Fala da Presidência durante a 141ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comemoração do transcurso do Dia do Maçom.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do transcurso do Dia do Maçom.
Publicação
Publicação no DSF de 20/08/2011 - Página 33546
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, DIA, MAÇONARIA.

            O SR. PRESIDENTE (Mozarildo Cavalcanti. PTB - RR) - Declaro aberta a sessão.

            Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

            A primeira hora da presente sessão será destinada a homenagear a Maçonaria Brasileira, pelo transcurso do Dia do Maçom, amanhã, dia 20 de agosto, nos termos dos Requerimentos nºs 114 e 826, de 2011, do Senador Mozarildo Cavalcanti e de outros Srs. Senadores.

            Convido, para compor a Mesa, o Deputado Izalci, representante da Câmara dos Deputados, que, igualmente, fez o requerimento de realização de sessão de homenagem à Maçonaria. Depois, entramos num acordo, para, juntos, fazermos essa homenagem nesta mesma sessão. Possivelmente, no próximo ano, faremos uma sessão do Congresso Nacional, em que Câmara e Senado prestarão homenagem à Maçonaria Brasileira.

            Convido, para compor a Mesa, o Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil irmão Marcos José da Silva; o Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), irmão Vanderlei Freitas Valente; o Secretário-Geral da Confederação Maçônica do Brasil (Comab), o Sr. Rubens Ricardo Franz, que aqui está representando o Presidente da Comab; o Grão-Mestre Adjunto em exercício do Grão-Mestrado do Grande Oriente do Distrito Federal, portanto, o anfitrião, o irmão Lucas Francisco Galdeano; e também o Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Distrito Federal, o irmão Mário José Ribeiro Chaves.

            Como todos os irmãos sabem, esta é uma sessão que já se tornou tradicional no Senado. Aqui, homenageamos a Maçonaria Brasileira todo ano, no dia 20 de agosto ou em um dia próximo. Neste ano, o dia 20 caiu num sábado, e, portanto, estamos fazendo a sessão hoje, dia 19. Mas, sempre que possível, nós a realizamos no dia 20. Sabemos que esse é um dia também em que os Grandes Orientes estaduais e até mesmo as direções nacionais das nossas potências estão envolvidos, nos seus Estados, com o evento do Dia do Maçom. De qualquer forma, temos muito prazer em realizar esta sessão, que é a décima primeira que fazemos. Em duas outras ocasiões, não houve sessão, mas houve pronunciamento registrando o Dia do Maçom.

            Quero, inicialmente, conceder a palavra ao Deputado Izalci, representante da Câmara dos Deputados, irmão nosso, que, como eu disse, foi autor do requerimento para homenagear a Maçonaria na Câmara dos Deputados.

            O SR. IZALCI (PR - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Exmº Sr. Senador Mozarildo Cavalcanti; soberano Grão-Mestre Geral do Grande Oriente do Brasil, Sr. Marcos José da Silva, meu grande professor; Secretário-Geral da Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), Sr. Vanderlei Freitas Valente; Secretário-Geral da Confederação Maçônica do Brasil (Comab), Sr. Rubens Ricardo Franz; Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente do Distrito Federal, Sr. Lucas Francisco Galdeano; Grão-Mestre Adjunto da Grande Loja Maçônica do Distrito Federal, Sr. Mário José Ribeiro Chaves; Exmº Sr. Brigadeiro-do-Ar João Manuel Sandin de Rezende; Grão-Mestre do Grande Oriente do Distrito Federal, Sr. Jafé Torres; Grão-Mestre do Estado de Goiás, Sr. Barbosa Nunes; Grande Mestre Nacional da Ordem DeMolay, Sr. Hugo Pinto Martins; Grande Mestre Nacional da Ordem DeMolay do Distrito Federal, Sr. Cláudio Vieira Mendes; Presidente da Assembleia Federal Legislativa do Grande Oriente do Brasil, Sr. Arnaldo Soter; Presidente da Assembleia Distrital Maçônica, Sr. Augusto Willer; Grande Secretário de Interior Adjunto, Sr. Max Pereira Hager, representando o soberano Grande Comendador do Supremo Conselho do Grau 33; Exmº Sr. Ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça, José de Jesus; senhores membros das Lojas Maçônicas do Brasil; senhoras e senhores, a humanidade deve a alguns de seus filhos, espíritos elevados, muitas das mais expressivas conquistas no caminho da justiça, no aperfeiçoamento da relação entre as pessoas e no aprimoramento da qualidade de vida das sociedades.

            Quando, nesse processo, esses espíritos superiores se unem - sempre no exercício do bem - com a finalidade de dar provimento iluminado à organização saudável das parcelas coletivas dos habitantes deste Planeta, encontra-se favorecida a condição para a potencialização dos veículos de mudança e progresso da humanidade.

            Diversos foram os movimentos e organizações que se dedicaram, com devoção, à causa do espírito em prevalência sobre a matéria, para uma existência mais feliz, no mais belo Planeta do sistema solar e a nós dado, generosamente, em usufruto, pelo seu criador.

            A Maçonaria é uma dessas organizações que, vinda de milênios, tem ultrapassado os séculos no exercício fecundo de sua missão, malgrado todos os enfrentamentos, incompreensões e mutilações a que esteve sujeita, pela ignorância, preconceitos e erros dos poderosos de diversas épocas.

            Dedicou-se à construção física, social e espiritual de uma ordem em que os deveres para com a justiça, a paz e a prosperidade ocuparam, com firmeza, o lugar mais destacado, em muitos casos à custa do sacrifício da própria vida de seus integrantes.

            Espelhou-se na sabedoria produzida pela ciência para prover as sociedades das mais avançadas ferramentas para o desenvolvimento e o progresso a cada época.

            Soube admirar, reconhecer e aperfeiçoar, como nenhuma outra organização, a expressão do espírito através das artes e, combinando estas com o conhecimento cientifico, desenvolveu, por meio de seus ilustres filhos, a arte real, que a consagrou com o registro perene e emblemático das mais belas obras da construção humana.

            No entanto, mais recentemente, no exercício da coragem de agir contra a tirania e na prática da mais bela e elevada virtude, a defesa da liberdade, a Maçonaria demonstra seu compromisso e sua força, quando, durante a Revolução Francesa, aparecem pela primeira vez os ideais libertários associados à noção de liberdade, o compromisso com a justiça, esta simbolizada pelo anseio de igualdade, e ambas - liberdade e igualdade - bafejadas pelo sentimento de fraternidade que deve oxigenar todos os corações humanos.

            A Revolução Francesa é, portanto, do ponto de vista social, o fato mais relevante, o mais marcante da história da Maçonaria. Comparável a ela somente a Inconfidência Mineira, em que aqueles ideais foram reafirmados e consagrados, mesmo com a sua vitória aprazada.

            O movimento de Vila Rica foi a flor mutilada que encerrou uma importante lição para os maçons: o que era justo e buscava a perfeição não encontrou a vitória naquele momento, mas a semente foi semeada em terra fértil para ressurgir com todo o vigor em outra ocasião, como o movimento das ondas, a força dos ventos e o vigor do fogo, impondo-se sobre todos os obstáculos.

            Eis por que o maçom pode ser definido com poucas palavras: um homem livre, porque, amante da liberdade, ele a tem como bem supremo dado pelo grande arquiteto do universo que é Deus; um homem de bons costumes, porque traz em si a consciência de que a prática da vida encerra a essência das virtudes divinas.

            Essas características o transformam em apóstolo do aperfeiçoamento das civilizações, como lutador determinado e intrépido das causas justas, sempre temperado pela sabedoria e a prudência, num procedimento ético em que não cabe o exibicionismo nem a publicidade vaidosa dos feitos, mas, sobretudo, a modéstia e a discrição.

            O maçom é ainda o homem da família, o advogado solidário dos mais necessitados, aquele que não tolera qualquer tipo de preconceito ou discriminação. O maçom é o que zela pela juventude, como o canteiro e o jardim onde se semeiam a boa semente e o bom fruto. O maçom é aquele que, sem procedimento machista ou arrogância, trata com a maior deferência a mulher, como espírito superior da nossa espécie, como agente de renovação e mudança, como ente imprescindível na construção de uma sociedade livre, próspera e justa, de um mundo verdadeiramente feliz.

            Eis por que, ao celebrarmos hoje o Dia do Maçom, reflito com vocês, irmãos, cunhadas e sobrinhos, especialmente sobre o significado das expressões gratidão e compromisso.

            Temos gratidão a Deus, o grande arquiteto do universo, pela missão que nos confiou e pelos instrumentos dados para desenvolvê-la, honrando o Seu nome, e gratidão a todas as gerações de maçons que, ao longo da história da humanidade, souberam honrar aquela missão.

            E o nosso compromisso, incentivado e balizado pela projeção do passado no presente, é com as causas maiores deste Planeta, que são, sem dúvida, sua preservação e embelezamento e a felicidade de todos os seus habitantes.

            Parabéns, maçons de Brasília e de todo o Brasil, meus irmãos, pelo nosso dia!

            Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/08/2011 - Página 33546