O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Cumprimento-o, Senador Sérgio Petecão.

            Ao encerrar os trabalhos, quero, por uma questão de obrigação minha, até com a nossa história, a nossa vida, dizer que é bom que a gente reflita que tanto o pacote da semana passada, como este de hoje, estão fazendo com que, cada vez mais, se diminuam as contribuições para a Previdência. Depois não venham me dizer, amanhã, que a Previdência está falida. Aqueles que diziam que ela estava falida quebraram a cara.

            Se estamos desonerando a folha tantas vezes consecutivas, isso significa que a Previdência, de fato, nunca foi falida. Que bom, que bom que, mais uma vez, a Previdência está combatendo a crise. Foi assim no passado, na construção de Brasília, Volta Redonda, Itaipu e por aí vai. De novo, os trabalhadores, com a sua economia, estão aguentando essa crise internacional com repercussão aqui no Brasil.

            Eu só digo isso, Senador Sérgio Petecão, para que ninguém me diga que a nossa Previdência estava falida. Chamavam-me de demagogo quando eu dizia que não estava falida. E aqueles que diziam que estava falida, agora não dizem mais. Ficam bem quietinhos. Agora não! A Previdência tem condição, vai dar um superávit maior ainda.

            Só faço este pequeno esclarecimento, dizendo que não sou contra. Pelo contrário, acho que poderíamos desonerar a folha, mas aumentar sobre o faturamento. Com isso, quem pagaria mais seriam os banqueiros, que faturam muito e empregam muito pouco. Vamos torcer para que isso ande.

            E, por final, por uma questão de compromisso assumido, eu quero dar como lida, meus amigos e minhas amigas, uma carta que recebi, muito bonita, da Srª Lourdes Conde Rorato, que fala da sua vida e a luta em defesa da sua filha, que é autista.

            Eu só vou resumir aqui. E por que eu trago esta carta aqui para a tribuna do Senado? Ela diz que a musicoterapia salvou, praticamente, a vida da sua filha. Eu vou ler só a última folha:

Antes da musicoterapia, ninguém conseguia fazer uma terapia com a minha filha. Agora, ela anda a cavalo certinho na equoterapia; faz hidroterapia e frequenta a APAE em outra cidade.

Gostaria que muitas outras mães, quem tem filhos autistas, tivessem a mesma sorte que eu tive de conseguir mudar uma história triste para uma história feliz. Tudo isso foi conseguido com muito amor, muito carinho. (...)

            E ela agradece ao seu esposo, à sua outra filha mais nova Andressa. E termina dizendo: “Meu marido, minha outra filha mais nova, Andressa, e eu vivemos só para a Alessandra.”

            Enfim, àqueles que escutam essa mensagem eu gostaria de dizer que a música, de fato, é uma bênção, é uma alegria para o corpo e para a alma.

            Imagino como a Alessandra deve se sentir com essa terapia. Imagino como as mudanças que a música trouxe para a vida dessa família foram mágicas, bonitas. E outras pessoas autistas podem usar esse mesmo instrumento.

            Fico muito feliz. Por isso resolvi trazer o relato dessa mãe para a tribuna, para mostrar a todos aqueles que vivem situação semelhante que é possível encontrar esperanças, é possível encontrar caminhos.

            E encontrar caminhos é o que nós também estamos tentando fazer com o projeto que apresentamos aqui na Casa, voltado para as pessoas com transtorno do espectro autista. Estamos buscando a inclusão, buscando meios de melhorar a qualidade de vida dessas pessoas e de seus familiares.

            Agradeço, enfim, muito à Srª Lourdes pelo carinho de ter me enviado essa carta, pelo maravilhoso exemplo que dá de coragem e fé, apontando esse belo caminho da música para outras famílias que têm filho autista.

            Desejo a todos os filhos autistas, às famílias de autistas, que tenham muita luz, muita sabedoria. E vida longa a todos os autistas!

            Este documento fica, na íntegra, aqui no Senado da República.

            Muito obrigado, Srª Lourdes Conde Rorato.