ficar calados diante disso. O grande desafio desses grupos não é conseguir mobilizar uma marcha e sim garantir que as pessoas envolvidas realmente estejam interessadas em mudar os rumos do país.

            Nada mais conveniente do que realizar esta ação nacional no dia das crianças.

            Quem sabe dessa forma os pais se conscientizam que também são responsáveis pela educação ética do futuro do país.

            A convocação para 15 de novembro da terceira rodada de protestos comprova a musculatura do movimento.

            Entre uma e outra aparição nas praças e avenidas, os grupos combatentes seguirão agindo na internet.

            É um mundo novo que confunde mesmo colunistas confiáveis: por teimarem em contemplá-lo com o olhar de 1968, acabam enredados em profecias que se amparam exclusivamente na contagem dos participantes.

            Mas já existe gente de sobra para a guerra de resistência. Essa etapa, ainda em seu começo, precisa ser concluída para que se passe à contra-ofensiva.

            Neste começo de primavera, o objetivo a alcançar é a obstrução do avanço dos corruptos.

            Era o que eu tinha a dizer.